Taylor Perry
— Taylor, isso é arriscado! — Gláucia anda de um lado para outro preocupada.
Ela por muito custo deixou adiar eu contar sobre meu passado para os policiais. Ela escutou toda a minha conversa com os sequestradores hoje à tarde e está inquieta com minha decisão.
— Eu vou tentar, porém eu não vou fazer isso sem cartas na manga! — Suspiro e ando até a mesa de centro, onde o celular novo que pedi Gláucia que comprasse está.
Eu não sou bom com idéias, mas essa que tive, tenho certeza que vai ajudar bastante.
— Me conta, qual sua idéia quanto a este celular? — Para de fazer sua cratera no chão e se senta no sofá intrigada.
Dou uma breve observada no celular, tentando achar uma maneira fácil de explicar... Ou não.
Afinal Gláucia é noiva de um hacker, não?
— Vou ligar o GPS do meu celular e vou transmitir para esse. — Pego o celular novo e a mostro a tela reluzindo um pontinho vermelho bem em cima do local onde estamos. — Você vai ficar com ele, eles pegarão meu celular e tentarão quebrar, o que irá dá certo, porém, o que está fazendo esse pontinho aparecer nesse outro celular não é o GPS do meu celular e sim um rastreador que irei engolir. — Pego o copo de whisky com o rastreador (parecido com um comprimido) dentro e jogo garganta à baixo, antes que Gláucia não me deixasse pôr minha coragem em ação.
Eu tinha certeza que o whisky iria tirar a dureza e o gosto de ferrugem do rastreador, mas parece ter o aguçado mais. Faço careta.
Quando ela percebe o que fiz, arregala os olhos.
— Isso é loucura! — Se levanta apavorada.
Olho para o rosto de Gláucia, corro até ela e a faço sentar.
Ela está pálida. Pior que um defunto.
— Toma, bebe! — A entrego o copo de whisky e ela me olha incrédula.
— Acho que devo repensar sobre você ser o padrinho do meu bebê, está querendo matar ele antes mesmo de chegar ao mundo. — Nega.
Meu Deus!
Como esqueci que Gláucia está mais frágil e não pode passar nervosismo por causa do bebê.
— Perdão! — Murmuro envergonhado e corro na cozinha.
Pego o copo de água com açúcar, volto para a sala e a entrego.
— Tem mais de sua idéia absurda? — Pergunta ao terminar de beber a água com açúcar.
Assinto e ela faz sinal com a mão pra eu continuar.
— Se Lindsay não retornar em vinte e quatro horas, então você vai acionar a polícia. — Suspiro fundo e prossigo. — E mostrar a eles o celular e se precisar, até contar sobre o meu passado.
Se eu dizer que tudo isso não está doendo por dentro, eu estaria mentindo, por que está e muito. Nessa manhã pensei e repensei sobre o assunto, ainda me mantenho incerto a isso, meu medo as vezes parece maior que tudo, mas já está na hora de resolver meus problemas como um homem e não uma criança fugindo do escuro que cedo ou tarde vai chegar.
Ninguém merece isso... Lindsay não merece está passando por esse sequestro, meu passado é algo meu, só deixei ir fundo demais e não escutei o que Gláucia sempre me dizia.
Cansei das sombras do meu passado, preciso ser forte por mim mesmo, por Lindsay que deve me odiar agora.
— Você está certo disso? — Olha em meus olhos.
— Muito! — Respondo firme.
...
Cheguei há alguns minutos, estou esperando o sequestradores chegar, meu coração está a mil, é como se toda angústia voltasse, a ansiedade a cada minuto aumenta mais.
— Taylor Matthew ou Perry mesmo? — Uma voz diz às minhas costas e me viro.
Travor... continua o mesmo anão de sempre.
— Como desejar Travor. Cadê Lindsay? — A procuro com os olhos.
— Sabe Taylor, demorou um pouco pra eu entender, mais aí minha mente clareou e entendi que vocês não são primos, mas sim namorados! — Gargalha de forma horrorosa.
— Cadê Lindsay? — Torno à perguntar.
— Bianca está fazendo algumas artes nela — gargalha novamente e meu coração aperta.
— Vamos ao ponto Travor. — Digo impaciente.
— Sim, entre no carro! — Ordena mudando a expressão para séria.
— Peça por favor, Travor. — Zombo e ele cerra os olhos irritado.
— Não está em condições de gracinhas Taylor, entra logo nessa porra! — Bufa.
Ando até o carro cinza atrás de Travor e entro. Eles colocam uma touca tampando a minha visão pra mim não reconhecer o caminho e amarram as minhas mãos.
...
— LINDSAY! — Corro até o corpo desacordado na minúscula cama no cativeiro.
Meu Deus! O rosto dela está cortado!
Aos poucos ela acorda desorientada, quando ver que sou eu, me empurra e seus olhos enchem de lágrimas. Ao ser empurrado, percebo que estava em cima de seu pé amarrado, quando olho para baixo eu me assusto, um de seus dedos está sem a unha.
— A gente não brinca em serviço Taylor, não mais. — Travor me informa.
Monstros!
Como puderam fazer isso com Lindsay, ela não tem culpa dos meus erros.
— CANALHAS! — Me seguro para não ir até eles e os encher de murros.
— Não mais que você. — Lindsay diz com a voz fraca.
Isso dói tanto escutar da boca dela.
— Lindy, eles... — Ela me interrompe.
— NÃO ME CHAME ASSIM, ASSASSINO! — Me dá um tapa na cara.
Respiro fundo, ela não poderia me escutar por um minuto?
— Cansei! Lorenzo, amarra Taylor ao lado dela, eles estarão vivos até amanhã. — Vai terminando de dizer e sai do cativeiro.
— Por favor, não me deixem ao lado dele, ele é um assassino. — Lindsay pede com medo.
Dói tanto escutar ela dizer coisas do tipo.
— Não é com ele que você tem que se preocupar por hora. — Bianca que tava no canto da sala, se pronuncia.
Então algo clareia em minha mente, Lindsay deveria está em casa uma hora dessas.
— Vocês mentiram! — Acuso.
— Ah, bobinho! Pensou que a gente era idiota a esse ponto? — Bianca rir.
— Sua vadia! — Cuspo as palavras.
— Olha a boca! — Lorenzo me lança seu pior olhar e depois olha para Lindsay com malícia — sua namorada está em minha frente e posso muito bem fazer coisas com ela.
— Cala a maldita boca, só está piorando noss... Minha situação. — Lindsay suspira.
Só mais vinte e quatro horas e Gláucia irá dizer aos policiais sobre tudo.
Vocês pagarão família Lopes!
...
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O Motorista Dos Meus Pais | Livro 1
RomanceTaylor está fugindo do seu passado trágico e de pessoas que o perseguem. Um dia, em mais uma entrevista de emprego mal sucedida, ele conhece os empresários Philips e por acaso é contratado como motorista. Lindsay Philips, por mais que seja uma garot...