Eu não posso me apaixonar por ela.
Eu não posso me apaixonar por ela.
Eu não posso me apaixonar por ela.
Esse tem sido meu mantra desde o dia em que vi Bárbara dormindo sobre os papéis em cima de sua mesa. E depois que ela me convidou para almoçar em seu apartamento eu me via perdido em seu olhar e em seu sorriso bonito. Eu sempre a via, mas, eu nunca a olhei e agora eu consigo, eu posso enxergar o quão linda está mulher é, por dentro e por fora e isso está me deixando pirado. Eu não posso me envolver com ela. João é fascinado por Bárbara. Se nota o quão apaixonado ele é só de falar o nome dela. E eu, não sou nenhum fura olho, não vou por minha amizade de anos a perder por causa de uma paixão. Eu só preciso vê-la como minha amiga e nada mais.
Saio de meus pensamentos quando meu celular toca. Não reconheço o número, mas atendo mesmo assim.
– Paulo Nogueira falando. – Falo e ouço uma risada. Reconheço na hora quem é. – Fala tampinha. – Ouço-a para de rir e bufar.
– Eu não sou tampinha tenho mais de um metro e sessenta de altura meu caro. – Me seguro para não gargalhar. – Você é um idiota mesmo Paulo. – Não aguento dou risada alto e ela bufa do outro lado da linha. Vou me recompondo aos poucos. – Te liguei para dizer que chegou o resultado das amostras que a delegada Bárbara trouxe. Preciso que vocês venham até o laboratório. – Vejo em seu tom de voz que não é nada bom.
– Que horas podemos ir aí Cristina? – Olho em meu relógio de pulso. – Você já falou com a delegada? – Me levanto da cadeira e me encaminho até a porta.
– A hora que puder, estarei por aqui o dia todo. Não, ainda não falei com a delegada. – Ela fala com alguém do outro lado. – Paulo tenho que desligar assim que puder venha aqui. Até mais. – Desliga.
Ponho meu celular no bolso da calça e me encaminho até a sala da Bárbara. Bato e ouço-a pedir para que entre. Abro a porta colocando primeiro minha cabeça.
– Atrapalho? – Vejo-a irritada com o telefone em mãos. Ela faz um aceno com a mão para que entre e assim o faço sentando-me ficando de frente para sua cadeira.
Bárbara está vermelha andando pela sala e gesticulando com a mão livre. Parece que está a ponto de explodir.
– Eu pedi para a Verônica pegar para mim esta pasta sim delegado Marcondes....Eu sei que é um caso antigo que está arquivado.... Não foi solucionado, por isso a mãe da moça desaparecida entrou em contato comigo para eu pegar o caso de novo.... – Ela se altera. – Você não tem que se meter em mais nada, este caso agora é meu e de minha jurisdição. Agora... – Ela solta o ar bufando e passa a mão no rosto. – Delegado Marcondes entenda, a partir de agora esse caso é meu e você não tem que se envolver e fim papo. Passar bem. – Ouço o cara gritar na linha antes do telefone ser posto no gancho.
Bárbara está muito nervosa. Ela coloca as mãos nos olhos e solta o ar preso. Depois segura as bochechas e me olha.
– Me desculpa por isso Paulo. O delegado Marcondes viu nos registros que a Verônica foi atrás de uma pasta no arquivo de pessoas desaparecidas e ele ficou muito bravo dizendo que eu não poderia fazer aquilo. Ele estava possesso ao telefone. – Ela senta-se e joga a cabeça para trás. – E pensar que vou passar por lá ainda hoje para mexer nos arquivos me dá até desespero. O cara me odeia. Não fui eu quem o rebaixou e eu não posso fazer nada quanto a isso. – Continua com a cabeça para trás e passa novamente as mãos no rosto com certa força. – Ai que droga! – Fala frustrada.
– Fica calma Bárbara. – Ela coloca a testa sobre a mesa. Passo a mão em seus cabelos e ela levanta a cabeça rápido se afastando. – Vai ficar tudo bem. – Pigarreio. – O pessoal da perícia te ligou? – Pergunto mudando de assunto.
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A lei é o Amor.
AcakEm uma cidade pataca no interior de São Paulo que de dois ano e meio para cá vem sendo aterrorizado por assassinatos hediondos. Mulheres com mais de vinte e cinco anos sendo brutalmente assassinadas, tendo seu couro cabeludo arrancado. A única pista...