Capítulo 39

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Taylor Matthew

Eu tenho a péssima impressão de que o destino e as pessoas contribuem contra Lindsay e eu, toda vez que tentamos conversar alguém faz a linda sacanagem de nos atrapalhar.

E hoje já é o dia da mudança de Gau.

— Ufa! Última caixa arrumada, Tay. — Diz e me abraça de lado. — Não fica triste, não é como se eu estivesse indo embora da sua vida.

Eu nego sorrindo.

— Eu sei, mas eu já tinha me acostumado com sua presença. — Beijo o topo da sua cabeça — e eu tinha a expectativa de ver essa menininha crescendo pelos corredores daqui. — Coloco a minha mão em sua barriga.

Sim, tivemos que pagar Lindsay e Nathan.

— Ah, Tay! — Começa a chorar. Hormônios da gravidez. — Sempre iremos vim aqui te ver.

A porta se abre e Lindsay e Nathan entram nos olhando sem entender.

— Momento emotivo. — Sussurro para eles saberem.

Quando Gau está assim, qualquer palavra errada a transforma em uma pessoa raivosa. Não queiram ver ela raivosa.

— O que houve, amor? — Nathan se aproxima com delicadeza perto de Gau.

Eu vou até Lindsay deixando os dois conversarem.

— Está sendo difícil para vocês, né? — Sorrir de lado.

— Bastante. Eu aprendi a conviver com ela e Nathan. — Observo os dois se abraçarem.

— Ei! — Lindsay me vira, me dando um abraço. — Não vamos fazer dessa despedida como o fim do mundo, até por que ela só vai mudar de casa e não de país.

Assinto sorrindo melhor.

Pegamos todos os pertences de Gau e levamos para o carro. Eu e Lindsay nos oferecemos pra ajudar a arrumar as coisas apesar de Gau dizer que pagou uma diarista pra ajudá-la. Nos tornamos protetores com ela por causa da gravidez, então claro que iremos ajudar ela lá.

...

— Acabamos! — Lindsay se joga no sofá de Gau exausta.

Todos rimos.

— Que tal uma pizza agora? — Nathan sugere e todos assentimos.

Ele pega a chave do carro e sai. Eu e as meninas vamos fazer pipoca para assistirmos um filme enquanto Nathan chega. Aprontamos tudo e sentamos no sofá colocando o filme "As crônicas de Nárnia" para assistirmos.

— É agora que ela vai pra Nárnia! — Lindsay diz e a olhamos com um olhar mortal.

Quem é que gosta de ouvir spoiler?

— Tá bom. — Pega a pipoca rindo.

Ficamos um tempo assistindo até que Nathan chega com cinco pizzas. Arrumamos tudo e comemos. Depois de jantarmos, assistimos mais um filme, Gau acaba dormindo, eu e Lindsay nos despedimos de Nathan e vamos para casa.

— Que dia, hein. — Digo para puxar conversa no caminho.

Lindsay sorrir.

— Sim, na verdade ele vai ser mais um dos melhores da minha vida. — Me olha e volta a olhar para a estrada.

Assinto. Ficamos em silêncio, observo Lindsay dirigir, ela é linda. Seu cabelo está em um coque frouxo que a deixa mais linda ainda. As luzes que batem em seus olhos os fazem parecer cristais. Lindsay para em frente a minha casa e se deita relaxadamente no banco do carro.

— Cansada? — Pergunto a olhando.

Ela me olha.

— Um pouco, porém cheia de gratidão. — Sorrir sem mostrar os dentes.

Retribuo o sorriso e olho para frente nos deixando em silêncio, apenas escutando o barulho da rua e das pessoas conversando.

— Tay? — Me chama e a olho. — Estou querendo fazer o aniversário dos meus irmãos, porém preciso de ajuda, será que você pode me ajudar? — Endireita o corpo.

Eu reviro os meus olhos.

— Será que macaco gosta de banana? Claro que eu posso! — Respondo animado por ela ter pedido ajuda.

Lindsay gargalha e fico sem entender.

— Você sabe que isso não tem nada haver, né? — Para de rir.

Eu dou de ombros e tenho uma idéia.

— Lindsay, você riu de mim, agora você vai pagar por isso! — Me aproximo dela sério.

Ela se encolhe.

Quando chego perto o suficiente, começo a fazer cócegas nela sem parar.

— PA-RA TAYLOR! — Esperneia rindo.

Ela começa a ficar vermelha, paro de fazer cócegas. Estamos nos recuperando quando escutamos uma batida no vidro do carro, olhamos assustados e ficamos aliviados quando vemos que é um policial. Abro o vidro da janela do meu lado.

— Boa noite! — Vasculha com o olhar dentro do carro.

— Boa noite, policial! — Digo sem entender.

Olho para Lindsay que dá de ombros.

— Aconteceu algo, policial? — Lindsay pergunta.

O policial reveza o olhar entre eu e Lindsay.

— Eu que pergunto, aconteceu algo? — Me olha desconfiado.

— Não. — Respondo.

— Não perguntei à você, rapaz. — O policial diz esquisito — podem sair do veículo? — Pede e assentimos saindo.

Ele nos olha da cabeça aos pés.

— Fizemos algo de errado? — Lindsay pergunta.

O policial me olha.

O que eu fiz para ele?

— Ouviram gritos vindo de dentro do carro e pediram pra vim verificar, estou ficando por essas áreas agora. Então moça, se esse cidadão — aponta para mim. — Estiver te fazendo algo contra a sua vontade, pode me dizer, não tenha medo! — Diz focado em mim e escutamos uma gargalhada.

Lindsay só pode está doida.

— De-Desculpa! — Diz ao policial quando para de rir. — Policial, somos amigos e estávamos brincando de fazer cócegas, era por isso que eu estava gritando. Quem seria o doido de fazer qualquer que seja o que o povo pensou no meio da rua? — Bufa.

Eu seguro o riso.

— Você ficaria de olhos arregalados se soubesse o tanto de pessoas que ligam na delegacia denunciando coisas do tipo. — O policial murmura e apruma a postura. — Se está tudo bem, então vou indo. Desculpa o incômodo. — Acena com a cabeça e sai.

Solto a risada que eu estava querendo à tempos soltar.

— Isso vai ficar para a história. — Nego.

— Com certeza. — Lindsay responde e dá a volta no carro. — Eu também vou indo antes que digam que estou abusando de você. — Brinca e rimos.

Aceno e ela sai. Entro na minha casa pensando ainda no que aconteceu.

Só Lindsay e eu viu. Dois loucos sem juízo.

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora