69. E o meu coração também.

3.6K 457 486
                                    

Oi, nem demorei dessa vez 😆. Boa leitura! O capítulo é no ponto de vista de Betty.

A sensação de estar fazendo a coisa certa ainda fazia parte de mim, mas por outro lado, a saudade e arrependimento me atingia em cheio. O que eu poderia vivenciar, caso o Jughead não tivesse aparecido novamente na minha vida? É o questionamento que eu nunca terei resposta e na verdade, nem desejava ter.

Dei alguns passos e cheguei até o espaço onde ficava reunido alguns profissionais, que estavam entrando ou saindo do plantão, com o objetivo de me despedir deles. Eu não os conhecia muito, não tive tempo o suficiente para criar um vínculo ali, mas me sentiria mal em sair sem dar-lhes um abraço.

Foram necessários alguns minutos além do que o tempo permitia para concluir meu objetivo, mas após isso, segui para a ala de pacientes. Usei alguns acessórios para me manter protegida e dessa forma, evitar que bactérias se espalhassem, protegendo os bebês que mal tinha chegado ao mundo.

Repetindo as palavras de Cheryl a cada vez que ela vê um bebê, eu afirmo: o útero chega coça.

Sim, confesso.

Mas não almejo e nem posso ter uma criança agora. Seria muita irresponsabilidade da minha parte e atrapalharia meu trabalho e o percurso final da faculdade do Jughead. Falta poucos meses para a conclusão e estamos tentando convencer o reitor a transferí-lo para outra em Riverdale.

— Fiquei sabendo que a senhora voltará para sua cidade — uma das mães, que olhava o pequeno dormir no berçário, comentou.

— Os boatos correm rápido — ri e a olhei  — e nesse caso, devo confirmá-lo.

— É uma pena, você é uma ótima profissional, Dra. Cooper.

— Sem Dra., por favor — esbocei um sorriso —, voltarei em breve para visitar a cidade.

O papo foi curto, logo acabou. Acabei trocando número de telefone com a mãe, que descobri se chamar Aimee.

Posteriormente, depois de falar com outras mães e brincar com alguns bebês, segui até a sala do diretor na esperança de que Nicholas tivesse voltado. Explicaria a situação para ele e pediria demissão, era simples.

Tudo parecia simples, até eu encontrar Maggie na porta da sala do Nicholas. Era a primeira vez que nós duas nos víamos depois do trágico acontecimento na minha casa.

Constrangida e com vergonha, era isso que eu sentia no momento.

— Elizabeth? — A voz da morena me despertou.

— Hã... Oi — respondi e esbocei um sorriso fraco.

Ela percebeu a minha vergonha e para a minha surpresa, veio me abraçar.

— Como você está? — perguntou e parecia estar sendo sincera.

— Não sei ao menos explicar. Mas, e você, está bem? Não está doente, não é?

— Eu? — exclamou — Definitivamente não, apenas vim falar com o Nicholas, meu irmão.

— Seu irmão? Caramba, essa história só embola cada vez mais — comentei e me lembrei das vezes em que pensei na possibilidade de haver mais do que uma relação de chefe e funcionário entre eu e Nicholas.

Maggie riu e não falou nada mais.

— Preciso falar com ele, mas depois queria conversar com você. Pode ser? — perguntei à ela.

— Claro — balançou a cabeça, afirmando e me deu a passagem para que eu pudesse entrar no cômodo.

Sem esperar muito, assim o fiz. Não demorei muito dentro da sala; apenas expliquei que teria que voltar a Riverdale e por isso, estava me demitindo. No início, Nicholas tentou me fazer mudar de ideia, alegando que gostava do meu serviço ali naquele ambiente. Contudo, cedeu aos meus desejos e resolveu alguns itens necessários pós-demissão.

Abracei-o, inalando o cheiro de seu perfume e após isso, segui para fora da sala à procura de Maggie. Ela estava sentada em um banco com um livro nas mãos; quando cheguei perto, pude ler o nome e vi que se chamava 1984. Já havia lido e amava.

— Acho que todo cidadão deveria ler esse livro pelo menos uma vez na vida — comentei quando cheguei perto, desviando a sua atenção.

— É incrível, não é? — sorriu e o fechou após marcar onde havia parado.

— Sim, é... Mas o que eu queria falar com você não tem relação alguma com livros — abri o jogo.

— Eu já desconfiava, Betty.

— Apenas quero o seu perdão, eu não quis causar esse caos todo, ainda mais com você que foi a minha primeira amiga aqui em Burnaby. Na verdade, a única. Gostaria de dizer que não queria que a nossa amizade acabasse, mas seria demais e eu não quero forçar a barra contigo — admiti — Me desculpa mesmo, se eu soubesse que você era a noiva dele... Ou melhor, se eu soubesse que as coisas iam acontecer dessa forma, eu jamais tinha vindo para Burnaby e muito menos, aceitado esse emprego aqui...

Tentei falar, mas fui interrompida quando dois lábios tocaram os meus.

Maggie tinha acabado de me beijar!

Foi apenas um selinho, mas me surpreendeu mais do que devia.

— Me perdoe por isso, mas não dá para eu ser amiga de alguém que despertou em mim muito mais do que uma simples amizade. — ela pôs a mão sobre os meus fios e alisou-os, antes de falar novamente — Você tem o meu perdão, Elizabeth. E o meu coração também.

Lindemann foi embora e me deixou ali.

Parada.

Estática.

Surpreendida.

A frase ecoava em minha mente e repetia milhões de vezes.

E o meu coração também.

━━━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━━━

Penúltimo capítulo, a-

Algo a falar do capítulo de hoje? rs

Não demoro a atualizar 🤪, aliás, obrigada pelos quase 350k ❤️

MASTURBATING ৲ bughead ❫Onde histórias criam vida. Descubra agora