Wien Carnival - parte 2

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Laura POV

Laura conseguia sentir os músculos, mas não respondiam a sua vontade. Aghi sorria diabolicamente, satisfeita.

Satisfeita de que? Perguntaria a jornalista.

- Tão feia pobrezinha. O gosto de Mircalla está decaindo. – A duquesa compadecida da jornalista. – O que você faz na cama, pra ela gostar de você?

Cama? Quem me dera, não é mesmo Laura?

Eis que então a seu lado veio Carmilla, vestida ainda – infelizmente para o amargor de todos – o mesmemero franziu as sobrancelhas, repudiado da morena.

- Nananinanão, vocês dois. Nada disso, eu não quero um banho de sangue, não agora. – Disse a duquesa, entrecortando os dois.

- Sem ressentimentos Arthur. – A morena sorriu amarelo.

Ressentimentos de que? Laura estava sem conseguir entender ao certo onde isso tudo seja lá o que fosse tinha haver com Carmilla passiva.

Essa era a preocupação.

Gente HELLO. A loira aqui precisa de ajuda, querendo ou não, ela estava no meio de uma confraternização que pouco gostaria de estar, a não ser talvez claro, se fosse a vampira renegada, sem roupa...na cama...e só elas duas.

- Pensamento interessante esse. – Arthur parecia enxergar o mesmo que ela. – Pena ser com uma pilantra.

Laura mudou de cor.

- Arthurzinho. Vamos deixar o passado pra trás. Ela não beijava tão bem assim pra você ficar tão chateado. – Carmilla não ajudava, provocava ainda mais o titereiro.

Não só o mesmero ficou furioso, mas a jornalista estava sentindo um enorme bolo de serpentes enroscar na barriga, de tão raivosa. Já Aghi, caia na gargalhada.

- Parem vocês dois, vão me matar de rir. – Pediu a duquesa segurando a barriga de tanto rir.

Arthur desdenhou a renegada. Um Bad Blood rolava entre eles, mas aparentemente ninguém desafiaria a dona da festa, ninguém sangrava sem sua permissão, estavam em seu domínio.

- Você ficou linda de cabelo curto, imagina essas pontinhas grudadas no pescoço, cheias de suor. – A duquesa rodeava a dupla, enquanto moças gemiam ao fundo. – Ora pare com isso gatinha. É só uma coisa. Hunff tudo bem, já percebi que está apaixonada, por isso está tão diferente da Mircalla que eu...que eu conheci. – Deu um sorriso safado.

Laura entendeu esse conheceu da duquesa. Droga, estava pensando demais.

Mike passou por elas, na companhia de uma moça. Ambos pelados e enfeitiçados.

Carmilla mostrava-se indiferente. Embora tivesse desviado o olhar da moça, saída de um quadro de deusas gregas.

- Sabe quando ela morrer, ou o sangue dela não te satisfazer mais, tem sempre uma cama minha pra você. – A duquesa entregou a capa de Laura, e foi se enroscar com a moça nua, e Mike fora posto de joelhos perante Arthur abrindo o cinto.

É, ficar lá não era uma opção muito atraente. Rumaram juntas para onde parecia ser a saída, antes dos gemidos da dupla nefasta pular no ar. E foram para a cozinha. Aliás, Carmilla foi para lá, indo para a lavanderia em seguida.

Era uma sala até pequena para o tamanho do prédio, mas o bastante para lavar tudo o que fosse vestido e usado pelos hóspedes. Máquinas industriais e secadoras barulhentas, várias prateleiras com toalhas e lençóis brancos, fora os carrinhos de lençóis sujos abaixo da boca dos dutos.

Laura examinou o abafado e claustrofóbico ambiente, enquanto a outra revirava um carrinho de toalhas sujas.

Não temos tempo. O registro. Pensava a loira, até a vampira tirar um enorme livro dentre as toalhas – Carm além de passiva é telepata?

- Você roubou o registro?!

