Capítulo 24

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Lindsay Philips

— Como foi com o Taylor? — Gau me olha entusiasmada.

Ela que me ajudou com o pão de queijo. Eu queria aprender a cozinhar, mas no máximo por enquanto o que consegui foi o pão de queijo.

— Foi legal e estranho. — Digo sincera.

É novo pra mim esse meu comportamento e amadurecimento recente. Eu me sinto... Em paz!?

— Por quê? — Bebe um gole do seu café.

Dou de ombros.

— Eu estou me sentindo estranha na verdade. É que ser rica se tornou algo tão vago, eu estou gostando da forma que vejo as coisas agora, porém olhar pra trás e ver o que passei até aqui é estranho, não sei explicar sabe? — Bebo um pouco do meu suco.

— Eu diria que você está se acostumando a ser a Lindsay humilde. Olha, você passou por tantas coisas até agora, em intervalos mínimos e isso te assusta porque você não imaginava essa mudança do nada. — Sorrir.

Verdade. Eu nem me reconheço com esse meu jeito tão gentil e menos fútil. Isso é libertador. Eu sei que isso foi muito rápido, mas todos somos capazes de mudar, basta ter força de vontade.

— Agora mudando de assunto, como está esse bebê aí? — Sorrio largamente.

A cada dia uma novidade nova dele, quero muito que o bebê nasça logo, apesar que falta seis meses ainda pra isso. Eu e Gau estamos bastante amigas e até fui convidada para ser madrinha do filho dela.

— Crescendo sem parar. — Rimos — não vejo a hora dos enjoos passar. — Faz careta.

Olho para a mesa de trás de Gau e meu sorriso morre. No mesmo momento a diretora me vê e acena, aceno de volta e bufo quando a diretora volta a conversar com o filho.

— O que foi? — Gau olha pra trás com o cenho franzido e depois me olha.

Nego sorrindo fraco.

— Apenas um acaso infeliz da vida.

A diretora está um saco depois que voltei do sequestro, vive me bajulando e o pior nem é isso, ela todo santo momento depois que descobriu meu término com Josh, joga seu filho pra cima de mim.

— Ok. Meu amor vai vim morar aqui comigo, estamos a procura de um apartamento grande ou uma casa. É uma surpresa que vamos fazer a Taylor. — Ela conta alisando a barriga.

— Ele vai ficar tão feliz! E nem acredito que vou poder cuidar do meu afilhado de perto. — Digo feliz com a notícia.

...

Me jogo no sofá da sala e observo a mansão detalhadamente. É tão esquisito minha casa me fazer tão solitária. No restaurante com Gau eu me senti muito bem, mesmo quando a diretora começou a forçar seu filho a tentar flertar comigo. Mas aqui eu estou me sentindo só e exagerada. Talvez só seja porque meus irmãos estão passeando na casa de uns amiguinhos deles.

Escuto umas risadas e olho para as escadas e vejo meu pai descendo elas com Alexandra, abraçados romanticamente. Babacas.

Levanto do sofá e vou para o andar de cima passando pelos dois que me olham sem graça. Vejo a porta do quarto de hóspedes que agora é de Reyler meio aberto e ando até lá. Olho pela abertura.

— Canalha! — Reyler soluça. — Como pôde fazer isso comigo, logo comigo. — Levanta da cama tremendo de tanto chorar.

Eu não consigo ter dó dela, não consigo sentir comoção por isso. Ela só colheu o que plantou e está pagando pelo o que nos fez. Vou para o meu quarto e sento em minha cama suspirando. Não estou tendo aula pois estamos organizando a escola para a formatura, com isso as cheerleaders acabaram. Meus meios de anti-tédio eram apenas isso... Apenas. Como eu sou tão burra! Deixava meu tempo nas mãos de coisas tão sem utilidades. Pego o meu notebook e pesquiso alguns meios de entretenimento. Um curso de fotografia seria legal, eu amo tirar fotos e até já fiz fotos de algumas colegas no fundamental.

Faço minha inscrição e espero o pessoal me mandar a confirmação no meu email. Meu celular começa a tocar, o pego e vejo no indentificador "desconhecido".

Quem será?

— Alô? — Atendo.

Escuto um choro de bebê do outro lado.

Lindsay? Lindsay Philips? — Uma voz irritada de mulher pergunta.

— Sim, quem é? — Coloco para gravar o telefonema.

Nunca confio em ligações desconhecidas e a melhor forma de termos prova de algo é gravando.

Sou Hebe, mãe de Amber. — Diz e fico estática — vocês a adotaram no orfanato Confúcio Soares.

Não, isso não. Meu Deus, agora não. O passado deve ficar lá.

— Desculpa senhora, ligou para a pessoa errada! — Desligo e jogo o meu celular em qualquer lugar do quarto.

Não, não, não. Por que essa mulher veio aparecer logo agora.

Desperada corro até o quarto de Reyler, abro o seu quarto com tudo sem importar com sua opinião.

— Ei! Cadê a educação, garota! — Me olha nervosa.

Seguro o choro.

— Sei que você não se importa e não está nem aí para ela, mas não sei como, mais ela encontrou Amber. — Digo andando de um lado para outro.

Reyler me olha com a sobrancelha arqueada.

— Quem encontrou quem? — Pergunta.

Eu bufo irritada e a olho.

— A mãe de Amber! Ela a encontrou! — Digo ríspida.

Reyler arregala os olhos.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora