56° Capítulo.

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Se aquilo era morrer, é horrível! É escura, fria, silenciosa e coça. Senti um enorme desespero, o que seria de meus pais? O que seria de minha vida, meus estudos, meus planos? O que seria de Asti? Será que eu vou perder todas as partes boas da minha vida? Não é possível!
 Como se eu acabasse de acender uma vela, senti um calor se espalhando por meu corpo, foi como se um computador estivesse restaurando sua memória. Abri os olhos devagar e me vi em um lugar completamente familiar. A luz de um belo crepúsculo adentrava a janela e algumas tochas iluminavam os cantos mais escuros do quarto. 
 Virei para o lado e me deparei com Helena sentada em uma cadeira na beira da minha cama, ela segurava um pano molhado e me observava. 
 -Ei… -ela disse com um largo sorriso no rosto.- Você acordou, Safira, como está se sentindo? 
 Eu tentei falar só que a voz não saiu e eu senti muita dor, então permaneci quieta. Notei que Lena estava com um pequeno corte no canto da boca e outro na sobrancelha.
 -O… -arrisquei a falar e, devagar, minha voz foi saindo.- o que acon… aconteceu? 
 -Vai com calma -ela pegou o pano e passou, de leve, no meu pescoço.- Eu vou lhe contar tudo -ela respirou fundo.- Depois que Asti te atingiu, a briga parou, todos ficaram em silêncio, ele caiu de joelhos ao seu lado e começou a chorar. Nessa hora Menelau chegou e começou a rir depois chamou o irmão que veio correndo…
 Agamenon deu um sorriso de vitória ao me ver ali caída.
 -Que triste história, o garotinho apaixonado mata a amada -Agamenon riu e bateu palmas.
 -Seu… -Asti se levantou com a espada em punho e conseguiu atingir Menelau que caiu no chão morto.
 Agamenon ficou furioso e também sacou a espada para uma luta com Asti. Nessa hora, Pátroclo rendeu Neoptólemo e os dois começaram uma luta. Todos os soldados se puseram a defender o "rei" e, depois que Aquiles deu uma espada a cada um dos meninos, a luta começou. 
 Helena recebeu ordens de me levar para Tróia e ela não fez diferente, pegou uma biga, com a ajuda de Ulisses, me puseram lá, e Lena dirigiu o mais rápido que pôde. 
 No meio da luta, Neoptólemo conseguiu ferir Pátroclo, que caiu desacordado, aproveitando-se disso, ele foi até onde Briseis estava lutando ao lado de Andrômaca, e a arrastou pelos cabelos até o alto do templo de Apolo.
 -Quando eu te jogar daqui de cima, -ele começou a falar levantando Bri do chão com muita violência.- meu pai vai ouvir seu corpo caindo na água e vai vir desesperado para tentar te salvar e, nessa hora, ele terá o mesmo destino que o seu.
 -Por quê você está fazendo isso? -ela tentou conversar com o soldado, mas era inútil. 
 -Porque meu pai foi muito tolo ao abandonar minha mãe e vir para cá se engraçar com você -ele cuspiu no chão.- É tão ridícula -e ainda debochou. 
 Neoptólemo segurou os braços de Briseis para trás e a levou para a beira do templo, um passo à frente e ela cairia na água. 
 Ele estava prestes a jogá-la quando: 
 -Largue ela e venha me enfrentar  como um homem! -Pátroclo apareceu.
 Neoptólemo jogou Briseis no chão com força, ela rolou e bateu a barriga em uma estátua, então se iniciou uma luta dos dois primos.
 Enquanto os dois duelavam, Astíanax estava prestes a morrer, afinal, além da preocupação comigo, ele estava lutando com um bom guerreiro. 
 Agamenon, com sede de vingança pela morte do irmão, pulou no ar e, com um só golpe, arremessou a espada de Asti para o outro lado. Ele chutou Asti o fazendo cair no chão e mirou no peito dele, quando Agamenon estava prestes a enterrar a espada em seu coração, Heitor surgiu e deu um murro nele, o fazendo sair de perto do filho. Então os dois começaram mais uma luta.
 -Astíanax! -Heitor gritou.- Vá ajudar Pátroclo! 
 Meio desordenado, ele correu até o templo e viu Neoptólemo a um fio de cair direto na água. O garoto correu na direção de Neoptólemo e o empurrou, quase caindo junto, a sorte foi que Pátroclo o segurou. Ao olharem para baixo, avistaram o soldado caído em cima das pedras com a ponta de uma delas atravessada em seu peito.
 -Eu não queria fazer isso, -Pátroclo falou.- mas ele não me deu escolha.
 -Infelizmente, ele seguiu pelo caminho errado… -as palavras de Asti foram interrompidas por um gemido de dor que vira de Briseis. 
