Capítulo 32

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Eu continuava a bater nela e ninguém era maluco de entrar na frente.

Mas eu vi ela desacordada e larguei ela no chão.

Vai fazer companhia ao marido no hospital.

Quando eu tava me levantando, negão chegou com Ítalo.

Dei as costas pra todos e entrei na minha casa, fechando o portão e a porta.

Lavei as mãos e me sentei na mesa da cozinha.

Fiquei pensando em que em outras épocas, eu estaria chorando de felicidade ao saber da separação ou que o Grego iria querer me assumir.

Mas hoje, eu só sinto pena.

De mim mesma por ter perdido tanto tempo com ele.

E dele, por ser esse ser tão sujo.

Eu estava feliz com o Thiago.

Eu amava o Thiago.

Ele me faz feliz, ele é capaz de ir atrás da lua se eu pedir, caralho.

É muito meu homem.

Em falar nisso, a duplinha fantástica entrou na minha casa.

Meus dois namorados.

Negão: Segura ela que eu vou pegar a máquina.- Ouvi a voz dele, sai do meu devaneio com o Ítalo me segurando.

Júlia: Que isso, me solta.- Tentei soltar meus braços.

Tzão: Ele é o chefe, eu só obedeço.

Negão: Tu acha que pode bater na mulher do mano anao vai ser cobrada? - Falou sério.

Júlia: Para de brincadeira.- Grunir alto.

Ítalo me soltou rindo e beijou minha cabeça.

Fechei a cara pros dois, segurando as lágrimas.

São hormônios da tpm.

Negão: Vai chorar? - Perguntou rindo.

Júlia: Cala a boca, sai da minha casa.- Falei alto chutando ele.

Negão: Pega esse queijo aí, mano.- Falou com o Ítalo sentando do meu lado na mesa.

Peguei meu copo de café e meu sanduíche e sai da cozinha indo pra sala.

Escutei os dois rindo e conversando, o que me irritou mais.

Tzão: Vou buscar as paradas que eu trouxe pra tu mais tarde, vou trabalhar agora.- Falou beijando minha cabeça.

Júlia: Já vai tarde.- Ele riu.

Me levantei indo pra cozinha, Thiago tava na minha frente, sentado e trocando mensagens com "Patrícia".

Júlia: Thiago? - Chamei por ele e ele me olhou.

Negão: Oi, amor.- Bateu no colo me chamando pra sentar.

Júlia: Por que você não pega a direita e vai pra casa do caralho? - Falei com raiva.

Negão: Porra, não posso nem respirar que eu tô errado.- Falou jogando a cabeça pra trás.

Júlia: Eu confio muito em você, sério. Só que tem umas coisas que parece que você faz de propósito pra me deixar maluca cara.- Falei e ele, pela primeira vez na vida não olhou com ar de riso.

Negão: O que foi? - Tirou o cabelo do meu ombro e beijou.

Júlia: Primeiro que eu odeio sua prima e nunca vou me cansar de dizer isso.- Ele assentiu.- Quem é Letícia?

Negão: A única mulher da facção.- Falou pegando o celular.- É parada confidencial, tá ligada? Tem umas coisas que eu não posso te contar pra não colocar tua vida em risco e tal.

Júlia: Tudo bem.- Deitei a cabeça no ombro dele.

Negão: Quer fazer o que hoje? - Falou me fazendo sorrir.

Júlia: Festa, quero ir pra festa.- Ele assentiu.

Negão: Vou ver e te aviso.- Me fez revirar os olhos.

Fiquei conversando mais um pouco com ele, até ele ir trabalhar me deixar sozinha, na merda.

Anoitecer [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora