Capítulo 25

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Taylor Matthew

A porta do refeitório se abre e Otávio sai dela todo roxo. Corro até ele.

— Como você está? — o ajudo se sentar.

Ele arfa um pouco quando se senta e continua em silêncio olhando pra algo a frente com raiva. Olho pra trás e vejo um grupinho ao redor de Travor rindo e olhando pra gente.

Idiotas!

— Seu inimigo arranjou um terrível problema comigo. — Otávio diz depois de alguns minutos.

Engulo em seco. Tudo culpa minha.

— Não cara, se você arranjar confusão logo agora eles vão aumentar sua pena e você nunca mais verá sua família. — Aconselho triste.

Otávio sorrir sombriamente com o olhar ainda focado em Travor.

— Não sou burro. Eu tenho meus meios de foder com a vida dele. — diz e me olha — veja o que vou te dizer como um conselho, caso demore tanto pra você sair daqui, tem presos aqui que não tem nem a chance de ver o sol lá fora de perto novamente, pelo crime ter sido mais que um absurdo. Por causa disso eles estão dispostos a tudo pra conseguir muita coisa de fora que os faça viver aqui. Não tenho orgulho disso, mas sou amigo da maioria dos daqui. — termina de falar e pega o xadrez embaixo da mesa.

Acho que tenho que aprender muito aqui dentro.

...

— Ei! — gritam batendo na grade e levanto assustado.

Olho confuso para o policial.

— O que houve? — esfrego os meus olhos.

— Novidades. Venha logo! — ordena e eu fui até ele e me virei de costas.

Ele coloca as algemas em mim e vamos pra sala de visitas. Quando entro na sala, está meu advogado que ganhei do estado, o delegado e um outro homem mais velho.

— Olá Taylor. — meu advogado me cumprimenta com um sorriso cansado.

Aceno com a cabeça e me sento.

— O que está acontecendo? — pergunto logo.

Eles se entreolham.

— Bom, antes de tudo, sou Danniel, agente da Polícia Federal, modéstia a parte o melhor de todos. — diz sem emoção.

— Sr. Matthew, temos uma novidade em seu caso que achamos que você não saiba. — o delegado continua e arqueo a minha sobrancelha com o coração a mil.

Meu advogado pega algo em sua pasta e coloca em minha frente. Espalho os papéis e fico mais confuso ainda ao ver que são fotos.

— Quem é esse cara? — pergunto com raiva.

Nas fotos aparecem ele beijando Carly no dia do assassinato um quarteirão antes do meu apartamento, outras mostram Carly conversando com ele por um bom tempo e outras ela entrando pela frente do prédio e ele pelos fundos.

— Esperávamos que nos respondesse Sr. Matthew. — o delegado diz surpreso.

Meu advogado suspira.

— Sr. Matthew, essas fotos é de um prédio que tem câmeras que tiram fotos a cada segundo. Só que descobrimos uma casa mais perto que gravou um vídeo, estamos esperando o agente Danniel conseguir ele, talvez isso nos ajude a descobrir quem é esse homem e se ele tem algo haver com a morte da senhorita Carly.

Assinto com a mente longe.

— Era pra gente já ter conseguido — Agente Danniel começa — mas os donos do local estão em uma viajem a trabalho e quem nos informou disse que não sabe quando voltarão. Estamos a procura de contato com eles, porque o informante também não sabe o contato deles ou algo do tipo. — explica.

Meu Deus.

— Antes de voltar para a sua cela, também queríamos te perguntar algo. O que você sabe sobre o seu porteiro? — o delegado pergunta.

Procuro lembranças do que sei dele na mente.

— Sei que ele começou a trabalhar no prédio um dia depois que me mudei para àquele prédio, sei que tem ou tinha uma noiva, que é de bem com a vida e só. — digo e os olho.

— Bom, era só isso. Podem levá-lo. — ordena e vêm me levar.

...

— Bom dia. — digo a Otávio quando chego ao seu lado no pátio.

Era dia de lazer, alguns estavam fazendo crochê, outros jogavam bola e por aí vai.

— Bom dia. Parece que você está mais perto do que pensa da liberdade. — diz e o olho espantado.

O homem sabe de tudo que acontece! Parece até bruxaria.

— Não é bem assim né — rio fraco — apenas novidades em meu caso. Quem te conta minhas coisas? — pergunto intrigado.

Otávio dá de ombros e se levanta de onde está sentado.

— Vou jogar agora. — me entrega o livro que estava e vai pra onde os outros estão jogando futebol.

Olho a capa do livro e está escrito "O lado bom da vida- Matthew Quick"

Parece ser bom, abro ele e começo a ler. Fico alguns minutos lendo, até sentir um impacto e ele ir parar no chão. Olho pra pessoa que bateu no livro.

— Que fofo. Está lendo, é Taylorzinho? — Travor rir e fecho a cara.

Eu não o odeio por tentar me matar, mas por ter feito tudo o que fez com a Lindsay e sua família.

— Vai à merda, seu babaca! — inclino e pego o livro do chão.

Escutos passos se aproximando, quando olho só vejo três presos gigantes espancando Travor sem dó.

Arregalo os meus olhos assustado. É aterrorizante de ver.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora