Os tiros da invasão poderia ser escutados à mil metros após o morro.
Já faziam quase cinco horas.
Começou com o comando vermelho, invadindo.
As forças armadas chegaram, fazendo os mesmos recuarem.
Mas a polícia, a perceber o quanto os soldados já estavam cansado de tanto lutar, chamaram reforços e começaram a subir.
Eles estavam em vantagem total.
Várias vezes alguns dos vapores passou aqui, gritando, no raidinho, dizendo que fulano morreu, tal foi baleado.
Sinto medo não só pelo Thiago e Ítalo.
Mas sim por todos que estão ali fora, do lado errado.
E além disso, vários inocentes morreram.
Eu queria ligar, saber se ele estava bem, mas não podia atrapalhar ele.
Minha saída era conversar com a Carla e o Henrique, por telefone.
Escutei várias granadas sendo explodindo.
Isso significava vitória.
Mas, vitória aos...
Ligação on.
Grego: Eles venceram, eles ganharam a guerra.- Falou baixinho.
Júlia: Isso significa que pegaram os chefes...
Grego: Júlia, esse morro agora vai ser pacificado...Ligação off.
Os policiais levaram a vitória.
O Thiago, o Ítalo...
Júlia: Eles estão bem.- Sussurrei sentindo as lágrimas quentes descendo pelo meu rosto.
A sensação que o morro seria comandado pela polícia, era horrível.
Mas a sensação de não saber se os meus homens tinham sido preso, mortos, ou nem saber o que estava acontecendo com eles, invadiu meu corpo todo, me fazendo tremer por inteiro.
Júlia: Atende, ítalo.- Falei baixinho ligando pra ele.
Eles não atendiam, escutei a porta batendo a corri pra abrir.
Tava tão preocupada, que não lembrei que tinha policiais aí fora.
- Tia, me ajuda.- Pediu um menino que parecia ter seus 14 anos.
O braço dele sangrava e tava enrolado por uma blusa, tranquei a porta novamente e ele se jogou no sofá.
Júlia: Você sabe sobre o Negão, ou Tzão? - Perguntei pegando a caixa de primeiros socorros.
- Não, sei não...- Gemeu de dor.- Foi... foi de raspão.
Júlia: Calma, não me deixa nervosa.- Briguei e ele riu nervoso.- Quer água?
Ele assentiu mordendo o lábio inferior, corri pra pegar água e deixei a garrafa com ele.
Ele foi me explicando o que era pra fazer e eu tentei não ficar nervosa e focar naquilo.
A porta bateu novamente e ele me olhou negando com a cabeça.
- São os vermes, eles vão me levar, porra.- Sussurrou.
Júlia: Calma, cadê suas armas, qualquer coisa que te envolva? - Sussurei de volta.
Ele tirou apenas um fuzil e eu corri na ponta de pés, fui até o quartinho e coloquei no cofre, voltei pra sala e fui abrindo a porta.
Júlia: Quem é? - Perguntei segurando a porta.
- O morro não tem mais bandidos, pode ficar tranquila.- a voz falou, provavelmente de um policial.
Abri a porta quase tremendo, tava ele e mais dois, assim que viram o menino, apontaram a arma.
O menino, virou um ator global, fazendo cara de choro.
Júlia: Calma, Diogo.- Chamei ele por qualquer nome.- Vocês não entram aqui com essas armas.
- Quem garante que ele não é um vagabundo?
- Que foi isso no braço? - Outro falou e o menino me olhou, fazendo cara de medo.
Júlia: Pode falar, sou sua irmã, não vou deixar ninguém tocar.- Ele levantou a cabeça.
- Eu tava voltando da escola, quando começou a invasão.- Falou baixinho.
Os policias começaram a revirar a casa toda, me fazendo várias perguntas.
E eu só queria perguntar pelos meus homens, mas ia deixar tudo tão na cara.
Quase uma hora depois, eles saíram, deixando meu iPhone quebrado.
O iPhone que o Grego me deu, há um tempo atrás e eu usava só pra baixar vários joguinhos mesmo.
Mas isso me deixou muito brava e nervosa.
Voltei a atenção ao menino que pegou o raidinho, que ele tinha escondido na minha geladeira e eu nem sabia disso.
Ele trocou algumas palavras, inclusive perguntou pelos chefes, terminou de falar e me olhou.
- O Negão foi atingido, tá no preso hospital.- Apoiei na bancada, sentindo uma tontura.- Já o Tzão, sumiu, ninguém sabe se tá vivo, preso, sumiu de tudo.
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Anoitecer [Morro]
Teen FictionO dia todo ele passava do lado dela, mil juras de amor e promessas, a ela! Mas ao anoitecer, era eu quem ele amava. Até eu encontrar alguém que coloriu meu dia, deixando tudo mágico.