O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1

Capítulo 62 | BÔNUS

Kenny Phillips

— Como vamos chamaro o nosso filho? — Alê pergunta passando a mão na barriga.

Sorrio ao perceber o nosso filho chutar.

— Que tal Heitor? — Sugiro e coloco as minhas mãos em sua barriga.

Reyler entra na mansão e nos olha. Ela bufa e sobe para o segundo andar em seguida.

Pode parecer que sou o único culpado nessa história, mas não, ela teve a maior culpa nesse desastre que foi o nosso casamento e a nossa família. Claro que tive também minha parcela com os nossos filhos, mas tenho vergonha e meu jeito também não ajuda. Se eu pudesse eu voltaria no passado e arrumaria tudo de ruim que fiz para os meus filhos.

Suspiro triste.

— Eu gosto... Ken? — Alê me chama e a olho. — Eu estou ansiosa pelo nosso casamento, mas... Eu não quero que nosso filho nasça com todo esse clima ruim. — Desabafa demonstrando cansaço.

Eu sei bem do que Alexandra diz, muitos veem ela como a culpada do meu fim de relacionamento com Reyler e o relacionamento ruim com os meus filhos, mas mesmo que não vejam, ela desde o início quis que fizéssemos tudo do jeito certo, ela sempre tentou o certo, porém eu não quis a ouvir. Ela se sente culpada mais do que eu nisso tudo e o pior é que ela é a mais inocente.

— Eu sei, amor, mas os meus filhos já me odeiam e Reyler nunca vai mudar. — Balanço minha cabeça negativamente.

Alê começa a chorar, hormônios da gravidez, eu acho.

— Kenny, a gente já prolongou muito isso, eu não me importo com sua ex-mulher, eu só quero que os seus filhos não sintam raiva do nosso por culpa nossa, eles são irmãos apesar de tudo e não quero que eles vejam a imagem de que nosso filho está tendo tudo que você não os deram! — Soluça e a abraço.

Eu também não quero isso, mas é tão difícil explicar pra eles tudo, eu tenho medo da gente só piorar o nosso relacionamento. Lindsay já disse tantas vezes que me odeia.

— Amor, se acalma. — Me afasto e limpo suas bochechas.

O nosso casamento está chegando e vamos fazer algo simples, porém é importante pra gente. Nos mudaremos da mansão pra outra casa, só que precisamos ter nossa paz e mente tranquila antes disso.

— Amor, eu não estou brincando, vocês precisam conversar! Você não está bem com isso, eu não estou e nem eles! Eu não quero que isso se prolongue mais do que já foi! — Me olha séria.

Suspiro. Eu tenho que fazer isso, mas eu tenho medo da rejeição, de colher aquilo que plantei com os meus filhos.

— Eu vou conversar com eles amanhã, pode ser? — Digo sincero.

Alê me abraça sorrindo animada com a idéia. Ela sempre quis isso e eu sempre fui um covarde. Nessa história não sou certo e muito menos Reyler, o nosso pior erro foi ter descontado nossas frustações nos nossos filhos e ter posto o dinheiro na frente do que amávamos.

Eu amo os meus filhos, do meu jeito, mas amo.

...

Suspiro nervoso. Deixei Alê no shopping com algumas amigas e agora estou indo até a casa dos meus filhos. Eu fiz tudo errado, desde o início foi tudo errado. Me arrependo amargamente por todo o mal que fiz aos meus filhos, por não ter sido mais presente, por não ter ido nas festinhas na escola, por não ter ensinado eles nada e principalmente por não ter dado atenção e amor.

Eu só não me arrependo de ter trocado Reyler por Alexandra, havia tempos que o nosso casamento tinha ido para o lixo. Claro que traição é algo horrível e imperdoável, mas eu comecei a amar Alexandra e fiquei sem saber como terminar com a minha ex-mulher, assim eu sempre fui, um covarde que nunca toma uma atitude antes do estrago.