Capítulo 42

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Lindsay Philips

Eu não consigo olhar pra Amber sem que meus olhos encham de lágrimas. Não quero perder a minha irmã e até quando eu puder não deixarei ela saber da existência dessa mãe biológica que veio pra nos atormentar. Agradeço a Deus por Taylor e Gau estarem do meu lado, eles tem me ajudado bastante. Reyler continua fugindo como se a culpa fosse apenas minha de ter adotado Amber ilegalmente. Kenny só fica entre beijos com Alexandra e bajulando o filho deles, isso é demais pra mim. Ainda bem que tenho meu curso de fotografia que quero mais do que nunca terminar pra segui minha profissão como fotógrafa.

Estamos almoçando enquanto minha mente vagueia pensando em como seria se eu perdesse Amber. Isso tem me tirado o sono desde o dia do aniversário dos meninos.

— Lindy, você está bem? — Sebastian pergunta e saio dos meus devaneios.

Eu sorrio fraco.

— Sim, só cansada. Mais então, vocês gostaram do aniversário? — puxo assunto e coloco comida na boca.

Sebastian brilha os olhinhos e Amber fica animada.

— Sim! Foi o melhor aniversário! — Amber elogia e volta a comer.

Meus olhos enchem de lágrimas. Ela é minha luz, aquela mulher não pode querer levar ela desse jeito de mim.

— Pena que já passou quase uma semana. Meus amigos só falam nisso no grupo. — Sebastian diz e o olho também.

Eu amo os dois e acho que perder qualquer um deles iria me fazer perder o sentido da vida.

Terminamos de comer, os dois pequenos vão pra sala assistir filme e eu subo para o meu quarto pra tentar não chorar. Abro meu notebook e entro na página do curso pra dar continuidade.

Estou concetrada até que meu celular toca, o pego e atendo sem ver quem é.

— Alô? — teclo no notebook concetrada.

Escuto um choro de bebê do outro lado.

— Precisamos conversar! — reconheço a voz e já entro em alerta.

Não, não, não!

— O que você quer? Amber está bem sem você, nos deixe em paz! — peço segurando o choro.

Mulher mais insistente!

— Não vou discutir com você por telefone. Me encontre no portão da sua casa daqui vinte minutos pra conversarmos e se você não for esteja preparada pra justiça resolver. — diz e desliga em minha cara.

Começo a chorar. O que eu faço?

Eu sei que tem a possibilidade dela ganhar se formos na justiça, mas eu também sei que não. Pode parecer sofrimento adiantado e até julgamento errado, mas ela não iria aparecer dessa forma se quisesse realmente algo concreto pra conhecer a filha e por que ela não contou sobre o porquê de ter abandonado Amber?

Ela não me exala confiança. Apoio minha cabeça na mesa tentando me acalmar.

Amber jamais sairá dessa casa, nem que eu tenha que me matar por isso!

...

Cheguei uns minutos antes aqui fora e devo já ter comido as minhas unhas tudo. Apesar de não gostar da mãe de Amber vim atrás dela, é inegável olhar pras duas e não ver semelhança. Repito novamente, minha pequena jamais saberá que essa mulher está vindo atrás dela, ela é pequena e com certeza iria embora, mesmo que isso fosse ruim pra ela.

— Ainda bem que veio — diz a voz da mãe de Amber e me assusto virando de frente pra ela.

Idiota.

— O que você quer? Diga logo e vai embora das nossas vidas! — ordeno séria.

Ela rir alto e me seguro pra não bater em sua cara.

— Não será fácil me ter longe Phillips! — arquea uma sobrancelha — eu posso deixar a pirralha com vocês, mas pra isso eu quero algo em troca. — cruza os braços.

Ela está tentando negociar a própria filha?

Meu Deus!

— Você é uma desnaturada! Sua interesseira! — xingo quase voando nela.

Ainda bem que Taylor saiu com Reyler mais cedo pra algum lugar, não quero que ele me interrompa se eu quiser dá uns tapas nessa mulher.

— Nem ouse triscar em mim. — se afasta com um sorriso cínico — você não quer sua irmãzinha comigo né? — me ameaça e tento me tranquilizar.

Ela se aproxima.

— Menina, eu não sou o que você disse, apenas tudo tem sua consequência ou no caso de Amber, preço. — dá de ombros como se isso fosse normal.

Então ela quer dinheiro? Tudo isso por dinheiro?

— Olha, se você quer dinheiro, diga logo seu preço, porque eu quero você o mais longe possível! — respiro fundo.

Ela pensa um pouco.

— Me diga você o preço que a pirralha vale? — sorrir se divertindo com a minha cara.

Eu não estou acreditando, sério que ela me perguntou isso?

— Amber não é uma mercadoria e tampouco tem preço. Ela tem valor e posso te garantir que não chega a altura de qualquer dinheiro ou ouro. — trinco meus dentes.

Ela semicerra os olhos.

— Eu quero metade da sua fortuna. — diz e arregalo meus olhos. — Sua irmã não vale bastante?

Eu não aguento mais isso.

— VOCÊ É UMA OPORTUNISTA! — lasco um tapa em sua cara e me arrependo em seguida.

E se ela usar isso contra mim? Como pude cair na dela?

— Lindsay! — reconheço a voz e me viro correndo até ele.

Começo a chorar.

— Eu bati nela Tay! E se ela usar isso contra mim? — digo desesperada.

Escuto passos se aproximando.

— Ah, Philips, você só fez mais sua cova. Te darei duas semanas pra pensar e te garanto que a decisão errada te deixará sem o seu bem precioso. — escuto ela dizer e depois seus passos se afastando.

Desabo mais.

— Ei, o que houve aqui? — Taylor pergunta preocupado e nego.

— De-depois eu te conto. — o abraço mais forte.

Essa mulher é uma sem noção, essa negociação é muito grande, os dois idiotas que dizem ser meus pais jamais irão aceitar perder metade da sua fortuna.

Eu não quero perder Amber.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora