Cap 31

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Cristopher

Eu estava confuso, me sentindo tão confuso. Eu sei que amo ela, eu estava tão preocupado, tão, desesperado.

- Senhor ? - olho de soslaio para a porta encontrando Márcio.

- Sim.

- É sobre o caso da moça que foi encontrada na estrada.

- Resolveram o caso Márcio ?

- Sim, senhor, a moça foi encontrada a dois dias e acordou hoje, eu e a Anahí fomos até o hospital e parece que a moça está desaparecida a alguns dias.

- Já buscaram por familiares, ou conhecidos da mulher ?

- Bom, Anahí parecia conhecer muito bem a moça, deve ter resolvido esta parte. - diz e emu coração palpita.

- Como assim Anahí a conhecia ? - pergunto confuso.

- Quando chegamos no quarto da moça, Anahí paralisou e gaguejo o nome dela

- E qual era o nome da tal mulher ?

- Se não me engano Dulce.... Dulce María senhor . - Meu coração parou completamente.

- E onde está agora ? Quem está com ela ? Como está ? Diga me ! - me levantei num sobre salto. Meu coração voltando a bater forte. - o de Sta Anahí ?

- Senhor, acalme se não muitas perguntas. A moça está se recuperando. Mais está muito ferida pelo que parece está com muitas lesões no corpo por conta das surras...

- Surras ? - meu sangue gelou.

- Sim, a moça havia sido sequestrada, sofreu agressões físicas e pelo que foi dito pelo doutor em seus exames, sofreu abuso sexual. - Aquilo doeu, escutar aquilo me causou uma dor horrenda. Minha Dulce, minha Amada havia passado por tantas coisas e eu .. canalha a tinha deixado para passar por aquilo, ela estava sem minha proteção.

- Senhor está tudo bem ? Se calou de repente.

- Em que hospital ela está ? - sou direto.

- Santa Helena, mas.... - fala vendo me levantar - Senhor eu não sei se ela está lá ainda

- Como assim Márcio ? - sou rude e frio. A raiva transbordava.

- Eu, não sei, senhor. Não sei talvez tenha recebido alta ?

- No estado em que se encontra acha que receberia ?

- Mas o que iria fazer lá ? Nós já resolvemos a parte de interrogar a vítima.

- Eu conheço a mulher que está lá agora, e é tudo culpa minha ela estar onde está.

- Não o entendo. - diz com confusão no olhar e com as sobrancelhas unidas.

Respiro fundo solto o ar pesadamente - Está mulher é Dulce María Savinõn, a minha mulher.

- Como ? Pensei que haviam terminado o relacionamento. - Diz pasmo.

- E é por esse motivo que sou o culpado.

- Por terminar ?

- Por tê-la deixado.

Saio do escritório apenas me despedindo com um aceno de cabeça para Márcio que continuava ali, imóvel, apenas absorvendo as informações, ou melhor minhas palavras. Eu realmente me senti  culpado por tudo isso, eu deveria ter escutado a versão dela antes de culpa lá e tudo mais, mas parecia tudo tão correto o que Belinda me disse, tudo batia de acordo, o fato dela ter aquela boate, o fato de ser solteira, rica, tantos homens a seus pés, e aqueles ex dela. Tudo tão estranho e cabível.

Na minha profissão eu não poderia aceitar esse tipo de coisas e por isso achei melhor me afastar. Arrependimento, talvez fosse isso o que eu sentisse.

Sai da delegacia a mil por hora. Peguei meu carro e cantei pneu pela rua a fora.

Dulce María

- Desculpe mais vc ainda precisa ficar aqui. Amanhã faremos mais uns exames, mais entenda você ainda está machucada e precisa descansar, aproveite para fazer isso agora. Okay ? - Doutor Inácio, falava calmo

- Entendemos doutor - Maite diz .

- Por que não posso fazer isso em casa ? - pergunto arqueando uma sobrancelha dolorida.

- Por que creio que seja sozinha e que não haverá quem possa lhe ajudar, escute senhorita, não que seu estado seja dos mais graves mais requer cuidado, e sei que vc mal suporta ficar sentada por muito tempo - diz apontando com a mão para meu corpo.

- Consigo sim - afirmo, no mesmo tempo que tento me levantar com a ajuda de meus braços para me arrumar sentada na cama - Aiin - gemo tentando soar o mais baixo porém ele escuta.

- Viu ?, Seu quadro requer cuidado, lembre que esteve muito tempo desidratada e isso de fato a prejudicou.

- É ela tá magra mais não tanto doutor - Maite diz olhando pra mim - Continua uma piranha linda - fala séria

- Hey - repreendo Maite e ela sorri.

- Por favor apenas obedeça e se comporte, logo logo não estará mais aqui, sei que é chato ter que ficar em um quarto de hospital. Mais é pra seu bem.

- Está bem - respiro fundo.

- Agora eu já vou. Descansa - sorri doce.

- Bom acho que já tá na sua hora né ? - Falo olhando Mai.

- Que ? Não eu vou ficar aqui mocinha.

- Mai, eu sei como vc deve tá cansada, sei que vc cuidou de tudo enquanto eu ...

- Dulce olha, eu fiz tudo o que vc faria por mim. E eu sei que vc ficaria comigo. Até o fim. - ela estava certa eu a amava como uma irmã.

- Nem sei o que te dizer - Sorrio.

- Bom não diga nada, apenas aceite que eu vou ficar aqui.

- Te amo !

- Te amo mais - fala.- agora faça o que eu e o doutor dissemos e vai dormir.

- Tá mamãe tá - debochei e Maite me mostrou a língua.

Eu estava dormindo um sono tão gostoso, até sentir um carícia na minha cabeça, Maite e seus costumes de ser tão protetora, respiro fundo e sinto um perfume forte em minhas narinas, era bom. Sorrio e abro os olhos de vagar.

- Maite, vc realmente tava com saudades, mas não precisa ficar me acariciando a cada dois minutos. - sorrio.

- Desculpa. - ouvir aquela voz grossa e rouca me causou um arrepio. Abri meu olhos completamente e quase caí da cama.

- Ucker ??

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