Eu te amo!
Eu não consigo tirar essas palavras da minha cabeça.
Nem em meus sonhos eu imaginava que ouviria da boca da mulher que eu amo que o sentimento é recíproco. Eu vejo seus olhares, seu jeito, sua entrega, mas nunca imaginei que ela me diria aquelas palavras no meio de minha crise de ciúmes. Na verdade, foi mais por insegurança. Bárbara é uma mulher linda, sexy, maravilhosa e sabendo que homens como o delegado Marcondes está a fim dela me deixa furioso e com medo de perdê-la. Não é só ela que tem suas crises eu também. Eu nunca amei uma mulher como a amo.
Quando Bárbara quis minha opinião com relação a ideia absurda em se infiltrar na operação, eu não imaginei que ficaria tão irritado. Eu me via como um leão enjaulado prestes a sair e cometer uma série de absurdos. Eu sei que exagerei com relação a minha insegurança. Se Bárbara soubesse o tanto de gente que a olha com desejo ela não teria nem cogitado pensar no que pensou.
Ouço pelos corredores as pessoas comentar, não sou surdo, apenas me finjo para não ter que partir a cara de um quando ela passa com aqueles cabelos soltos dando um ar sexy, aquelas roupas que modelam se corpo macio deixando pouco para a imaginação de qualquer um. Já ouvi e vi alguns agentes comentar sobre nosso envolvimento e isso me irrita e muito. As pessoas têm mania de querer se meter na vida das outras dando palpites e opiniões que não agregam em nada.
Estou irritado comigo mesmo, por minha atitude. E por conta disso não consigo trabalhar e muito menos me concentrar em nada. Depois que Bárbara saiu daqui eu me senti um idiota, um completo idiota na verdade. Eu poderia tê-la impedido de sair daqui daquele jeito. Ela me disse que não confio nela, mas eu confio. Eu só não confio nos outros. Começo a lembrar a forma que eu a tratei e sei que fui rude demais, grosseiro demais. Na verdade, eu agi como um homem das cavernas, um verdadeiro troglodita. Eu preciso me desculpar com ela e é por isso que estou na porta de seu apartamento.
Suspiro olhando para a sua porta. Fico pensando em como vou iniciar nossa conversa, pois a culpa desse clima ruim estar entre nós é minha. Bato à porta e aguardo. Ouço passos e logo Bárbara abre.
– Precisamos conversar. – Digo ao ver seu semblante cansado. Ela me olha por alguns segundo e após me dá passagem para que entre e assim o faço. Fico parado próximo ao sofá. Bárbara fecha a porta e caminha até onde estou e senta-se.
– Sente-se Paulo. Quer algo para beber? – Ela me pergunta ao sentar-se. Faço o mesmo e meneio a cabeça. As palavras não vêm. Abaixo a cabeça e fico tentando encontrar um meio de dizer que estava errado, mas a única coisa que sai é um suspiro ruidoso de minhas narinas.
Cruzo os dedos das mãos e coloco os braços sobre os joelhos. Em algum momento ergo minha cabeça e encontro um par de olhos negros me avaliando.
– Vim aqui para te pedir desculpas pelo o ocorrido há algumas horas e pôr ontem também. Eu não tinha o direito de falar o que eu falei para você. Fui impulsivo e com isso a feri com meus comentários e insinuações. Eu confio em você Bárbara, eu só fiquei inseguro. Muito inseguro na verdade. Como eu disse eu sei que o delegado gosta de você e só em pensar em te perder isso me causa um desespero enorme. – Bárbara abaixa a cabeça e suspira brincando com seus dedos. Não consigo decifrar suas reações. Ela volta seu olhar para mim. Fico com medo do que posso ouvir de sua boca. – Eu errei por ter ficado bravo com você por causa da ideia que teve em se infiltrar na operação. Só a ideia de a ver naquele meio já me tira do sério e foi isso que me deixou irritado. Bárbara... – Descruzo meus dedos e me ajeito no sofá. –... eu sei que deixei o ciúme e a insegurança ultrapassar e fui cruel com você. Perdoe-me pelo o que eu falei. Minha intenção não foi te machucar ou ferir os seus sentimentos por mim e com isso acabar com o que começamos a pouco tempo. – Passo as mãos no rosto frustrado com o andar da conversa. Bárbara me olha e ergue a cabeça e respira fundo. Passa a mão na boca e segura os lábios com o indicador e o polegar.
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A lei é o Amor.
RandomEm uma cidade pataca no interior de São Paulo que de dois ano e meio para cá vem sendo aterrorizado por assassinatos hediondos. Mulheres com mais de vinte e cinco anos sendo brutalmente assassinadas, tendo seu couro cabeludo arrancado. A única pista...