Capítulo 17

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Taylor Perry

— Taylor, isso é arriscado! — Gláucia anda de um lado para outro preocupada.

Ela por muito custo deixou adiar eu contar sobre meu passado para os policiais. Ela escutou toda a minha conversa com os sequestradores hoje à tarde e está inquieta com minha decisão.

— Eu vou tentar, porém eu não vou fazer isso sem cartas na manga! — Suspiro e ando até a mesa de centro, onde o celular novo que pedi Gláucia que comprasse está.

Eu não sou bom com idéias, mas essa que tive, tenho certeza que vai ajudar bastante.

— Me conta, qual sua idéia quanto a este celular? — Para de fazer sua cratera no chão e se senta no sofá intrigada.

Dou uma breve observada no celular, tentando achar uma maneira fácil de explicar... Ou não.

Afinal Gláucia é noiva de um hacker, não?

— Vou ligar o GPS do meu celular e vou transmitir para esse. — Pego o celular novo e a mostro a tela reluzindo um pontinho vermelho bem em cima do local onde estamos. — Você vai ficar com ele, eles pegarão meu celular e tentarão quebrar, o que irá dá certo, porém, o que está fazendo esse pontinho aparecer nesse outro celular não é o GPS do meu celular e sim um rastreador que irei engolir. — Pego o copo de whisky com o rastreador (parecido com um comprimido) dentro e jogo garganta à baixo, antes que Gláucia não me deixasse pôr minha coragem em ação.

Eu tinha certeza que o whisky iria tirar a dureza e o gosto de ferrugem do rastreador, mas parece ter o aguçado mais. Faço careta.

Quando ela percebe o que fiz, arregala os olhos.

— Isso é loucura! — Se levanta apavorada.

Olho para o rosto de Gláucia, corro até ela e a faço sentar.

Ela está pálida. Pior que um defunto.

— Toma, bebe! — A entrego o copo de whisky e ela me olha incrédula.

— Acho que devo repensar sobre você ser o padrinho do meu bebê, está querendo matar ele antes mesmo de chegar ao mundo. — Nega.

Meu Deus!

Como esqueci que Gláucia está mais frágil e não pode passar nervosismo por causa do bebê.

— Perdão! — Murmuro envergonhado e corro na cozinha.

Pego o copo de água com açúcar, volto para a sala e a entrego.

— Tem mais de sua idéia absurda? — Pergunta ao terminar de beber a água com açúcar.

Assinto e ela faz sinal com a mão pra eu continuar.

— Se Lindsay não retornar em vinte e quatro horas, então você vai acionar a polícia. — Suspiro fundo e prossigo. — E mostrar a eles o celular e se precisar, até contar sobre o meu passado.

Se eu dizer que tudo isso não está doendo por dentro, eu estaria mentindo, por que está e muito. Nessa manhã pensei e repensei sobre o assunto, ainda me mantenho incerto a isso, meu medo as vezes parece maior que tudo, mas já está na hora de resolver meus problemas como um homem e não uma criança fugindo do escuro que cedo ou tarde vai chegar.

Ninguém merece isso... Lindsay não merece está passando por esse sequestro, meu passado é algo meu, só deixei ir fundo demais e não escutei o que Gláucia sempre me dizia.

Cansei das sombras do meu passado, preciso ser forte por mim mesmo, por Lindsay que deve me odiar agora.

— Você está certo disso? — Olha em meus olhos.

— Muito! — Respondo firme.

...

Cheguei há alguns minutos, estou esperando o sequestradores chegar, meu coração está a mil, é como se toda angústia voltasse, a ansiedade a cada minuto aumenta mais.

— Taylor Matthew ou Perry mesmo? — Uma voz diz às minhas costas e me viro.

Travor... continua o mesmo anão de sempre.

— Como desejar Travor. Cadê Lindsay? — A procuro com os olhos.

— Sabe Taylor, demorou um pouco pra eu entender, mais aí minha mente clareou e entendi que vocês não são primos, mas sim namorados! — Gargalha de forma horrorosa.

— Cadê Lindsay? — Torno à perguntar.

— Bianca está fazendo algumas artes nela — gargalha novamente e meu coração aperta.

— Vamos ao ponto Travor. — Digo impaciente.

— Sim, entre no carro! — Ordena mudando a expressão para séria.

— Peça por favor, Travor. — Zombo e ele cerra os olhos irritado.

— Não está em condições de gracinhas Taylor, entra logo nessa porra! — Bufa.

Ando até o carro cinza atrás de Travor e entro. Eles colocam uma touca tampando a minha visão pra mim não reconhecer o caminho e amarram as minhas mãos.

...

— LINDSAY! — Corro até o corpo desacordado na minúscula cama no cativeiro.

Meu Deus! O rosto dela está cortado!

Aos poucos ela acorda desorientada, quando ver que sou eu, me empurra e seus olhos enchem de lágrimas. Ao ser empurrado, percebo que estava em cima de seu pé amarrado, quando olho para baixo eu me assusto, um de seus dedos está sem a unha.

— A gente não brinca em serviço Taylor, não mais. — Travor me informa.

Monstros!

Como puderam fazer isso com Lindsay, ela não tem culpa dos meus erros.

— CANALHAS! — Me seguro para não ir até eles e os encher de murros.

— Não mais que você. — Lindsay diz com a voz fraca.

Isso dói tanto escutar da boca dela.

— Lindy, eles... — Ela me interrompe.

— NÃO ME CHAME ASSIM, ASSASSINO! — Me dá um tapa na cara.

Respiro fundo, ela não poderia me escutar por um minuto?

— Cansei! Lorenzo, amarra Taylor ao lado dela, eles estarão vivos até amanhã. — Vai terminando de dizer e sai do cativeiro.

— Por favor, não me deixem ao lado dele, ele é um assassino. — Lindsay pede com medo.

Dói tanto escutar ela dizer coisas do tipo.

— Não é com ele que você tem que se preocupar por hora. — Bianca que tava no canto da sala, se pronuncia.

Então algo clareia em minha mente, Lindsay deveria está em casa uma hora dessas.

— Vocês mentiram! — Acuso.

— Ah, bobinho! Pensou que a gente era idiota a esse ponto? — Bianca rir.

— Sua vadia! — Cuspo as palavras.

— Olha a boca! — Lorenzo me lança seu pior olhar e depois olha para Lindsay com malícia — sua namorada está em minha frente e posso muito bem fazer coisas com ela.

— Cala a maldita boca, só está piorando noss... Minha situação. — Lindsay suspira.

Só mais vinte e quatro horas e Gláucia irá dizer aos policiais sobre tudo.

Vocês pagarão família Lopes!

...

O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora