Capítulo 24 - Bárbara.

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Ficamos na sala, Paulo, senhor Frederico e eu o período da manhã toda. Saímos os três e nos encaminhamos a uma farmácia para comprar algum relaxante muscular para o Paulo. O teimoso não quis ir ao médico, preferiu se medicar, então, eu o trouxe aqui para comprar os remédios. Após a compra e como estávamos a muito tempo sem nos alimentar, convidei-os para almoçar em meu apartamento. Como Verônica não trabalhou no período da manhã ela fez o almoço para nós. Alguns minutos antes mandei uma mensagem no WhatsApp para ela avisando que teríamos visitas para o almoço. Subimos devagar para acompanharmos o enfermo. Ao entrarmos, vi que Verônica já havia arrumado a mesa para o almoço. Deixei-os na sala e fui até a cozinha ver se Verônica precisava de ajuda.

– Oi neném. Tá precisando de ajuda? – Digo ao entrar na cozinha dando um beijo em sua bochecha. Abro as panelas e vejo o que ela preparou para nós.

Verônica vive falando da minha comida, mas, ela também manda muito bem. Ela morou um tempo sozinha e teve que aprender a se virar. Seus pais queriam bancar uma empregada, mas ela recusou dizendo que faria suas coisas sozinhas. Ela lavava, passava, cozinhava enfim era uma dona de casa de verdade.

– Não Ba já terminei. O que deu pra você os trazer para almoçar aqui? Parece até que eu estava adivinhando quando resolvi fazer mais comida do que sempre faço. – Ela diz e vai até as panelas e coloca o conteúdo nas vasilhas.

– Estávamos em reunião até agora pouco e como já está tarde e o Paulo não está bem, resolvi chamá-los para almoçar conosco. – Digo colocando os pratos e os talheres sobre a mesa.

– O que ele tem? – Verônica pergunta pondo o pano de prato sobre os ombros. – Tá com dor de barriga, virose, dor nas mãos, febre amarela, malária para não poder fazer a própria refeição? – Ela diz colocando uma mão da cintura.

– Credo neném vira essa boca pra lá eu em! – Me benzo. – O cara não pode mais passar mal que você já joga um monte de doença ruim pra cima dele, credo! – Ela dá de ombro, vira sobre seus calcanhares e sai.

– Vou chamá-los para vir almoçar. – Meneio a cabeça. Após deixar tudo arrumado, vou até o banheiro lavar minhas mãos. Ao sair, confronto com o peito de Paulo. Ele me olha e vejo que ainda não está bem.

– Já tomou o remédio Paulo? – Pergunto e ele fica parado olhando por cima de minha cabeça e solta o ar de forma ruidosa.

– Não. Estou com o estômago vazio se eu engolir sem forrá-lo, aí ficarei com duas dores a das costas e no estômago. – Diz.

– Então venha almoçar, assim você pode tomar logo o remédio. – Estou saindo do banheiro quando Paulo me segura pela cintura. Sinto sua respiração em minha cabeça. Ergo os olhos e vejo com um olhar tristonho.

– Peço que me perdoe por ter insinuado aquilo sobre você e sobre o delegado Bárbara eu realmente não tinha o direito de fazer aquilo. Por favor, me desculpe, eu não estava em mim, quando vi já havia falado aquilo. – Ele me olha e vejo sinceridade.

– Eu te perdoo. Você é meu amigo e não quero que fique um clima chato entre nós. – Suspiro e abaixo a cabeça. – Peço desculpas também por ter sido tão dura, não precisava ter dito tudo aquilo para você, me perdoe. – Paulo ergue meu rosto com a ponta de seus dedos. Olha-me nos olhos e depois fita meus lábios como o delegado Marcondes fez hoje mais cedo. Ele se aproxima de meu rosto bem devagar. Nossos lábios chegam a se tocar de leve. Fecha os olhos esperando pelo beijo que não vem. Abro os olhos e ele está me olhando tão de perto que sinto meu estômago contrair.

– Você é tão linda Bárbara. – Ele diz em um sussurro passando a ponto dos dedos em meu rosto colocando em seguida uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. – Você não tem noção do que está fazendo comigo. – Diz isso e me puxa para mais perto abraçando minha cintura ainda mais forte e cheira meu pescoço deixando um beijo leve me arrepiando inteira. Ele me solta devagar e volta a me olhar. – Vou lavar minhas mãos, com licença. – Ele sai me deixando na porta do banheiro igual uma estátua. O que foi que aconteceu aqui?

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