- Uau você notou? Parabéns. – Sarcasmo ON.

- Não, isso é sério Carm.

- E você estava pensando alguma coisa muito diferente? Tenta pegar isso com o gerente babando em você. Ainda a peste da Aghi, sorte que seu certo e ela se concentrou em você.

- Você me usou? – Já estava se zangando. E quando viu o sim, então que a loira explodiu. – Caramba! Você não tem nada na cabeça?! Sabe onde eu tava?! Eu podia ter sido estuprada naquele lugar. Não basta ter me traído, traído nosso amor e você ainda vem atrás de mim pra piorar tudo?! Me dar pra uma das suas ex?!

- Sério que é nisso que você tá pensando? – Retrucou.

- AAH!!! Eu te odeio Carmilla, você só faz a vida de todo mundo um inferno!!! Vai embora!!! Me deixa em paz!!! Eu resolvo tudo sozinha, não preciso de você!!! – Laura ficou ofegante depois dos rugidos.

- Tudo bem. I'm done. Boa sorte Hollster. Hollis. Ou o nome que você quiser.

Mais uma vez Carmilla deu as costas. E sem nem olhar para trás deixou-a. E Laura outra vez estava sozinha. Foi tirar a máscara, mas esqueceu do livro e o enfiou na cara. Um baita livrão, três palmos de largura, cinco de altura, e a grossura de um livro de Game of Thrones. Pesado e muito velho, talvez tivesse a idade da duquesa.

Feia. Coitada. Ah! Se não fosse uma idosa, teria levado uma bofetada.

Apaixonada.

Carm apaixonada...

Aghi tinha comentado, o que teria enchido a loira de raiva, pois não era ela. Não era o sangue dela. Laura apoiou na mesa de dobrar roupas.

- Por que não podia ser eu?

Ora pois, deveria ser. De todas as pessoas era a mais certinha, tentava fazer o que era certo, e isso não a dignificava ao amor? Era injusto, todo esses esforço para no fim, ser traída.

A duquesa estava certa em uma coisa, Carm estava sim diferente, não só o jeito, mas algo dentro dela, como uma aura luminosa que muda de cor com o humor da pessoa, e a vampira havia tornado de um fraco e opaco cinza, para um forte, vermelho vibrante. O que é essa cor? Afinal, você só pode brilhar, só é digno de brilhar se for pelo certo, fazendo o certo, fazendo as coisas certas e boas.

Carmilla não fazia o certo, muito pelo contrário, fazia as coisas erradas, traia, machucava, não se importava com ninguém. Egoísta. Dormindo com outra, bebendo o sangue de Craule, preferindo essa alternativa tão vil, ao invés de se conter por seu amor. Deixar isso para trás, deixar tudo para trás. Como coisas velhas que você queima no fogo, não podia queimar todo o passado por ela? Para ter com ela uma vida.

Que vida...

Mas ela não quer essa vida, prefere ficar nesse mar de sangue e sexo vazio, com qualquer uma. Mesmo no trem, o jeito dela, e o cheiro metálico.

- Ela deve ter pego alguém lá também. – Laura suspirou, soltando o ar de forma pesada e chateada. Um pouco de lagrimas escorreram, mais uma vez, a loira acertou a mão na máscara, o que a enfureceu uma vez mais, e o adereço foi violentamente na parede.

O livro ficou pesado, chato, incomodo, irritante, o ergueu para atirá-lo longe, então por fim lembrara:

Do pai.

***

Da autora:

Gente perdão o atraso, mas de tudo um pouco deu aki em casa, desde hospital a parentes brotando. Então descupas dadas, GEEEEENTEENNNN Me contem como fomos, Laura respira fundo, come uma balinha, olha o estresse. Eu amo essa história. E vcs Creampuffs, abração de lobo em vcs, e até o próximo ONE MORE NIGHT!!!!!!!!!

One More NightOnde histórias criam vida. Descubra agora