Bloodstream - parte 1

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Para onde vão as almas cansada? Aquelas que não sabem mais onde buscar paz. Geralmente à uma festa, um bordel, um bar, mas em Treffen tinha apenas o bar mesmo. Cidade pequena.

Carmilla não encontraria sua paz numa garrafa, mas nada a impedia de tentar. Copo atrás de copo, garrafa atrás de garrafa. Não ia parar tão cedo, a noite estava apenas começando. De baixo do couro dos caçadores, luvas negras escondendo a fraqueza em suas veias. Encolhida na mesa atrás de uma muralha de vidro cilíndrico. Sua mente a jogava no chuveiro novamente, com Laura às suas costas, com as mãos dela, mas... não dava, qualquer coisa além e não sobraria muito da jornalista.

Manter o controle é complicado, não impossível, mas complicado. Embora para uns controle com comida fosse um ultrage, bom a vampira já participara deles, dos mesmos ocos e arrogantes princípios, e só resultou em escuridão - dentro de um caixão.

Nem toda a barulheira era o bastante para abafar as caraminholas em sua mente, o vazio. Os bêbados gritavam em torcida, Zarus era o campeão de virar garrafas, tinha vantagem de duas a frente de Flok, a consagração do vencedor, veio quando lenhador de barbicha caiu de costas no chão, mais vermelho que um camarão frito.

Então surgiram oito caçadores dispostos a peitar o desafio do encanador. O brasão no ombro comprovou a suspeita, eram da unidade de Castus - bastava abrirem a boca para começar a penca de piadas sobre bananas, ou a ausência delas, por eles julgado.

Infelizmente Zarus já estava cheio, uma garrafa mais, e ele explodia, e os caçadores sabiam disso, o prenderam a força na cadeira, o obrigando a beber mais, sem muita escolha ao quão diurética pode ser a cerveja, o encanador molhou o assento. Pobre homenzarrão, humilhado por um bando de moleques de rala autoestima e bigode. Riram do campeão todo mijado. Ele estava imóvel, envergonhado. Nenhum de seus amigos sabia o que fazer com tamanha crueldade...

- Sai daqui, vai buscar uma frauda. - Zombou Gerard. Um solavanco sacudiu a mesa, Carmilla ajeitava os pés sobre a madeira. - Olha, a esquentadinha tá aqui - Piscou ele com a boca cheia de saliva.

- Se vocês dão conta. Nem dez de vocês seriam o bastante, nem que nascessem de novo, e de novo, nunca seriam o bastante para me satisfazer. - Disse de canto. Eles eram predadores, prontos para pegar qualquer mulher, mas não estavam lidando com uma mulher qualquer, nesse jogo, eles eram as gazelas prontas para serem abatidas.

Eles se amontoaram em torno dela, risonhos e brincalhões entre eles, mas sérios quanto a "comida". Então trouxeram mais garrafas. Uma para cada, e eles fizeram uma cara de espanto.

- Me divirtam rapazes, ou vocês não aguentam? - Sorriu sádica.

- Espera, você quer beber? Mas garotas não podem, não aguentam. - Explicou Berto.

- Eu sei, algum homem de verdade na casa? - Gritou ela para o bar inteiro, os fazendo mudar de cor.

- Manda ver vampira! - Gritou Craule jogando a cadeira ao lado da morena.

- Como é? - Gerard estava inconformado.

- É Gerard, cai dentro, ou tá com medo de duas moças? - Riu a loira evidentemente um pouco alcoolizada.

Carmilla e Craule fitaram os oficiais em desafio, os oito sentaram-se à mesa aceitando o teste de burrice. Até resmungaram precisar de um tempo até poderem competir, porém a caçadora os provocou ainda mais, deveriam seguir a regra que jogaram sobre último campeão de bebedeira. Thomas veio do balcão com canecas de um litro de cerveja, as distribuindo entre eles.

- Prontos? Aquele que cair ou se mijar perde. - Disse ele sorrindo para Craule.

Começar!

Uma, duas, três, seis cadeiras a menos na mesa, um a um os caçadores atestavam sua incompetência em cálculo de volume, e um a um, caiam para trás, ou desesperados tampavam a boca vomitando, ou corriam desesperados para o banheiro. Restavam apenas três: Gerard, Carmilla e Craule.

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