 Os dois correram até ela e, no local, havia muito sangue. Pátroclo a carregou no colo e a levou até outra biga, em seguida, ordenou a Asti: 
 -Chame sua mãe, subam nessa άρμα (árma/ biga) e vão para Tróia.
 -Mas e… -Asti tentou falar. 
 -Ela está perdendo muito sangue -mas Pátroclo interrompeu.- e cada minuto conta, vá para Tróia -ele encarava Asti.- Eu ajudo eles aqui, fique sossegado. 
 Astíanax não contestou e fez o que ele pediu. Pátroclo correu pensando que a guerra estava intensa, porém todos os soldados estavam parados vendo Heitor e Agamenon lutar. 
 Páris estava com um dos ombros ferido e estava apoiado em Ulisses, ambos perto de Aquiles, quando Pat… Pátroclo chegou e se juntou a eles.
 -Vamos, príncipe Heitor! -Agamenon começou a falar enquanto lutava.- Você só sabe fazer isso? 
 Heitor partiu para cima dele só que Agamenon o desarmou e o rendeu com a espada em seu pescoço. 
 -Vejam todos… aqui está o futuro rei deste país -ele riu ironicamente, depois olhou para os meninos.- Aquela garota, a Safira, vocês enganaram ela muito bem.
 -Você não sabe do que está falando -Aquiles rebateu com um risinho irônico. 
 -Ah, -Agamenon não se calou.- o que isso importa, ela vai odiar vocês para o resto da vida. Ela não vai querer ser chamada de "prima" por um mercenário e um garoto fraco e idiota. -Aquiles começou a sacar a espada e Pátroclo deu dois passos à frente.- Sabe o que é uma pena? Eu não ter tirado nenhum proveito daquela garota, a pirralha era bonita em… 
 Antes que ele pudesse terminar de falar, Pátroclo, que estava mais perto, correu e deu um murro bem no queixo de Agamenon, que caiu no chão, em seguida, ele partiu para cima o suposto rei.
 Aquiles correu para segurar Pátroclo, Heitor, que estava perto, já estava tentando fazer isso, mas o garoto estava tão enfurecido que não saiu de cima de Agamenon até ele para de… de respirar (manoooo).
 Pátroclo levantou, limpou os punhos ensanguentados e olhou para os soldados. 
 -Voltem para seu país, a guerra finalmente acabou -ele respirou fundo.- Cheguem nas suas casas, abracem suas esposas, beijem seus filhos e sigam suas vidas. Agora vocês estão livres. 
 Os soldados deram um grito de vitória e, depois que cumprimentaram os meninos, se organizaram para partir. Os meninos pegaram os cavalos e chegaram em Tróia. 
 A chuva começou a cair fria e em grande quantidade, enquanto isso, Briseis lutava pela vida do filho mas a hemorragia piorou e, infelizmente, ela perdeu a criança. Aquiles ficou muito triste e até chegou a chorar. Mas, depois disso, a preocupação passou a ser eu...
 -...eles queriam entrar aqui para te ver -Lena continuava falando e limpando o meu pescoço.- Mas o ιατρός (iatrós/ médico) não deixou. 
 -Onde eles estão? -perguntei, minha voz já estava melhor.
 -Estão lá embaixo esperando notícias suas, quer dizer, Aquiles está no quarto aguardando Bri acordar.
 -Eu vou lá… -tentei me levantar mas uma dor invadiu meu corpo e eu estremeci.
 -Calma, Safira -Lena me deitou.- Dê um tempo e você já vai, me deixe, pelo menos, escolher uma roupa para você -apenas concordei com a cabeça.
 Esperei Lena escolher uma roupa e acho que ela leu meus pensamentos, ela escolheu meu velho e bom vestidinho bege e pegou meu chinelão.
 Ela me ajudou a ficar de pé e esperou eu me trocar, confesso que, por mim, eu ficava deitada dormindo o dia todo, mas eu queria ver todo mundo e falar que eu estava bem, com quem estava preocupado comigo, lógico. 
 Depois que Lena penteou meu cabelo e fez o curativo no corte, saímos, ela trancou a porta do meu quarto e descemos. 
 Astíanax cobria o rosto com as mãos que estavam apoiadas no braço do sofá, Andrômaca estava abraçada ao marido e Ulisses ao lado com o braço enfaixado. 
 -Que silêncio é esse, gente? -perguntei quando estávamos no penúltimo degrau. 
 -Safira! -eles gritaram em coro.
 Lena me ajudou a descer até o último e eles correram na minha direção. Ulisses, Heitor e Andrômaca me abraçaram e notei que Asti ficou parado no sofá me olhando espantado.
