Capítulo 5 - Paulo.

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Como é ruim depender das pessoas. Eu simplesmente odeio isso, ainda mais quando é referente a serviço.

A expectativa pela resposta de quando iniciaremos a operação é grande. Sei que fiquei apreensivo quando me chamaram para fazer parte disso tudo pois, sei das minha limitações mas, confesso que estou animado e confiante. Eu sei que sou bom no que faço. Na verdade sou o melhor na minha área de atuação. Não estou aqui me gabando. Não preciso disso, eu sei que sou o melhor. Eu me preparei, estudei, ralei pra caramba para ser o que sou mesmo com todo meu passado ferrado e que sempre bate em minha porta e mesmo assim, posso dizer que eu venci! Dei a volta por cima e aqui estou, sendo requisitado pelo departamento de polícia a qual fiz parte para atuar como detetive investigador. Querendo ou não isso massageia meu ego.

Estou junto com João na casa de Robert. Ele nos convidou para participar de um churrasco em comemoração ao aniversário de uma de suas filhas a Katelin, uma menina gordinha de cabelos loiros como os da mãe, os olhos castanhos como os de Robert e as bochechas rosadas. Ela e todos os outros filhos dele tem os lábios bem vermelhos, como se tivessem passado algum batom. Robert tem uma família linda. Ele e Karine se conheceram na faculdade e nunca mais se largaram. Ele diz que foi seu charme irresistível que a conquistou já Karine, diz que foi ela quem chegou chegando. Ela diz que foi até ele e pediu para ficarem e aí foi. Eles estão juntos a quinze anos e nunca tiveram uma briga feia. Tem as discussões normais de um casal saudável mas, nada demais que afete a relação deles. É lindo de ver como eles se tratam, como se amam e como amam seus filhos.

Estou na churrasqueira, lugar onde sempre fico quando sou "convidado" por ele. Estou tomando um suco que comprei vindo para cá. João está me ajudando cortando as carnes que estão sendo assadas colocando-as dentro do réchaud para mantê-las aquecidas. Enquanto cuido da carne também faço o vinagrete. Eu amo cozinhar. Aprendi muita coisa na internet. Até me inscrevi em alguns curso online. Tenho os certificados em casa para comprovar a autêncidade dos fatos. Como dizem: contra fatos não há argumento.

Durante o tempo em que estou cortando os tomates, vejo Robert brincando com Sofhi a sua outra filha. Ele e Karine tiveram quatro filhos, três mulheres e um homem sendo este o mais velho com treze anos cujo nome é William. Sofhi tem dez, Amanda tem sete e a Katelin está completando quatro anos. Observo a interação deles e fico me imaginando fazendo a mesma coisa. Suspiro meneando a cabeça tirando esses pensamentos que povoaram minha mente. Preciso me concentrar em meu serviço de chef, sem me esquecer das carnes é claro. João, chega e fica ao meu lado. Ele está com um avental e com uma toque blanche – touca branca – como é chamado o chapéu de cozinheiro. O cara é todo exagerado, não precisa de tudo isso. Olho para ele e dou risada. Ele para o que está fazendo e me olha erguendo a sobrancelha.

– O que foi cara? – Aponta a cabeça em minha direção e franze o cenho. – Tá rindo do quê? Parece doido eu em. – Diz e dou mais risada ainda enquanto ele volta a beira do fogão para terminar de fazer o arroz e a farofa que ficou incumbido de fazer.

– Nada não. Só queira saber o porquê você estar usando esse chapéu. – Aponto para sua cabeça com o garfo comprido. – Não acha que exagerou, não? – Pergunto já sabendo a resposta. Não sei porque ainda faço esse tipo de pergunta.

– Claro que não meu caro. Isso aqui é chic e também, impede de cair fios de cabelo na comida. Além de que, eu fico ainda mais gato. As mulheres amam um homem bonito e ainda mais que sabe cozinhar. – Sorri de si mesmo. – Vai por mim. Compre uma dessa e conseguirá a mulher que quiser. – Me cutuca e volta ao que estava fazendo. Rimos.

Estamos concentrados em nossos afazeres quando Robert vem e fica junto conosco ao lado da churrasqueira. Parece mais um fiscal com os braços cruzados e as pernas abertas.

A lei é o Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora