Capítulo 59

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Taylor Matthew

Um mês, quase um mês que estou namorando Lindsay.

Às vezes parece ser um sonho bom que a qualquer momento pode acabar. E falando em sonho, ela comprou o seu carro e está indo pra todo lugar com ele. As coisas só estão melhorando pra ela e isso é ótimo. Não tivemos nossa noite juntos ainda e sinto que isso vai fluir no momento certo.

— Taylor! — Escuto Gau chamar e balanço a minha cabeça.

A olho.

— Sim? — Respondo e ela rir, não sei se de dor ou de graça mesmo.

— Nada, só queria conversar, esse hospital é um saco, ainda mais quando vem umas pontadas de dor. — Faz careta e seguro a sua mão entusiasmado.

Logo no início do mês Gau teve que ser meio que internada, Blue podia nascer a qualquer momento. Eu e Lindsay ajudamos Nathan, ele vai pra casa de manhã descansar e ficamos com Gau. A noite ele volta e dorme com ela aqui.

— Nunca imaginei você sendo mãe e nem eu sendo Tio, agora eu estou quase comendo os meus dedos doido pra ver o rostinho da minha afilhada. — Rio por causa desse pensamento e Gau sorrir.

Já tive muita encrenca com essa mulher guerreira ao meu lado, ela foi a minha base quando eu não tinha ninguém pra me ajudar, acreditou em mim quando ninguém mais acreditou.

— Eu sempre fui a mais sentimental. — Lembra e faz uma careta esquisita.

Estranho.

— Dor? — Pergunto e ela assente. — Estão mais frequentes hoje.

A porta do quarto se abre de repente e uma Lindsay entupida de guloseimas nos braços entra fechando a porta em seguida. Vou até ela e à ajudo colocar na mesa.

— Eu trouxe sorvete! — Lindsay cantarola e Gau suspira lambendo os lábios.

Lindsay sempre dá um jeito de trazer guloseimas pra Gau. Queria saber como ela traz sem o pessoal do hospital confrontar, ela diz que é segredo.

— Me dá um lo... Ai! — Gau coloca a mão na barriga e respira fundo. — Me dá um aí.

Lindsay entrega o pote de sorvete a Gau e vem até mim com as sobrancelhas franzidas.

— Estão mais frequentes. — Digo antes que ela pergunte sobre as dores.

Ela assente e me dá um celinho.

— E os pequenos? — Abraço ela de lado.

Lindsay rir.

— Fazendo bagunça com Clarisse pela casa. — Balança a cabeça negativamente.

Rio. Ficamos vendo Gau se deliciar com o pobre sorvete quando percebemos uma água escorrer na cama. A camisola de Gau era um pouco curtinha e dava pra ver.

— Ei, o banheiro é logo ali criança. — Brinco com Gau e ela me olha estranho.

Aponto para o molhado e ela arregala os olhos.

— Chamem o médi... AI! — Se remexe na cama e me assusto.

Lindsay sai do quarto rápido e eu fico sem saber o que fazer.

— Liga pro Nathan! — Gau ordena e se retorce de dor novamente.

Assinto e disco o número dele. Conto o que está acontecendo e ele diz que em um pulo chega. Guardo o meu celular e Lindsay com o médico chegam.

— Estão mais fortes? — Ele pergunta à Gau e ela assente. — Em tempos diferentes ou curtos e iguais?

Ela faz uma careta retorcida.

— Curtos e iguais. — Responde com dor.

O doutor vai até a porta e faz sinal pra alguém, os enfermeiros entram e colocam Gau na maca, ela pede pra esperarem Nathan chegar.

— Gláucia, seu bebê precisa sair! — O médico informa.

Ela assente.

— Calma filha, seu pai precisa filmar você nascendo e... NATHAN SEU FILHO DE UMA... — Ela é interrompida.

— Cheguei! — Nathan aparece de pijama no quarto e se não tivéssemos assustados com a dor de Gau iriamos rir disso.

Eles vão pra sala de parto e vamos para a sala de espera. Lindsay me abraça chorando.

— O que foi? — Pergunto preocupado.

Ela limpa o rosto.

— Nossa menininha, minha primeira afilhada vai nascer! — Pula de felicidade no mesmo lugar, feito uma criança. Sorrio feliz também.

Blue... Mal nasceu e já amo de montão.

...

— Anda seu feio, me pega no colo! — Lindsay faz voz de bebê e estica o pacotinho pequeno em seus braços pra eu pegar.

Me afasto engolindo em seco.

Só eu que tenho medo de pegar um bebê recém nascido e deixar ele cair por ser bem molinho?

Blue nasceu há exatamente quase três horas e eles estão me obrigando a pegar esse serzinho no colo. Gau só sabe rir e Nathan ao seu lado.

— Daqui uns quatro meses quem sabe. — Finjo uma tosse.

Eles riem e reviro os meus olhos. A pequena Blue começa a chorar escandalosamente, Lindsay entrega à Gau e ela dá de mamar fazendo a bebê se acalmar.

— Alguém tá com fome, hein. — Lindsay vem até mim e olhamos Gau dar de mamar.

Minha amiga nos olha emocionada. Ser mãe pra ela é ganhar um baú cheio de ouro.

— Bom, uma coisa eu sei, ela é a minha cara! — Nathan diz divertido e Gau fecha a cara.

— Ela é a minha cara! Eu que carreguei por nove meses! — Retruca emburrada.

A bebê ainda tem cara de joelho, mas se fosse pra apostar, eu diria que se parece realmente com o pai.

— Ela ainda nem criou características direito gente, ela vai parecer é comigo. — Lindsay brinca e eu faço bico.

— Ela vai se parecer é comigo, eu que sou o padrinho. — Gabo.

Eles riem debochando.

— Vocês são muito engraçadinhos, eu que sofro com o barrigão e vocês querem que pareça com vocês. — Gau manda língua e rir em seguida.

Pego o meu celular e tiro foto desse momento.

— Tay, vamos? — Lindy chama e eu assinto.

Nos despedimos de Gau e Nathan e saímos do quarto. Vamos para fora do hospital e chegamos no estacionamento.

— Odeio você ter carro. — Brinco e Lindsay revira os olhos sorrindo.

Ela veio sozinha de carro, então a gente tem que ir em carros separados para os lugares, as vezes que consigo fazer ela vim no meu comigo.

— E eu te amo. — Ela me beija.

Eu amo beijar Lindy, por eu ficaria assim até morrer sem fôlego, mas felizmente tenho que ficar vivo pra cuidar da nossa Blue.

— Até daqui alguns minutinhos. — Digo e entro em meu carro.

Lindsay entra no dela e saímos do estacionamento indo em direção a casa dela.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora