Capítulo 27

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Taylor Matthew

Todos já estão dormindo e eu não consigo. Ver Travor sendo machucado daquela forma não é muito natural pra mim. Sei que ele não pensaria mil vezes antes de fazer aquilo comigo, mas eu não sou ele e achei que aquilo foi pura covardia.

Como será que estão todos?

Depois das últimas novidades proibiram visitas à mim. Sinto saudades de ver minhas amigas.

...

— E aí? -— Otávio se senta ao meu lado sorridente.

Eu o olho sem entender.

— E aí o quê? — Digo.

Ele rir.

— O que achou da surra que mandei dar no Travor? Ele estava te importunando. — Bebe o seu café.

Eu nego dando um gole no meu.

— Achei covardia. — Digo sincero.

Otávio fecha a cara.

— Taylor, aqui não é um parque de diversões ou um passeio cara, aqui tem gente da pesada, acha que eles importariam se fosse com você? — Nega.

— Mais não era e eu não sou eles. Eu realmente quero sair daqui Otávio. — Suspiro.

— E vai. Porém se fazer de bom moço aqui não cola. — Avisa.

Eu nego novamente.

— Não estou me fazendo de bom moço, apenas não sou nenhum assassino ou da laia deles pra mandar fazer tal maldade! — Digo chateado.

Otávio bufa.

— Por acaso está me chamando de... — O interrompo.

— Não, não estou. Só expliquei que não gosto de fazer maldades. — Deixo claro.

Alguns policiais entram no refeitório e vem até mim.

— Mais novidades, vamos! — Diz.

Me levanto e eles colocam às algemas. Me levam para à sala do outro dia e quando chego todos do dia anterior estão, só que com uma pessoa a mais, Renan, o porteiro do prédio que eu morava.

— Olá, Sr. Matthew. — Meu advogado como de costume me cumprimenta.

Eu assinto olhando para Renan.

— Vamos ao assunto. Temos mais uma prova, melhor, testemunha a seu favor, Taylor. — Danniel diz sério, mais sério do que já vi.

Eu sorrio. Não acredito. Mais um pouco e eu vou está fora daqui.

— Temos apenas um porém para pôr um fim no seu caso. — O delegado começa e fecho o meu sorriso — o pessoal da casa ainda não deu sinal de vida e ninguém sabe deles. Até achamos telefone, emails e tals, mas não tivemos retorno.

Sorte nunca foi o meu forte mesmo.

— Ok. — Suspiro e olho novamente para Renan que está sério — o que ele tem haver com o meu caso?

Vejo ele ficar tenso.

— Ele te contará. Vamos pessoal, daqui 5 minutos voltamos. — O delegado sai junto com o resto.

Renan se senta de frente para mim inquieto.

— Vou ter que perguntar? — Digo o olhando.

Ele abaixa o olhar e suspira.

— Na minha defesa, eu não imaginava que iria acontecer um assassinato lá em cima. — Começa e continuo calado — naquele dia Dona Carly estava estranha, mais feliz que o normal, até cantando estava, você sabe que ela era meio tímida pra isso. Um homem algum tempo depois que ela entrou, saiu do apartamento, eu estranhei porque não tinha o visto entrar no predio, fui perguntar quem ele era e ele começou com um papo que me daria um bom dinheiro para eu cortar os videos das câmeras de segurança do seu apartamento, dos fundos do prédio e da frente. Eu me recusei um bom tempo, porém depois ele disse que eu seria demitido por não ter o visto entrar caso ele fosse ferrado e eu fiquei com medo e fiz o que ele me pediu. Eu juro que não queria ter feito você ser preso. Eu pensei que as polícias tinham deixado seu caso de lado. — Começa a chorar e eu só consigo sentir raiva nesse momento.

Deixar de lado?

Argh!

E por acaso ele já viu algum caso ser esquecido? Talvez arquivado, mas mesmo assim sendo resolvido em segredo!

Que ódio!

Se esse imbecil tivesse abrido a boca antes, talvez eu nem tivesse nessa cela hoje.

— Eu não consigo dizer nada agora, porque a minha única vontade nesse momento é de te encher de murro na cara. — Digo friamente e ele engole em seco.

Ficamos em silêncio um bom tempo, até que o pessoal volta para a sala.

— Taylor, escutamos a conversa e vou complementar a fala dele — Danniel aponta para Renan e depois olha pra mim. — Às características do homem que ele diz bateu com as do homem que estava com a Carly nas fotos. Ele disse também que não sabe do nome do homem e isso é menos um pra gente. Porém o seu caso está mais avançado que muitos.

Eu assinto com os pensamentos a mil.

Eles me algemam e me levam de volta para o refeitório. De primeira outros policiais estão separando uma briga no fundo do refeitório. Otávio está jogando xadrez sozinho alheio. Depois de tirarem as algemas, vou para onde Otávio está.

— Tenso em camarada. A gente acha que conhece as pessoas, mas na verdade não conhecemos ninguém. — Otávio diz sem me olhar.

Ah, não. Tá de brincadeira!

— Por que você sabe de tudo da minha vida, hein? Cuida da tua! — Digo sem pensar e me arrependo.

Ninguém tem culpa da minha vida ser ferrada.

— Meus meios. E estou cuidando da minha, porém eu só estou tentando te ajudar nisso aqui. — Dá de ombros e suspiro.

Otávio tem sido um bom companheiro e eu só digo merda à ele.

— Desculpa, cara! É que isso está acabando com minha paciência e eu nem posso ver as duas únicas amigas que tenho. — Explico sem graça.

Otávio sorrir.

— Sem problema. Vamos jogar? — Arruma as peças e assinto.

Xadrez é o melhor remédio para acalmar os nervos. Pelo menos o meu.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora