Capítulo 55 - Paulo.

1K 163 19
                                    


Eu não tenho dúvidas de que ela foi feita para mim. Tudo nela se encaixa perfeitamente em mim, desde a forma de pensar, de agir e de falar. Tê-la dormindo comigo por duas noites seguida em minha cama foi maravilhoso. Não houve apelo sexual, excitação, tesão nada disso. O que queríamos era a companhia um do outro e isso na ocasião era o que nos bastava.

Neste momento, estou em minha sala. Hoje o dia começou agitado. Recebemos a notícia que o atirador Renan está estável e que poderemos interrogá-lo. Não via a hora que pudesse fazer isso. Preciso ver com a Bárbara o horário de visitas e se o indivíduo já está no quarto. Estamos mobilizando alguns agentes para irem conosco, precisamos nos precaver, não sabemos nada sobre ele e temos que ter o máximo de cuidado. A proteção das pessoas que estão naquele hospital e nossa meta.

Vou até a sala de reunião e vejo Bárbara está conversando com uma equipe de segurança que estará na estância junto conosco no dia da festa. Colocaremos um pessoal dentro e fora do local. Não colocaremos os policiais do distrito, pois a sua grande maioria já é conhecido e não podemos arriscar.

A porta está encostada, dou um toque nela e em seguida ela é aberta por uma das pessoas que estão ali dentro. Entro e me sento em uma das cadeiras. Fico olhando Bárbara comandar a reunião e sempre fico babando nela. Ela realmente nasceu para estar onde está. Não é somente eu quem acho isso, vejo as pessoas vidradas nela e isso não me causa ciúmes e sim orgulho da mulher que ela é. Enquanto ela fala, cruzo as pernas e encosto minha mão em punho na boca. Não consigo ficar sem admirá-la. Ela a todo momento não olhou em minha direção, está tão entretida que acho que ele não me viu entrar na sala.

Passados algum tempo, ela dá a reunião por encerrada, todos se encaminham para fora da sala e ela fica toda distraída mexendo nas planilhas em seu notebook. Vou até onde ela está andando nas pontas dos pés. Quando estava próximo a ela, seu celular toca. Ela atende e fico parado esperando.

– Boa tarde tia, pode falar...o que?.... tia...tia? – Ela se levanta e começa chorar. – Calma...eu estou indo aí...me espere tia, por favor. – Ela desliga e vou até ela que leva um susto ao me ver.

– Bárbara, o que aconteceu? – Ela vem até mim e me abraça. Fico em pânico ao ver seu choro compulsivo. – Pelo amor de deus Bárbara fala comigo. – Afasto-a de meu peito e seguro seu rosto. – Ba! – Ela me abraça de novo e fico sem saber o que fazer para poder fazê-la controlar o choro.

Levo-a até um sofá pequeno que tem aqui na sala e sento-a. Vou rápido buscar água para que ela beba e se acalme. Entrego o copo e aos poucos ela vai bebendo e se acalmando.

– Você vai me falar o que está acontecendo? – Falo com cuidado vendo-a muito sensível. Sento-me ao seu lado e ela me olha e seus olhos marejam.

– A Verônica Paulo...eu não sei...não sei... – Puxo-a para meu o peito e abraço-a apertado. – Eu preciso ir ao hospital. Vem comigo por favor. – Sua voz sai embargada e isso me corta o coração.

– Claro! Eu não te deixaria sair daqui sozinha de jeito nenhum. – Ela enxuga as lágrimas se levantando. Vou atrás dela. Pegando suas coisas levando comigo.

Seguro sua bolsa em uma mão e na outra seguro sua mão esquerda e saímos do prédio debaixo de olhares curiosos. Entramos no carro que aluguei para passeios e saímos o mais rápido possível dali. De vez em quando olho para ela que está com a face voltada para fora do carro. Algumas vezes ouço-a fungar e limpar os olhos. Pega minha mão direita e segura a sua. Ela me olha e dá um sorriso pequeno e aperta meus dedos.

– Você quer me contar o que sua tia falou? – Olho para ela e volto meu olhar para a estrada.

– Ela não conseguiu falar nada. Ela só chorava e soluçava. Estou esperando o pior tamanho o desespero a qual ela chorava. – Dou um aperto leve em sua mão.

A lei é o Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora