Segunda-feira, cinco e meia da manhã. Estamos aqui em frente ao DP da Polícia Federal. O combinado era sairmos as cinco. Saí de casa as quatro e cheguei aqui as quatro e meia. Não tomei café com medo de me atrasar. Agora estou com fome e me arrependi de não ter comido nada antes de sair. Poderia ter feito pelo ou menos um lanche para trazer na viagem. Papai e mamãe estão aqui comigo aguardando nossa saída.
Para minha alegria e alívio viajaremos de Van, aquelas de dezesseis lugares. Foram disponibilizados dois veículos um para os agentes e outro para nossas bagagens. Já foram deslocados alguns agentes antes de nós. Será uma comissão grande de pessoas que trabalharão neste caso. Além de nós, foi acionado o DEPARTAMENTO ESTADUAL DE HOMICÍDIOS E DE PROTEÇÃO À PESSOA – DHPP – não sei ainda quem é ou será o responsável por este departamento saberemos quando chegarmos ao prédio onde foi montado nosso quartel. Como a cidade é pequena a delegacia não comportará todo o pessoal.
Eu chamei Verônica para ir comigo já que o delegado Juarez disse que poderia levar outros polícias de minha total confiança. Estava conversando com ela quando um carro para em nossa frente. É um Range Rover Evoque HSE branco. Ficamos olhando para o veículo boquiabertas. Nunca tinha visto um desses frente a frente. É a perfeição em forma de carro. Estávamos admirando o veículo, quando um homem de cabelos grisalhos sai de dentro do carro. Dá a volta e abre a porta para uma senhora muito elegante sair de dentro. Enquanto olhávamos essa interação deles, um rapaz branco, de pele clara, olhos azuis, barba cerrada e carrancudo desce do carro com uma maleta em mãos e em seu outro braço, encontra-se uma menininha com cabelos bem cacheados com cara de sono. Ela é linda demais. Parece uma boneca. O rapaz vai até o senhor e entrega a menina que chora ao ir para o colo deste. Ele volta ao veículo e abre a porta malas tirando de lá cinco malas. Olho para papai que na hora arregalou os olhos tamanha surpresa ao ver a quantidade de malas. É... homem é prático? Acho que não.
O delegado Juarez vai ao encontro do senhor grisalho que lhe estende a mão em forma de cumprimento. Depois vai até a senhora e dá um beijo em seu rosto. Bagunça o cabelo da menina falo algo ao casal e vai ao encontro do rapaz que o cumprimenta, e passam a conversar baixo. Após isso, o delegado vem ao nosso encontro trazendo o rapaz ao seu lado.
– Delegada Salomom, esse é o detetive Paulo Nogueira. Ele estará nos ajudando neste caso. – Delegado Juarez faz as apresentações.
– Prazer detetive, Bárbara Salomom. – Estendo minha para cumprimenta-lo.
– É um prazer conhecê-la delegada. – Diz com o semblante sério. Nos cumprimentamos e ele ficou me olhando com o cenho franzido como se estivesse pensando em algo ou me analisando. Começo a sentir um frio na barriga e sinto meu rosto queimar. Neste momento somos interrompidos.– Agora podemos ir! – Anuímos. – Partiremos agora. Por favor encaminhem-se para a van. Paulo, coloque suas bagagens na van de detrás por favor. – Diz e sai entrando no DP. Vou até meus pais para me despedir.
– Vá com Deus minha filha e se cuide. Se der tempo vá na casa de seus avós, eles vão amar receber sua visita. – Papai diz ao me soltar. – Estaremos orando para que tudo se revolta o quanto antes. Te amo filha. – Me dá um outro abraço e beija meus cabelos.
– Que Deus te acompanhe minha filha. Volte logo. Vou morrer de saudades. – Mamãe diz. – Te amo muito. – Acaricie meu rosto. Pego suas mãos e beijo-as.
– Também amo vocês. Prometo voltar o quanto antes. – Digo e me encaminho para dentro da Van. Aceno e vejo quando eles entram dentro do carro para esperar o comboio sair.
Quando o delegado volta com algumas pastas ele entra na van sentando ao lado do motorista. Todos os outros começam a fazer o mesmo.Vejo quando Paulo vai se despedir de seus possíveis pais e de sua possível filha, eles estão emocionados, já a menina não quer solta-lo, fica grudada em seu pescoço. A senhora vai até eles e solta a garotinha fazendo-a chorar ainda mais. Não o vi chorar. Seu semblante é de tristeza. Seus olhos ficam marejados, mas não derrama uma lágrima se quer. Eu o achei muito frio. Os senhores entram no carro levando consigo uma criança aos prantos. Eles a colocam na cadeirinha e logo saem, não esperando o comboio sair antes deles. Ele entra e se senta. Coloca o cinto de segurança, o fone de ouvido e o vejo ligar um walkman ? Meu deus! Esse aparelho é muito antigo, não é mais fabricado. Depois do advento do MP3 e dos celulares, este aparelho caiu de moda. Só tem quem é colecionador. Ele fecha os olhos e fica assim por um bom tempo até o delegado chamar nossa atenção.
![](https://img.wattpad.com/cover/197133495-288-k483781.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A lei é o Amor.
عشوائيEm uma cidade pataca no interior de São Paulo que de dois ano e meio para cá vem sendo aterrorizado por assassinatos hediondos. Mulheres com mais de vinte e cinco anos sendo brutalmente assassinadas, tendo seu couro cabeludo arrancado. A única pista...