Chegando ao castelo, Aquiles me pediu para chamar Heitor e Páris para apresentá-los os mirmidões, Briseis para apresentá-la ao filho dele e tentar convencer Pat de sair do quarto.
Assim fiz, chamei os meninos na biblioteca, Briseis eu encontrei na cozinha e, ao dar a notícia, ela saiu correndo então fui até o quarto de Pat.
Parei em frente a porta antes de entrar. Eu não queria incomodá-lo, eu compreendo que quando algo desse gênero acontece, a pessoa deve ficar sozinha, sem ser incomodada.
-Safira… -Asti aparece me assustando, dei um pulo para trás, ele riu.- Desculpe se a assustei.
-Tudo bem -coloquei a mão no coração e respirei fundo.
-O quê você está fazendo parada aí? -ele se aproximou mais.
-Eu não estou tomando sol, Asti, acredite... -brinquei e demos risada.
-Por quê você está sussurrando? -ele também estava (risos).
-Porque Aquiles mandou eu tentar tirar Pat do quarto, mas não quero incomodá-lo, ele está tão tristinho… -cruzei os braços e meu olhar também se entristeceu.
-Calma amiga, -ele passou o braço por meus ombros.- acho que você deveria sim tentar falar com ele, só assim ele se distrai um pouco e… -a porta se abriu e nós paralisamos.
Pat parou, cruzou os braços, deu um risinho e escorou na porta:
-O quê está acontecendo aqui?
-Hum? -Do que ele está falando? Deixamos escapar.
Pat apontou para o braço de Asti nos meus ombros, ele tirou o braço dali rapidamente e um rubor surgiu em suas bochechas.
-Você está bem, Pat? -perguntei embora fosse óbvio que a resposta seria não.
-Estou levando -ele abaixou o olhar.
-Aquiles me pediu para vir te convencer de sair do quarto… -ri.- A propósito, -cruzei os braços.- onde o mocinho estava indo, em?
-Eu ouvi um barulho aqui no corredor e vim ver o que era -ele respirou fundo.- Agora temos que ter mais cuidado do que nunca.
-Verdade, principalmente com a Safira -Asti prosseguiu.
-Gente, -me apoiei na parede- eu sei me defender, apenas queria ter estado lá para ajudar Leia -escapou… meu nariz começou a coçar e isso é sinal de choro.
-Ei! -Pat andou até mim e segurou minha cabeça delicadamente com as mãos.- A culpa não foi sua e nem de ninguém, se era para ter acontecido, aconteceu -ele me sorriu, olhei bem fundo nos olhos dele.
-Você devia ouvir o que fala -ele abaixou os olhos e arrumou o cabelo com uma das mãos, ele estava querendo chorar.- Leia não queria que estivéssemos assim, ela gostava de alegria -na pontinha dos pés, segurei o rosto dele com as mãos, igual ele fez comigo.- Ela gostava de ver você sorrindo e acho justo darmos esse sorriso a ela -lhe dei um grande sorriso simpático.
Ele enxugou uma lágrima que começara a escorrer e me deu um sorriso, bem triste, eu confesso, mas não deixava de ser um dos lindos sorrisos dele. Por fim nos abraçamos.
-Não querendo interromper, -Asti começou.- mas, Pátroclo os mirmidões chegaram.
-Sério? -continuamos abraçados.
-Sim! -respondi entusiasmada.- Eudoro também está aí e acho que seu primo…
-Nosso primo -ele corrigiu.
-Enfim, ele está contando que eu vim do "futuro" -rimos.
-Vamos lá então -Pat trancou a porta do quarto e começamos a andar em direção a escada.
-Pátroclo, -Asti o chamou, paramos.- se você não se importasse, eu gostaria de conversar um pouco com essa chata aí -ele apontou para mim, debochado ele.
-Tudo bem -Pat deu um risinho e voltou a andar.
Fui em direção a Asti, ele se sentou no chão, cruzando as pernas, e se escorou na parede, fiz o mesmo.
-O quê você quer conversar? -perguntei.
