Capítulo 20

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Lindsay Phillips

Abro os meus olhos lentamente, a primeira imagem que vejo é uma parede branca, olho para o meu outro lado, vejo meu braço com uma agulha enfiada para o soro entrar em minha veia. Olho para frente, vejo uma mulher deitada desajeitada em uma poltrona.

Estou em um hospital. Constato mentalmente.

Sinto sede, aperto o botão perto da cama que chama alguma enfermeira pra me ajudar. Em alguns minutos uma enfermeira entra no quarto.

— Sente alguma dor? — Mexe no soro e nego.

A mulher na poltrona aos poucos acorda por causa do barulho.

Quem será que ela é? Uma policial?

— Eu estou com sede e só um pouco zonza. — Digo.

A enfermeira com agilidade tira a agulha do meu braço e me olha.

— Isso é normal, você bateu a cabeça um pouco com força. Vou trazer água e algo pra você comer. — Me lança um sorriso e se vai.

Sento com um pouco de dificuldade na cama. A mulher se espreguiça e se levanta.

— Quem é você? — Pergunto intrigada.

Ela sorrir simpática e chega perto da minha cama.

— Sou amiga de Taylor. Prazer, Gláucia. — Se apresenta.

Taylor... será como ele está?

O que houve depois que eu desmaiei?

— O que aconteceu depois que eu desmaiei? Pensei que eu havia morrido com um tiro. — Pergunto confusa.

— Taylor pulou em cima de você para que nenhuma bala te acertasse, você acabou batendo a cabeça com força. Todos foram presos e deu quase tudo certo. — Segura a minha mão.

— Por que quase? — Arqueo minha sobrancelha desconfiada.

— Taylor foi preso até as investigações mostrarem que ele é inocente. — Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Ele tem que pagar pelo que fez! — Dou de ombros me lembrando dos assassinatos causado por ele, que Travor contou.

Gláucia se afasta, me olhando com ira no olhos.

— Ele não é culpado! Taylor é inocente, se os pais dele tivessem acreditado nele como eu, talvez nada disso teria acontecido!

— O que? Ele não matou os pais dele? — Pergunto confusa.

— Quê? Não! Quem te disse isso? — Mçe olha incrédula.

— Travor... — Suspiro me sentindo culpada.

Taylor disse a verdade. Como fui burra em acreditar em sequestradores e não na pessoa que foi meu amigo quando precisei, que me deu conselhos que meus pais jamais me deram.

Eu fui uma tola.

— Tinha que ser ele... — Ela trinca os dentes.

A enfermeira entra no quarto, coloca uma bandeja com um copo de água e algumas bolachas em meu colo. Ela se vira pra Gláucia e vai até ela.

— O bebê como está? — Faz ela sentar em minha cama.

— Bem. Mas acho que minha pressão está um pouco alta. — Diz preocupada para a enfermeira.

— Fique mais sentada, quando eu vier trazer o almoço dela — olha pra mim e volta a olhar Gláucia — vou olhar sua pressão, se estiver ainda alta. Eu informarei o médico.

Gláucia assente e alisa a barriga.

Depois de eu beber a água e comer todas as bolachas, a enfermeira leva a bandeja.

— Meus pais e meus irmãos sabem que estou aqui? — Pergunto e Gláucia me olha sorrindo.

— Sabem. Só que só mais tarde seus irmãos irão vim te ver, por causa da escola. Nunca vi dois irmãos tão preocupados por causa de uma irmã, eles te amam muito. — Afirma e meus olhos enchem de lágrimas.

E eu os amo muito também.

...

— As visitas que você tanto espera acabou de chegar! — Gláucia avisa olhando em seu celular.

Engraçado, a gente conversou sobre vários assuntos, mas ela não me disse o porquê de está aqui comigo.

— Que bom — sorrio fraco — por que você está aqui comigo? — Tiro logo essa pergunta da minha cabeça.

— Por dois motivos. O primeiro, porque Taylor pediu que eu te entregasse algo. Segundo motivo, achei que você precisaria de alguém para passar tranquilidade quando você acordasse. — dá de ombros despreocupada.

A porta do quarto se abre, dois furacões pequenos correm até a minha cama e me abraçam apertado. Eu retribuo é claro.

— Lily! — Amber diz em meio o aperto.

— Eu amo você, Lindy! — Sebastian levanta sua cabeça para me olhar.

— Eu amo vocês dois! — Os aperto mais.

Eu estava com tanta saudade desses dois, meus pequenos.

Não quero mais nunca ficar longe deles.

Nos afastamos, Amber é a primeira a falar.

— Foi holivel sem você Lily. — Faz biquinho e sorrio.

— Foi terrível! Reyler pediu o divórcio, ela descobriu a traição do Kenny. E está um clima tenebroso na casa. — Sebastian conta triste.

Meus pequenos estão sofrendo com isso, apesar dos pais ruins que tem, eles amam eles e querem os ver juntos.

— Talvez eles mudem com isso. — Tento os tranquilizar.

— É, talvez. O que fizeram com você lá dentro? Sua cara tá horrível. — Sebastian comenta pegando em meu rosto.

Faço careta quando ele pega em um machucado que dói ainda.

— Não vamos falar sobre o passado, ok? — Peço e assentem.

Olho bem pra Amber, e vejo que ela está meio pálida e magrinha.

— Amber, você comeu esses últimos dias? — Olho para Sebastian e ele nega.

— Recusou, se ela comeu foi apenas guloseimas a noite. — A entrega.

Olho séria pra ela.

— Não faça mais isso mocinha, você poderia ter adoecido! — Reclamo.

— Eu estava com saudade de você Lily, pensei que jamais veria você de novo. — Começa a chorar e me emociono.

Ficar sem eles seria ruim demais, eu não aguentaria viver sem eles, não teria vida.

— Não deixarei vocês tão cedo, Baybe. — Choro junto com ela.

— Promete? — Sebastian pede.

— Prometo! — Os puxo pra um abraço triplo - seus chatinhos! — Bagunço o cabelo dos dois.

— Hoje eu deixo. — Sebastian rir.

— Ah, é? — Faço cócegas nele.

— Vocês são a melhor família do mundo. — Amber diz. Eu e Sebastian à olhamos.

— Nós somos! Bash? — Olho para o meu irmão e faço sinal com as sobrancelhas — agora é sua vez mocinha! — Fazemos cócegas nela.

Eu não preciso de mais, sou grata por essa família maravilhosa.

Meus irmãos são meu mundo.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora