Laura POV
Os sons da morte avizinhando-se, em tambores, em rugidos de fogo. Porém, nada era mais aterrador que a fera a sua frente, subindo nela, ardendo sua ferida.
Pressa tinha Carmilla, apertando, tirando tudo da frente, até ter acesso a sua pele. Mal deu tempo de resmungar do buraco de seta, o que dirá das costas ao bater no elevador. De uma vez sentiu boca da vampira ferver. Apertava e puxava, a sensação era insana.
Calor e fome juntos.
A força desvairada era tanta, que resistir era inútil, e render-se, sua única opção. Indo ao chão com a morena, sem terminar o dolorido contato.
"Será que com a Craule foi assim?
Dói tanto assim?"
Perguntava-se puxando os cabelos da outra. Carmilla estava de joelhos entre suas pernas, puxando-a cada vez mais, o quadril suspenso por suas mãos, enquanto o resto do corpo ficava apoiado sobre o pescoço e ombros.
O peito; o peito bombeava descontrolado.
Tomada daquela loucura.
Aquela violência.
O desejo de ser possuída por ela.
Se.
Outro lugar.
Outro cenário.
A loira não resistiria...
Pelo contrário, pediria por isso, até mais.
E seria muito errado render-se?
Iam morrer naquele inferno mesmo, que mal teria, ir ao paraíso uns minutos? Embora pudesse confessar: uns minutos não seriam o bastante para amansar sua sede, e não era da sede de Carmilla que falava.
Porém o desejo de prazer diluiu na dor, e essa mesma sensação saia de seu ferimento, não apenas o contato, tinha uma outra dor, uma mágoa escondida, alicerçada sob as sombras do coração, e você pode mentir, se enganar o quanto quiser, enquanto finge que nada há, apenas segue sua vida, como se estivesse tudo bem. Como todos esperam de você, pior cobram que se mostre o quão além das dores mundanas você está.
"Por quê? Por quê? Por que tem de ser assim?"
Martelou sua mente, e por estranha razão, as perguntas não eram obvias, bem como a história delas.
- Carm. – Gemeu em dor, sem suportar mais o sangue peneirar entre os músculos, amamentando a cria de ódio.
A cabine sacodiu com o tranco da vampira jogando-se para trás, um fio vermelho escorria da boca. Ofegante e desorientada, adjetivos para ambas. Laura mirava a portinhola do teto, quando escutou a queda da outra.
A vampira mal dera um passo fora do elevador, e lá estava de cara numa poça vermelha, que não muitos segundos atrás, habitava as veias da loira.
A antiga proprietária do carmim, foi até a morena, virou-a e deu de cara com o pior quadro possível dentro do atual contexto.
Os olhos brancos, a boca cheia de espuma, e o corpo dominado de estresse desenfreado. Uma convulsão.
- Isso não é hora! – Exclamou, como se lá alguém controlasse quando vai atacar de convulsões. Ela tirou uma das blusas para apoiar a cabeça da morena. – É só sangue, desde quando tem alergia? Por que tá acontecendo isso? – Resmungou, como se tivesse acabado de montar um quebra-cabeça, e a última peça não encaixasse.
Voltou os olhos ao teto do elevador, e mesmo com dificuldades teimou de subir.
Droga!
Paredes até onde podia enxergar, não havia andar próximo. E a vampira tinha razão, estava quente, longe demais da superfície. Laura não suportava mais a dor na barriga, tendo de sentar-se. Uma das mãos equilibrou o tronco, enquanto a outra apertava sobre o buraco da barriga.
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One More Night
FanfictionAVISO: Se você procura uma história bonitinha, por favor NÃO leia essa fic.(+18) Carmilla viaja até sua antiga casa. Num mundo totalmente novo para ela. O século 20 abraça a vampira que, busca uma saída para seu verdadeiro lugar. Até ela conhecer La...