Ali, estava tendo um clima totalmente estranho sobre nós.
Ele me olhava como se esperasse reação.
E eu comia a pizza.
Júlia: O que foi? - Fiz bico.
Negão: Você quer ir lá ou não? - Falou sério.
Júlia: Não.- Falei sincera.
Negão: Mas a gente vai, pq essa nega não vai parar de me ligar.- Mostrou novamente a ligação da Carla.
Fiquei quieta, terminando de comer a minha pizza.
Minutos depois, ele me obrigou a soltar o último pedaço e entregar a ele, saímos de casa na moto dele e seguimos pra casa do grego.
Já fomos entrando, seguindo pro quarto dele.
Eu já tinha entrado aqui uma vez e nada mudou.
Grego: Você veio.- Falou fazendo a Carla me olhar.
Júlia: Pois é.- Falei olhando a situação dele.- Você já me viu né? Já falou comigo...
Grego: Posso conversar com você? - Abri os braços como se estivesse esperando.- Só nós dois.
Negão: Te amo.- Falou baixinho no meu ouvido.- Se tu pensar em qualquer coisa que vacile comigo, eu corto teu cabelo.
Júlia: Encosta no meu cabelo e eu encosto na calça jeans.- Rebati.- Cuidado com ela também, moço.
Ele me deu um selinho rápido e saiu com a tal Carla.
Grego: Queria te pedir desculpa.- Me segurei pra não revirar os olhos.- Tu perdoa aí?
Júlia: Quem sou eu pra não perdoar? - Sentei na cadeira que estava do lado dele.- Eu acho engraçado que, há uns anos atrás, era eu quem tava numa cama de hospital, por sua culpa aliás. Eu te liguei e você atendeu, dizendo que não podia ir por causa da Alice, disse que me amava, mas não o suficiente pra deixar ela.
Grego: Ali era o Grego.- Me fez não segurar a revirada de olhos.
Júlia: Grego ou Henrique. Isso é só um vulgo e um nome próprio. Você não muda, só por te chamar pelo nome.
Grego: Vejo que você já me desculpou.- Brincou.
Júlia: Eu não tenho o que fazer, Henrique. Só perdi coisas ao passar tempo te amando ou te odiando.- Suspirei.- Agora eu tô feliz e você vai ser também, um dia.
Grego: Eu só vou ser feliz contigo.- Falou sério.
Júlia: É engraçado pq você teve todas as chances do mundo de me falar isso, de fazer tudo que cê fez, larga a Alice, larga tudo... mas você só fez quando percebeu que ninguém mais estaria ao seu lado, nem mesmo ela, a não ser eu.
Grego: E o que eu posso fazer porra? Voltar atrás não dar, tô tentando me recomeçar, recomecar nós.
Júlia: Recomeçar o que? Caramba, a gente nunca começou, Henrique.- Grunir.- Começar a ter alguma coisa é ser assumido, todo mundo saber, é ser namorada, não amante, droga.
Grego: Você ainda me ama? - Perguntou baixo.
Júlia: Amo! Ou é apenas gratidão por me fazer descobrir alguém de verdade, não sei. Mas eu tenho toda certeza que eu amo o Negão e é com ele que eu quero passar o resto da minha vida.- Admiti sincera.
Grego: Eu amo você.- Soprou esfregando a mão no rosto.
Júlia: Quem ama aceita a felicidade do outro, mesmo não sendo com si.- Falei fazendo ele vira e o rosto.- Eu posso ser sua amiga, te ajudar, não faço questão, eu vou nas consultas com você, se for preciso pra você fazer a quimioterapia, eu vou. Mas você entende que não pode negar? Que se você se negar a fazer, a tentar voltar a andar, você nunca vai ter o morro, que você sempre sonhou em ter, de volta nas mãos?
Grego: Tu faria isso por mim mesmo? - Sorriu de lado.
Júlia: Como amiga, faria sim.- Estendi a mão.- Mas não vem com segundas intenções, por favor.
Grego: Vou tentar.- Falou baixo apertando minha mão.
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Anoitecer [Morro]
Teen FictionO dia todo ele passava do lado dela, mil juras de amor e promessas, a ela! Mas ao anoitecer, era eu quem ele amava. Até eu encontrar alguém que coloriu meu dia, deixando tudo mágico.