 -Você está bem? -Heitor perguntou.
 -Estou sim, com um pouco de dor, mas muito bem. 
 -É, o médico disse que você iria ficar com dor, mas não se preocupe, é dor externa -Ulisses parecia bem informado.
 -Ele disse que não atingiu nenhuma veia, foi mais um cortezinho de raspão, -Andrômaca se escorou no corrimão.- menos grave que o de seu primo. 
 -E, por falar neles, onde estão? -eu abraçei Heitor.
 -Aquiles desceu pouco antes de você, deu notícias de Briseis e foi para o estábulo, onde Pátroclo e Eudoro estão -Ulisses respondeu voltando a se sentar no sofá. 
 Olhei para Asti e ele estava perplexo me olhando, saí do meio do pessoal que me rodeava e fui até ele. Ajoelhei-me em sua frente, ele me acompanhou com o olhar, e segurei suas mãos.
 -O quê foi, não vai dar um abraço na sua amiga? -lhe sorri. 
 -Como? -ele parecia não acreditar que eu estava ali.
 -Relaxa, Asti, eu estou bem -segurei seu rosto com as mãos.
 Ele me sorriu de volta e me abraçou, um abraço forte e que me esquentou. Atrás de nós, ouvi o pessoal saindo, separamos nosso abraço e eu me virei para ver, eu estava certa, todos subiram nos deixando a sós na sala. 
 Me virei novamente para Asti e fui surpreendida com um beijo, enquanto este me acariciava. Ele se levantou e eu também, nós nos abraçamos e o beijo continuou, dessa vez com um gostinho diferente, parecia um beijo de cinema (eu não sabia o que fazer, risos). 
 O beijo foi se encerrando aos poucos e, quando acabou por completo, não tive coragem de olha-lo nos olhos e deitei em seu peito. Ele me abraçou e começou a rir.
 -O quê foi? -questionei ainda sem mirá-lo. 
 -Eu sempre pensei que seríamos melhores amigos para sempre mas, agora estamos aqui… você aí com vergonha e eu aqui tentando quebrar o clima -o olhei rapidamente, espertinho, rimos. 
 -Eu vou ver meus primos, já volto.
 Quando fui me distanciando dele, ele segurou minha mão, impedindo-me de sair. 
 -Me desculpa, eu não queria ter feito isso -ele apontou para meu pescoço enfaixado.- Na hora, pensei em fazer desgraça, mas me controlei, quando chegamos saí correndo, um soldado magoado, só porque um dia eu amei… -uma lágrima quente saiu de seus olhos, dei-lhe um beijo e enxuguei a lágrima solitária.
 -Já passou e, como se diz, o passado ficou para trás -pisquei.
 -Eu te acompanho até lá -ele passou meu braço pelos fortes ombros dele. 
 -Ευχαριστώ (Efcharistó/ Obrigada)...
 Me deixei ser levada por ele, eu estava meio zonza ainda e, de fato, havia o risco de eu cair naquela escadaria. 
 Chegamos ao estábulo e o nervosismo bateu, o que eu vou falar para eles? -pensei. Asti reparou, é claro, ele me conhecia muito, MUITO, bem. 
 -Fiquei calma -ele cochichou.- Tente dar um daqueles belos sorrisos seus… -eu tentei um sorriso.- Amor, não ri assim não que fica igual a Mona Lisa, parece que fez alguma coisa de errado -na hora comecei a rir muito, só que me contive, daí me toquei: 
 -Amor?! -lhe disse e ele arregalou os olhos, depois beijou minha testa. 
 -É, o meu amor… -lhe dei um abraço e, depois de respirar fundo, fui andando até onde os meninos estavam.
 Fui me aproximando da cocheira e comecei a ver um dos loiros e um moreno ao lado (Eudoro, com certeza). Me aproximei devagar, naquele dia eu estava de paz e não queria brigar com ninguém.
 -Eu não acredito que você deu um murro em Agamenon -falei interrompendo o assunto anterior e chegando de surpresa. 
 Pátroclo passou na frente de Eudoro correndo, quase o derrubou, e me deu um grande abraço. Aquiles pareceu esquecer toda a mágoa e recentimento e, depois que Pátroclo se afastou, ele me abraçou também. 
 -Que fofos… -Eudoro disse admirando a cena. 
 Eu ri e retribuí ao abraço deles, depois fui e, Eudoro e eu, trocamos um "bate aí". 
 -Mas, corrigindo aquela minha pergunta de quando eu cheguei… -continuei falando.- Eu não acredito que você bateu, e MUITO, em Agamenon -direcionei minha palavra à Pátroclo.
 -Nem eu acredito -ele deu de ombros e depois pareceu espantado.- Como você sabe disso? 
