As três velhas acompanhavam a cada movimento da frigideira, pareciam crianças aprendendo uma receita da Ana Maria Braga.
- Assim que vocês fazem o bife. – Dizia Craule revirando as cebolas. – Por último joga o champignon.
Carmilla, Chlloe e Sam, sentadas à mesa, completamente hipnotizadas das sabias advertências, avisos, e dicas de como não se liga um fogão.
"Não gire os botões, se o fosforo estiver longe"
"NÃAAAOOO!!! Espera o cheiro de gás passar antes!"
"Tem de colocar óleo pra fritar"
"Isso tudo de sal não!"
"Carmilla, isso não é sal, é açúcar"
"Você pelo menos sabe o lado certo da panela?"
Sabias palavras, pois dominara o monstro de ferro e bafo de gás. Craule tinha dado uma bronca nas três piromantes – vocês estão ficando loucas?! Querem explodir a casa?! – mas foi apenas encarar o carente olhar, para perceber a real, e completa inocência delas, em verdade, não compreendiam o mínimo, as três tinham mais de cem anos, e facilmente queimariam miojo. Não haviam vivido muito da tenra idade de suas respectivas épocas.
Uma passou a vida virando lixeiras, outra esperando os clientes pagantes de seu uso, e a última passou a pouca vida de antes como moeda de troca.
A loirinha suspirou e deu uma aula de como ligar, esquentar e temperar o bife para fritar. Também mostrou como cebolas fazem milagres junto a um bife.
Chlloe comeu junto da gata sobre a mesa. Por que Sam preferia a forma de gato? Bom uma certa cadela rasgou a única roupa que tinha. Carm recebeu um bife bem malpassado, o que a deixou marejada, não só estava suculento e delicioso, mas também, estava conseguindo comer sem passar mal.
As três, tão antigas, e vividas; meras crianças nesse mundo tão grande e misterioso. Lado a lado numa mesa, aprendendo sobre um fogão numa cidadezinha no fim do mundo.
- EI! Não tem janta hoje?! – Gritou sr. Moltaff com a cabeça para dentro da cozinha. O barrigudo e bigodudo hospede do quarto 12.
- Tem sim, senta ai, prometo que não vai morrer com minha comida. – Respondeu Craule. – Carm da uma olhada no freezer pra mim. – Apontou os enormes baús encostados na parede.
De estranho bom grado a morena abriu o tal freezer, e não pode crer:
- Craule ta nevando! Ta nevando aqui! É inverno dentro da caixa. – Relatou a vampira. Chlloe correu para ver a caixa que fazia inverno, junto da gata que pulou lá dentro.
- Gente não entra ai não! – Desesperou-se a loirinha puxando a felina com as patinhas geladas. Sr. Moltaff alisou os bigodes dele e da gata jogada sobre a mesa.
Pelo visto Perry já tinha deixado pronto o jantar, café, e almoço dos hospedes, cada um com sua marmita congelada. Até mesmo uma com o nome de Chlloe, Carmilla, Craule e Sam – MÃEZONA dona Perry.
Dois hospede apenas, sem contar a tropa da vampira, elas aprendiam muitas coisas com a loirinha, e a loirinha tinha uma senhora paciência em explicar sobre a merda do freezer, ou como esquentar as coisas em banho maria. Chlloe e Sam lambiam o prato, e Carmilla fazia o mesmo, a comida estava saborosa demais.
Poucas horas depois todos se recolhiam, a canina transformara-se em cão, servindo de cama para a gata. Ambas sobre o tapetinho da cozinha. Enquanto a caçadora guardava os pratos. A vampira não conseguia parar de olhá-la. Como num flash havia visto as costas de Ana, mas, por quê?
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One More Night
Fiksi PenggemarAVISO: Se você procura uma história bonitinha, por favor NÃO leia essa fic.(+18) Carmilla viaja até sua antiga casa. Num mundo totalmente novo para ela. O século 20 abraça a vampira que, busca uma saída para seu verdadeiro lugar. Até ela conhecer La...