34° capítulo.

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Cheguei na sala de estar e me deparei com todos sentados nos sofás, Asti e os pais haviam ficaram conversando no jardim então eu entrei sozinha. 
 -O que aconteceu? -Páris e Briseis  logo vinheram me perguntando. 
 -A gente não deveria ir conversar em outro lugar? -Apontei para meus primos e notei que eles estavam distraídos conversando com Ulisses e Lena.
 -Não, fala vai… -Briseis, como sempre, curiosa (risos).
 -Eles já sabem, -olhei para conferir se meus primos não estavam ouvindo.- inclusive do beijo, foi ele mesmo quem contou -Páris arregalou os olhos...
 -Que beijo? -A cara que ele fez foi o melhor (risos).
 -Ah é, esqueci de te contar… -Briseis falava rindo.- ele beijou a Safira. 
 -O quê?! -O queixo de Páris caiu.
 -É ué… -ele olhou para Briseis com um olhar do tipo: “Por que você não me contou”. Briseis reparou e logo falou:- Nem me olha assim, Lena também sabia e nós não podíamos contar a ninguém, ordens da moça aqui -ela apontou para mim. 
 -Mas que confiança em Safira… -ele cruzou os braços, fingindo-se de bravo.
 -Eu não podia te contar, -ri.- você poderia contar para Heitor e… 
 Fui interrompida por Heitor, Andrômaca e Asti entrando na sala. Asti passou por mim e foi onde Aquiles e Pat estavam: 
 -Com licença -ele não perdia a educação.- Eu poderia falar com vocês -ele olhava para meus primos.
 -Claro -Aquiles respondeu simplista.- Vamos até a biblioteca…
 Então meus primos e Asti foram para a biblioteca, nós nos sentamos nos sofás e ficamos conversando: 
 -Asti nos contou tudo, Safira -Heitor falava.- Eu sinto muito, eu não soube do que tinha ocorrido, me desculpe -ele me sorriu, estavam sentados num sofá em frente ao meu.
 -Não tem problema treinador, eu não posso obrigar ninguém a gostar de mim -tentei sorrir, eles começaram a rir.- O que foi? 
 -Ele gosta de você Safira -Andrômaca falou.- é como eu disse: quando Asti gosta de alguém ele se distancia dessa pessoa pois não quer se apegar.
 -Por quê ele é assim? -Que rançooo. Notei que Andrômaca ficou um pouco triste.
 -Por causa do Heitor -ela respondeu com um tom de voz de choro.- Depois que aquilo aconteceu, Asti ficou muito triste e, logo depois aconteceu a invasão da cidade -ela estava querendo chorar, Heitor passou o braço pelo ombro dela, a trazendo mais perto dele.- Você não estava aqui para ajudá-lo, todos que sobreviveram estavam com medo, tínhamos que arrumar um lugar para ficar e Asti teria que governá-lo. Ele era só uma criança, não era justo com ele, -vi uma lágrima caindo dos olhos dela.- então o mandei para ser educado com a esperança de que, quando ele retornasse, daria um bom rei. 
 -E ele será… -Páris falou dando um sorriso amigável.
 -Eu só estou querendo dizer -ela enxugou as lágrimas.- que, ele já sofreu muito e ele não gosta de se apegar, principalmente a pessoas porque tem medo de perdê-las. 
 Ele nunca comentou nada disso comigo antes, por um instante fiquei triste mas depois, passou e eu fiquei com raiva dele. Me levantei e comecei a falar:
 -E por que eu? -comecei a andar de um lado para o outro.- Ele podia ter beijado qualquer outra menina, qualquer outra iria retribuir ao beijo afinal, ele é o príncipe e tem várias garotas loucas por ele… -Lena levantou e me parou segurando em meus ombros.
 -É porque ele gosta de você Safira, -ela me olhou nos olhos.- ele está apaixonado e você também. 
 É verdade, eu estou apaixonada! -Reconheci a verdade mas não queria deixar transparecer para os demais:
 -Ele falou,na minha cara que não estava… 
 -Ah Safira! -Todos falaram em coro.
De repente, os meninos saíram de dentro da biblioteca rindo -por que eles estão rindo?- Todos se levantaram, já era automático, eles vieram perto de nós e Aquiles me falou:
 -Por que você não me contou, Safira? -eu não estava entendendo nada.- A gente não vai fazer nada com o Astíanax, ele é um bom garoto -e ele bagunçou o cabelo de Asti. 
 Nós rimos, Briseis me olhou e deu de ombros, o que será que Asti falou para eles? Eu estava curiosa mas não iria falar com ele -olha o orgulho aí- eu pretendia esperar ele vir e falar comigo. Depois que todos nos sentamos (PS.: Asti do lado contrário onde eu estava), começamos a conversar sobre o karaokê, Andrômaca falou das aulas que iríamos ter e que, os demais também iriam participar. Descobri que iríamos treinar luta todos os dias, junto com os mirmidões que iriam chegar e os treinadores seriam Aquiles, Heitor e Ulisses, também iríamos ter aulas com Briseis e Andrômaca, apesar de estarmos de férias.
 Na hora do μεσημεριανό (mesimerianó/ almoço), ocupei o mesmo lugar que de manhã, entre Pat e Ulisses. Notei que Asti, entre uma garfada e outra, me encarava, quando eu o olhava novamente, ele disfarçava. O que será que ele quer? Resolvi não falar nada e deixar o dia correr. 
 Quando todos acabaram de comer, fomos para a sala de música curtir nosso novo "brinquedo". Aquiles estava muito estranho, ele ficava muito quieto e na dele, não falava nem com Briseis direito. Eu não ia perguntar a ele o que estava acontecendo, não tinhámos toda essa intimidade e, eu tinha certeza, que se eu fosse perguntar para ele, ele seria ignorante comigo ou não me responderia. 
 Aquiles, Pat, Ulisses e Heitor se sentaram um do lado do outro nas cadeiras, eu permaneci em pé. Quem iria soltar a voz, dessa vez, seriam os meninos, Páris e Asti, eles subiram no palco e começaram uma música que eu adoro: "Love Me Like You Do".
 Eu estava prestando atenção na apresentação deles quando: 
 -Safira… -Aquiles me chamaou, me sentei em uma cadeira atrás dele.- Você está bem? 
 -Ótima, -respondi simplista.- por que a pergunta? 
 -Deixe-me ver seu braço -ele virou mais para trás, para me ver melhor. 
 O olhei, tentei não esboçar reação e levantei as mangas do vestido. Ele analisou, sem tocar, acho que ele devia saber que aquilo doía, os meninos olhavam também. Parecia que ele já estava olhando a uns cinco minutos enquanto, na verdade, se passaram segundos, abaixei as mangas e lhe falei:
 -Pronto, o que acha? -Endireitei a postura, às vezes fico corcunda, coisa típica de adolescente (risos)
 -Nossa, -ele demorou para responder.- realmente seu filho tem força, Heitor -ele se virou para Heitor, em seguida olhou mais uma vez para mim e se virou para frente. Pat deu de ombros, virou também e Ulisses fez o mesmo.
 -Safira, -Heitor me falou, era o único que ainda estava virado para trás.- vamos fazer um curativo nisso aí, venha.
 Ele se levantou, pegou em minha mão e nós deixamos a sala de música. Andamos pelo longo corredor até chegarmos na cozinha, lá nos sentamos nas cadeiras da mesa de madeira, ele chamou uma οικονόμος (oikonómos/ empregada), pediu um vidro com arnica e alguns algodões, a moça trouxe rapidamente, ele agradeceu e ela se retirou.

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