Don't talk about it - parte 1

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AAAUUUUUUUUUUUUHHH!!!
Creampuffs, esse cap tem musica, o link segue no texto, no [Play] pode deixar rolar o som, e podem ler escutando. Espero que gostem, eu amo esse cap. Então partiu OMN!!!

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Carm POV

Horas noite adentro, o trecho final para Treffen era sobe muito e desce muito. Montanhas, outras montanhas, e mais algumas montanhas, não havia motivo para esperar por outro trem, muito menos razão para seguir a linha férrea, que além de ser uma volta ainda maior, era um tanto certo ser visada por saqueadores, ou como tinha berrado Laura: GENTE INOCENTE.

De passadas rápidas era a caminhada da trupe. Carmilla à frente, depois Chlloe carregando a gata ferida, quando serviu de isca viva. Não era uma Shifter comum, mas mesmo que fosse de nascença, também não suportaria tantas transformações simultâneas, a esgotando, até para mais uma mutação. Tanto que ela não teve muita escolha, a não ser deixar-se levar pela canina.

Mais atrás e longe de passadas rápidas, ia Laura atrasando todo mundo, e era Ai! atrás de Ai!, tombo atrás de tombo, já que para ela o escuro, era escuro mesmo.

Não era tanto culpa da loira, pois a lua estava encoberta, e só de raiva Carm ia pelos piores lugares para se pisar, não avisava de galhos, desníveis ou raízes, ou no último caso um toco, que deixou Laura mancando se é que me entende.

E antes que possa ficar com raiva da vampira, permita-me contar a tamanha bronca e sermão passado pela loira.

- Você não tinha o direito! – Vociferava contra Carm, e foram quase três horas dessa gritaria, de mais e mais erros cometidos pela vampira, contra aqueles pobres coitados. – Eles só estavam atrás de algo para comer. Pelo amor de Deus! Você só sabe machucar as pessoas quando gritam por amor? Elas não tinham culpa nenhuma, e vem você sem mais nem menos, e acaba com elas!

Claro que a bronca soou além do trem, alias tudo vindo de Laura parecia sempre ter a ver com mais do que havia.

A senhorita certinha, puta que pariu!

Bela merda!

Aquelas pessoas judiadas, pois é, iam judiar delas se Carm não judiasse as judiadas, se não tivesse quebrado muitos narizes, estaria o delas sem mais respirar.

Começava a dar nos nervos, curioso a loira só lembrar dos injustiçados da guerra só agora, quando por tantos passaram depois de saírem do inferno do dragão, se a loira não tinha reparado, havia centenas deles, assustados e com fome na periferia de Viena, esses nada fizeram com elas, cansados demais, carentes demais, até para ferir.

Já os de hoje, esses estavam assustados, sim, famintos, também, mas não só de comida, difícil dizer quem era humano, ou o tanto de humanidade que poderia haver restado, ou ao que poderia ser chamado de humanidade, comendo uns aos outros, devorando o que tivessem, sangue e carne, tudo, nem ossos da dona do gato sobrariam, nem delas se o clamor da samaritana fosse atendido.

Por um lado, humanos, e por outro nem tanto, como resolver isso? Se não tivesse feito mal, fariam com elas.

- Você não tem ideia do que essa guerra fez, do que ainda faz, de como fez as pessoas sofrer! Você só liga pra você! E pra Craule! – Só de falar o nome a loira vazia uma careta, talvez fosse muito desgostoso para ela tal nome, dando um tempo na matraca, que tornava a falar e falar.

Foi essa chatice na floresta inteira, e o monte antes da subida para as montanhas, por sorte o folego se fez mais necessário que a fala, calando o berreiro da galega. Sorte mesmo, porque naquele ponto a morena cogitava arrancar a língua de alguém, ou torcia para que um bando daquelas coisas viesse e arrancasse suas orelhas, para não mais escutar nada.

One More NightOnde histórias criam vida. Descubra agora