Colateral - parte 1

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Carm POV

Inútil... rosnou dentro de si.

Uma longa e extenuante noite, para nada.

A vampira retomou a compostura assim que passara as arvores certas, e rochas posicionadas com a rede de runas cambalhota. Longe da proteção no lado de dentro, escutou o tenaz tilintar de ferro sendo moldado. Algo magico trancava o som para dentro, não muito diferente estava seu peito, segurando uma avalanche de frustração.

Faíscas saltavam, cada vez que Thomas descia o martelo num formão cheio de runas, moldando linha atrás de linha. Que trabalheira do cão, aquecera inteiro o recinto, trabalhando no que parecia uma canoa, ou inicio de cavalo de ferro. Um pedaço bruto de metal incandescente, apoiado em oito pequenos cavaletes de aço por toda a extensão inferior.

Ademais grande, ademais estupido.

O que diabos Craule encomendara? Uma estatua de bronze em tamanho real?

Um miserável segundo; e o peito doeu.

Sai fora, não agora! Rosnou por dentro.

- Vai montar nisso e sair andando? - Perguntou ao ferreiro.

- Talvez. Se eu conseguir limpar, tá cheio de sujeira, ferro de corrente, fuligem de outras armas. - Thomas enxugou a testa nas costas da mão enluvada.

- Sai um pouco daqui antes que você derreta. - Chamou a vampira.

Do lado de fora Chlloe voltava com o caminhão, e um farol quebrado.

- Quem te ensinou a dirigir? - Resmungou a morena.

- Não lembro, mas o farol ai foi a senhora que quebrou quando viemos da primeira vez, pé de chumbo. - Comentou a canina.

O amor é lindo, não é mesmo?

- Credo garoto! Tá derretendo? - Chlloe entregava umas caixas de mantimentos para o suado ferreiro. - Vai tomar um banho.

Eles foram para dentro da garganta da mina, lá Chlloe montou sanduíches e sem cerimonia encheu a boca da vampira de pão.

- Tortura não é mesmo pra você. - A canina fez menção as múltiplas sessões com os caçadores. - Alguma coisa na torre?

- Derrubaram. - Carm contou da pista que haviam passado na volta para Treffen.

Pista para lugar nenhum.

Já havia subido e descido aquela montanha, já havia parado naquele mesmo lugar, na mesma merda de torre.

Verdade era o que aquele moleque mimado de capa verde aguá dissera. A mando da chefia, derrubaram as comunicações. E para que?

- Por isso ficou aquela buzina esganiçada da ultima vez com a Craule. - Lembrou-se Chlloe de um telefonema que rendeu uma apertada numa vampira.

- E eu que reclamei tanto dela ficar pendurada naquele telefone. - Comentou Thomas com uma azeda risca horizontal na boca.

- Sabe alguma coisa sobre isso? - Carm na pergunta de cortesia.

- É claro; não sabe? Ser ferreiro é só o meu hobby. - Aquele sarcasmo contagiante. - Eu acho é que não querem que os pais fiquem sabendo da merda aqui. Eu sei que estava difícil conter os mordedores. São muitos grupos, e se movem rápido, eles devem estar tentando esconder que não estão dando conta, você viu, comandantes não são nada, da noite pro dia era o Raphael a bola da vez. Ele até pode ser favorito do Vordenberg, mas se de motivo tá fora.

- Aquele cara que tava com você, ele pode saber de alguma coisa? - Questionou do caçador que evitava os olhos de Thomas.

- Talvez, eu posso tentar falar com o Manaus. - Ele ficou mais vermelho que a fornalha. - Mocinha, você andou dormindo? - Perguntou para receber nada como resposta.

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