Capítulo 18

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Lindsay Philips

Eu não consigo dormir, eu acho que já se passa da meia noite, o grandalhão chamado Lorenzo está roncando sentado no canto do cativeiro. Taylor está com a cabeça entre os joelhos desde que eu mandei ele calar a boca.

— Lindsay — pra acabar com a minha paz ele levanta sua cabeça. Seus olhos estão tristes. — Eu peguei Sebastian no portão, também chamei a ambulância, seus pais não quis... — O interrompo.

E do que adiantava esse teatro de bom moço?

Vidas inocentes morreram por causa dele e talvez ele quisesse matar eu e meus irmãos também.

— Para de teatro! Estamos em um cativeiro, acha mesmo que vai colar? Só para de conversar, por favor. — Olho para os meus pés.

Quando a gente pensa que já passamos de tudo nessa vida, ela vem e te dá uma rasteira.

— Você tem que entender, eu não sou culpado. Eles mentiram para você! — Torna a colocar à cabeça entre os joelhos.

Que saco!

Cada pessoa diz algo diferente, isso me confunde.

...

Estou olhando para o nada, pensando na versão contada pelos sequestradores. A porta do cativeiro se abre e Travor entra com Bianca que olha sorrindo para as suas unhas postiças que pareciam recém pintadas e colocadas. Eu não sei o que é isso a tanto tempo, eu não gosto de unhas postiças, porém pintar eu amo.

Olho para Taylor, pelo que parece o mesmo se encontra dormindo, já que sua respiração está calma e ele não se mexe.

Eu não consigo dormir, desde que cheguei foram poucas as vezes que consegui descansar.

— Olha, ele dormiu. — Travor o observa com um sorriso malicioso no rosto e sai logo em seguida

Tento fazer algum movimento para Taylor acordar, mas não dá, Bianca agora não tira os olhos de mim. Eu estou com ódio de Taylor, mas não ao ponto de querer ele ser morto dormindo, vai saber o que Travor foi fazer, esse pessoal é uma caixinha de surpresa.

Passa alguns minutos, a porta do cativeiro se abre novamente, Travor entra com um balde cheio de água gelada com cubinhos de gelo dentro. Eu não acredito que ele vai fazer o que estou pensando. dito e feito, Travor joga sem dó a água em Taylor que se assusta tremendo, por causa do gelo.

Travor rir sem parar pondo a mão na barriga.

— POR QUE F-EZ ISSO, TRA-VOR? — Taylor grita batendo queixo.

— Por diversão e pra ver seu sofrimento! E assim vai ser até decidirmos como matar você e sua prima ou namorada, seja lá o que ela for sua. — Fica sério.

— NÃO SOU NAMORADA DELE! — Grito.

Bianca vem até mim e me dá um tapa cara, me arranhando com suas unhas postiças.

— Não toque nela sua vagabunda! — Taylor olha pra ruiva e tenta se aproximar de mim, mas me afasto.

Começo a chorar. Eu só quero a minha vida de volta, eu não aguento mais apanhar, ser tratada como um nada. Eu nem tenho culpa de nada.

— O que você disse, Taylor? — Travor trinca os dentes.

Não responde, não responde, não responde.

— Que Bianca é uma vagabunda! — Repete.

Travor se aproxima de Taylor e dar um murro em sua cara. A cabeça de Taylor cai pra trás com o impacto jorrando sangue pra cima.

Meu Deus! O nariz dele está sangrando!

— Estou a um fio para te matar seu imprestável assassino! — Semicerra os olhos.

— Eu amava a sua irmã, Travor! — Cospe o sangue no chão quando volta ao normal — jamais fazeria mau a Carly, se você quer saber, ela estava grávida, você acha que eu fazeria mau ao meu filho? — Arquea uma sobrancelha.

Travor dá alguns passos para trás sem expressão no rosto. Acho que ele não sabia que a irmã estava grávida.

— Você é um mostro, Taylor. — Diz cada palavra lentamente.

Olho para Bianca, ela está chorando. Devia ser muito próxima da falecida.

E por que eu estou me importando?

Quero que todos eles vá pro inferno!

— E quem é você pra apontar o dedo? Sua irmã só não conhecia direito a família que tinha. E em parte foi melhor Carly ter morrido, assim não iria passar por tanto sofrimento quando descobrisse o que vocês fazem. Que o trabalho honesto que diziam ter, era uma farsa. — Rir sem humor.

Travor olha com mais fúria para Taylor.

— Era para o bem de Carly e ela entenderia! — Fica de costas para a gente.

— O que vocês fazem? — Me pronuncio encolhida.

Que mania de ser curiosa, isso já me deu muitas consequências e mesmo assim eu não tomo jeito.

Que merda!

Taylor me olha e Travor olha para Bianca apontando pra mim com a cabeça. A ruiva limpa suas lágrimas e se aproxima de mim novamente, fecho os meus olhos esperando o tapa na cara.

Todavia não sinto nada, abro os meus olhos, vejo ela abrindo o cadeado que prendia a corrente no meu pé, ela me puxa para fora da cama, me pondo de pé e aponta uma arma pra minha cabeça, começo a chorar, quero dizer, não tinha parado, então continuo a chorar.

— Eu estou cansado de vocês dois! Você — aponta para Taylor - é um assassino que acha que pode nos fazer de idiota! E você — aponta para mim — é uma garota riquinha, que pergunta demais se tornando irritante. Não irei mais prolongar suas mortes! LORENZO! — Chama o grandalhão.

Ele entra no cativeiro com uma arma nas mãos. Me desespero.

Eu não posso morrer assim, eu tenho que me formar, tenho que fazer faculdade, tenho que dizer mais verdades na cara dos meus pais, tenho que abraçar meus irmãos, tenho que contar a verdade pra Amber sobre a verdadeira origem dela.

— Ajoelhe eles um ao lado do outro, morrerão juntos! — Travor ordena.

Bianca me obriga a ajoelhar. Lorenzo pega Taylor e o traz o ajoelhando ao meu lado.

— Por fa-vor não me mate! Eu nem te-nho nada a ver com o pro-blema de vocês! — Imploro entre soluços.

Escuto um barulho forte de algo caindo no chão, fecho os meus olhos e escuto tiros.

Meu Deus, eu vou morrer!

Alguém se joga sobre mim, caímos no chão batendo a minha cabeça, acabo desmaiando.

Será que é o meu fim?

Amo vocês, Amber e Sebastian!

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora