Chaotic

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Carm POV

A enorme bocarra avançou sobre as jovens. Carm agarrou a loira e desviou dos enormes dentes. Pulgas e carrapatos jorraram da porta sobre o lagartão, que roncou irritado pelos parasitas. Alguns passaram pela rolha de dragão, e foram recebidos pela lâmina da vampira, porém nem mais dez espadas davam conta das pestes.

A morena arrastou a loira para a escuridão do salão a direita, Laura perdera a tocha com o tranco. Tudo mergulhou no breu, uma situação não muito problemática para a vampira. Seus olhos noturnos alcançavam o bastante para não tropeçarem.

- Agora eu sei por que essas coisas tão bem alimentadas. – Comentou a vampira. Laura e ela esconderam-se atrás d'uma elevação meio arenosa com som de metal.

Um resplandecer de fogo veio de onde correram, junto ao som da carapaça dos insetos queimando. Mas mesmo após a baforada, o som de patas era ouvido, junto aos esganados murmúrios atrás das pinças da boca. O som ficava mais alto, e mais alto.

- Carm!!! – Gritou Laura, pois um buraco no chão ao lado delas estava infestado das pragas tamanho família.

Antes que mordiscassem suas roupas, elas correram para o meio do salão, afastando-se das paredes, de onde escutaram mais dos relinchos dos bichos. Também puderam ouvir o som de correntes arrastando, e junto do metálico ruído, viera o rugido da grande fera. Agudo, quase um grito de dor.

Espiaram às costas, só deu tempo de ver a luz encher o longo pescoço, pois tão logo correram para trás de uma pilastra, e então, tudo virou luz em torno delas. Cada cusparada torrava mais insetos, e acendia algumas tochas, debilmente iluminando o lugar, o bastante ao menos, para direcioná-las.

A grande fera grasnava, mugia e relinchava, ao mesmo tempo que parecia gritar, faltava barrir, mas as bestas demoníacas de uma bruxa cabeluda não faziam falta.

A quentura subiu, como se sobe o calor de beber um quente chá.

E do pior, tirou-se o melhor, pois bafo de forno vislumbrou a arquitetura e o brilhoso chão. Carm mirou a estrutura nas paredes, andares e mais andares trepando na rocha até perder de vista. Que horrorosa sorte, um elevador ao fundo do salão.

Ambas correram em direção ao subidor. A primeira reação da loira fora apertar o botão como se sua vida dependesse disso.

- Sério? – Murmurou Carm.

- Tem uma ideia melhor?! – Berrou a loira com o dedo quase atravessando o botão.

Chamas dançaram.

E Carm puxou Laura para a extremidade esquerda do hall. Mais insetos brotaram do chão trincado. Restava apenas fugir para o alto.

Mas como? Era a pergunta de um milhão de reais.

Parte do piso dos andares estavam destruídos, marcas de garras do escamoso decoravam as pilastras e paredes, ornando com o chão dourado de ouro derretido. A morena brigou com duas pulgas, chutou e passou a peixeira, até a loira apontar uma entrada a qual não cuspia insetos. Correram para lá, e os arquitetos do castelo deviam ganhar um prêmio, pois a procurada diagonal em degraus, estava do lado de fora. Sem pensar subiram apressadas por dois andares, até darem de cara com um deslizamento. Obrigando-as a retornar aos andares internos.

Alguém de um prêmio aos engenheiros daquele lugar, pois havia uma escadaria espelhada na parede oposta. Deram a volta pelo corredor pendurado na parede curva. Outra vez Laura foi de cara no chão, não por incompetência em equilibrar-se de pé, mas por um chute da morena, milagre não quebrar o nariz. Na mesma hora em que ia reclamar, uma lança furou o chão entre suas pernas. Do alto goblins armados de lanças, arcos e bestas, disparavam tanto no escamoso, quanto nos insetos ou elas.

One More NightOnde histórias criam vida. Descubra agora