Não confie, nem em mim

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Carmilla POV

- Carm...humm... - Gemeu Craule com a vampira entre as pernas por baixo do lençol.

O cheiro do sangue fresco escorrendo, havia terminado de morder a coxa, para logo depois atiçar o centro de prazer da loirinha. Não demorava quase nada para começar a pingar com seus toques. Quase. Mais um pouco. Um pouco mais.

"Vai vir pra mim antes do sol raiar" Pensou a vampira.

- COFF! COFF! Podem terminar logo por favor? - Tossiu um homem ao lado da cama.

A vampira caiu abruptamente no chão levando as cobertas.

- TIO VAN HELLSING?! - Apavorou-se Craule tentando se cobrir com as mãos.

O que dirá Carmilla embalada num lençol, de frente com um caçador de verdade.

- Seu tio? - Perguntou mais confusa.

***

"Será que um dia acordo sem cair da cama?" Pairou em sua cabeça, enquanto as arvores passavam diante dos vidros embaçados do carro. Como fora parar ali?

No banco de trás de um Dodge sedan 47, frente ao lendário caçador de monstros?

Barba pontiaguda, cabelos negros como os seus, e uma leve cicatriz da têmpora direita cruzando o nariz até a mandíbula esquerda. Como se um leão tivesse lhe dado um tapão. Quase dormindo calmo como um cemitério. Ao lado dele a espada fio de prata dentro da bainha.

A essa distância a vampira era presa fácil.

De frente com ele com Craule inquieta ao lado dela. Furiosa da presença do tio.

O ar desconfortável, a levando uma vez mais àquele castelo metido a Sonserina. Da ultima vez fora por causa de um lobo burro, uma centopeia humana e uma cobra enorme. Carmilla soltou o ar frente a grande porta de entrada. Sem saber o que era pior, a sombria porta a sua frente, ou á suas costas:

- Transando com uma vampira, menina você não tem vergonha na cara não?! - Gritou o caçador.

- Cala a boca, o que você tem com isso velho?! - Ralhou a caçadora.

- Como o que tem haver? Até nas pernas meus Deus!

A porta bateu abafando o resto da vergonhosa conversa.

A vampira entrou no castelo metendo o pé em várias malas - a bagagem do novo centurião da Styria.

Dentre várias cores, tamanhos e formas, escolheu um velho baú como cadeira até que aparecesse Stuart, mas isso não aconteceu. No lugar dele surgiu um homenzarrão. Pele chocolate, muito forte, dois metros de músculos num uniforme de mordom quase estourando os botões, sorriso branco como leite, e os olhos avelã. Fez ele uma breve reverencia, e voltou a carregar as malas escadaria acima.

Talvez ele fosse um servo menor, tão insignificante, que não servia para mais além de carregar malas.

Bom recordava-se do caminho para o salão da última vez. Olhou envolta o show de mal gosto do século 15 em diante nos quadros. Virou um corredor, quando escutou um fraco grito feminino vindo de um dos quartos.

- ISSO! NÃO PARA HARRY, EU TO QUASE!!! - Escandalosa como sempre, e sem um pingo de vergonha na cara, Sophia.

Coitado de Harry, seria o novo centurião ele? Ou era só o primeiro que ela achou por ai? Pouco importava. Carmilla apertou o passo de modo que os gritos da escandalosa findaram. A porta do grande salão, ornada da serpente escurecida; empurrou, mas ela nem se moveu, escutou um murmúrio, em seguida puxou a maçaneta e escamas verdes de beira dourada saltaram em sua cara.

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