Don't talk about it - parte 3

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Laura POV

Matar Danny?

Fácil deduzir a resposta, mas pensar nela era bem ruim.

Tá certo que elas nunca foram muito de se entender, mas chegar a isso? Por quê?

Kirsch apertava o volante tão firme quanto seu último par de meias limpas, exasperado contava como fora a volta da hospedaria com Danny. E como os sanduiches que levavam, foram para o teto.

- A gente chegou, e do nada POOOOW!

POOOW, o que?

Laura rezava para não baterem, pois o caminhão de lenha estava competindo com um carro de fórmula 1, e o cinto frouxo batendo no banco, jamais teria forças para segurar uma batida. Foi um recorde de subida até o alojamento dos lenhadores.

- Kirsch pelo amor de Deus me explica o que tá acontecendo. – Pediu Laura.

- Eu derrubo arvores desde menino, mas nunca vi uma arvore cair de horizontal. – Disse o rapaz, mas sentido nenhum havia. – A Danny caiu pra dentro, eu corri, e vi ela chegar na porta, daí alguma coisa me agarrou, e me jogou pela janela. Danny me mandou fugir, mas eu não podia deixar um irmão na mão. Acho que você é a única que ela vai escutar.

Laura já havia entendido tudo, mas um último detalhe a fez questionar razões desconhecidas, sombrias, ao ver dois pequenos furos vermelhos, sangrando no pescoço do amigo. Nenhuma explicação mais podia ser dada, e quando se deu conta, estava furiosa. Assim que chegaram, havia três lenhadores caídos do lado de fora, outros dois assustados na garagem. Sons de luta, passos fortes, carne e ossos se chocando.

Laura teve dificuldade para passar o tronco que arrebentara a porta, a tal arvore a cair na horizontal, e que teria golpeado Danny. O interior do alojamento tinha beliches destroçados, vidro das janelas para todo lado. E no meio de tudo as duas mulheres travando uma feroz e violenta luta.

Carm sangrava, mas não tanto quanto Danny. A lenhadora levou uma direita no queixo, o que a arremessou no telhado, arrebentando as telhas e jogando-a para fora. A vampira saltou pela janela atrás da presa.

Laura escorregou com as pernas apertas no tronco, antes de poder sair, e correr para dar a volta no alojamento, e assim que viu a vampira ordenou-a:

- PARA CARM! – Rugiu. A morena a mirou, porém assim que o fez, foi erguida pelas pernas com a lenhadora no meio, e jogada no chão.

Danny dominou por cima, socando o rosto da adversária sem parar, o punho fazendo um fio de sangue na trajetória do sobe e desce. Carm acertou uma joelhada entre as coxas da ruiva, que desfaleceu em dor, tempo o bastante para ser levada num balão direto na parede do alojamento.

Mesmo de ponta-cabeça a raiva no olhar da lenhadora era quase solido.

- PAREM VOCÊS DUAS!!! – E elas iam escutar?

Carmilla levantou e atacou feito touro, usando as costas da lenhadora como broca, abriu um enorme buraco entre as toras da parede. Dentro do alojamento a violência desenfreada tinha a forma em rosnados, movimentos em socos, cor em sangue. A loira tentava o diálogo com as duas, porém não dava muito certo.

Mais vermelho pintava o chão, seguindo os punhos em fios escarlates. Carm acertou um cruzado na bochecha. Danny enterrou o joelho nas costelas abaixo da axila. Ambas guincharam de dor, ao passo em que faziam a outra de tamborim, fosse de dor, fosse a carne alheia comprimida.

- QUEM TAVA COM VOCÊ!!! – Rugiu Carm.

- A SUA MÃE PORRA!!! – Respondeu Danny furiosa, afastando a morena num chute, armando-se de uma cadeira e arrebentando-a na vampira.

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