-Então… -ele respirou fundo.- Eu estou precisando de um amigo, no caso amiga, nessas horas e eu não posso falar nada para meu pai, ainda -franzi a testa.- É que eu estou gostando de uma garota, -será eu?- ela é uma princesa, acho que você não a conhece -dei de ombros.- Eu quero pedir a mão dela aos pais -eu travei.
-Isso é -tentei não esboçar reação.- ótimo que... quero dizer, você é bem novo para isso, não é? -ele só me olhava.- Quantos anos ela tem?
-É mais nova que você um ano -15.
-É bem nova mas, ela já sabe? Ela sabe do pedido de noivado? E o namoro?
-O quê? Safira, parece que você não conhece como nós somos. Com o reino dela como aliado -ele se inclinou para frente.- poderemos vencer a guerra.
-Bo...bom você pensar nisso, Asti -NÃO É NÃO!- Parabéns, amigo -lhe dei um abraço o qual ele retribuiu.
-Mas não conte para ninguém, fechado? -ele começou a se levantar.
-Claro, pode deixar -ele estendeu a mão para mim e me ajudou a levantar.
Começamos a andar pelo corredor enquanto eu queria, na verdade, estar no meu quarto, tomando sorvete -ah que saudade de um sorvete…- e chorando, eu não disse nada.
-Safira, -ele me parou.- você não se importa, não é? -olhei para ele confusa.- Quero dizer, pelo o quê nós passamos e…
-Ah! -não quis nem ouvir o resto.- Não, o que é isso, que bom que VOCÊ esqueceu isso rápido e seguiu sua vida. E outra, eu sou sua melhor amiga, e vou estar aqui sempre para te apoiar, i n d e p e n d e n t e de suas decisões.
Ele me olhou integrado e por fim soltou uma gargalhada.
-Tudo bem, obrigada então viu -trocamos um sorriso e fomos para onde os mirmidões estavam.
Os mirmidões eram os soldados mais bravos de toda a Grécia, como disse o próprio Aquiles, eles eram MUITO bem treinados. Quando chegamos onde os meus primos estavam, os mirmidões estavam todos em formação de combate o que, de certa forma, me deixou receosa. Aquiles, Heitor, Páris e Pat estavam de frente para eles e Heitor falava algo mas parou quando nos viu. Percebemos isso de imediato, Asti me olhou intrigado e então todos viraram de uma vez para nós, -que vergonha!- eu tentei não parecer intimidada e, endireitando a postura, fui até os meninos. Asti me acompanhou bem mais acanhado.
-Καλημέρα (Kaliméra/ Bom dia) caros senhores -falei me posicionando ao lado de Aquiles, Asti parou ao lado de Heitor.
-Καλημέρα (Kaliméra/ Bom dia) -eles responderam em coro.
-O quê está acontecendo? -perguntei a Aquiles que me olhava espantado.
-Sabia que você não podia estar aqui, não é? -ele e os demais se viraram para mim.
-Por quê? -perguntei franzindo a testa.
-Porque você é uma garota -Asti falou, não acredito que ele me disse isso.
-O quê?! -falei em tom mais alto, cruzei os braços e comecei a bater um pé furiosamente.
-Calma -Heitor se aproximou, ele me conhecia muito bem.- Não é por isso, Safira, é que essa é uma reunião só com os chefes, -ele explicava calmamente.- entende?
Eu poderia muito bem falar: "Ah sim, eu entendo, me desculpe por estar atrapalhando, vou voltar imediatamente para meus aposentos", mas eu não iria dar esse gostinho para meu priminho e nem para o exército dele, além disso, que machismo!

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝔼𝕞 𝕞𝕖𝕦 𝕞𝕦𝕟𝕕𝕠...
Fiksi SejarahSafira é uma garota de dezesseis anos e que tem uma rotina bastante normal. Nas suas férias de julho, em uma noite, ela resolve assistir seu filme preferido: Tróia (2004), quando algo diferente acontece e ela entra para dentro do filme. Tudo no fi...