 -Helena, -eu não queria a dedurar, mas… (risos).- ela me contou toda a história, bem, a continuação do que aconteceu depois que eu desmaiei -me corrigi.
 -Mas, você está bem? Está sentindo muita dor? Falta de ar? -Pátroclo pareceu preocupado. 
 -Calma, eu estou bem, obrigada pela preocupação -lhe sorri. 
 Como eu suspeitei que iríamos ficar ali por muito mais tempo, fui até um feno e me sentei sobre ele -meu vestido deveria estar uma beleza (risos). Notei que, apesar de estarmos rindo, Aquiles estava com uma feição muito triste e eu o compreendia. Por dentro, eu também estava triste por meus primos, mesmo um deles fazendo mal a mim e o outro eu nem chegando a conhecer. Então comecei:
 -Aquiles, sinto muito por seu… seus filhos, eu, realmente, nem sei o que dizer. 
 -Tudo bem -ele começou a olhar para um tocha que queimava ao lado esquerdo do estábulo.- Eu não sabia mais o que fazer com Neoptólemo, ele não foi criado por mim, não que, caso ele fosse, ele seria uma pessoa melhor, mas eu poderia ter corrigido ele desde cedo. A mãe dele e a avó -no caso a mãe de Aquiles.- o mimaram muito e ele ficou daquele jeito. O pior -ele nos encarou de volta.- é que ele era, exatamente, igual a mim.
 -Você mudou -reconheci.
 -É, -ele me sorriu.- agora eu mudei, mas fiz coisas muito ruins de que eu me arrependo até hoje -ele se lembrou do assunto de antes, voltou a seriedade e prosseguiu:- Já meu outro filho, ou filha, eu nem o conheci, esse eu tinha certeza de que seria doce, como você, Safira -ele me olhou.- Teria a beleza e a ternura da mãe e seria muito bem influenciado pelas pessoas que o rodeiam mas, graças ao irmão dele ele… -Aquiles baixou a cabeça e nada mais disse, Pátroclo deu alguns tapinhas em seu ombro e ele limpou os olhos, acho que chorou um pouco. 
 -Vocês são jovens, poderão ter outros filhos, Aquiles -tentei o animar, senti que alguém me cutucou, foi Eudoro, os olhos dele estavam arregalados.- O quê? -cochichei a ele.
 -Nós não somos mais um casal… -Aquiles me respondeu, meu queixo despencou, não é possível!- Quando ela acordou, eu tentei falar com ela só que ela não me respondeu, nem olhou para mim, então a deixei sozinha. 
 Me levantei em um pulo, ele está fazendo tudo errado, homens… Eu não queria ver o casal que eu mais shippava se separar, eu não podia deixar, então resolvi ajudar: 
 -Não era para você ter deixado ela sozinha lá, justo nesse momento! -lhe falei e bati a mão na testa.- Eu vou te ajudar, venha… -fui saindo do estábulo e ele foi me seguindo.
 -O quê você vai aprontar? -fomos andando rápido.
 -Eu? Nada -respondi ainda caminhando.- Você vai subir lá no quarto, vai abrir a porta, pois o quarto é seu também, né... -dei de ombros.- Vai chegar perto dela e dar-lhe um beijo, depois converse com ela, deixe que ela chore e desabafe em seu ombro -paramos na escadaria, eu aguardava uma resposta dele.
 -Como você sabe disso? -ele cruzou os braços parando bem na minha frente. 
 -Ah… -me enrolei, como sempre.- É que toda mulher gosta de ser surpreendida com um beijo -dei de ombros.- Todos sabem disso, Aquiles -também cruzei os braços. 
 -Está bem, eu vou lá, mas -ele advertiu.- se isso não adiantar, vou seguir com meu plano. 
 Ele não comentou nada disso…
 -Que plano? -lhe perguntei, intrigada.
 Ele respirou fundo, olhou para os lados para se certificar de que ninguém iria ouvir e falou:
 -Eu partirei pela manhã -balancei a cabeça em negação.- Eu causei muito mal a eles e, se eu permanecer aqui, só irá piorar. Eles ainda não sabem.
 -Não pense assim -fui para perto dele e o abracei. Algo dentro de mim mudou.- Eu não quero que você vá embora. 
 Não o olhei durante esse tempo em que estávamos abraçados, porém senti quando ele devolveu o abraço. 
 Eu não podia dar tanta confiança a ele, ainda, então me distanciei.
 -Vai lá falar com ela, e lembre-se do que eu te disse! 
 Ele me sorriu, concordou com a cabeça entrou pronto para a conversa que daria o desfecho de sua vida. 
 Sem mais nada pra fazer (até porque eu não podia me exaltar muito), fui para a biblioteca. Ao entrar e escorar a porta, dei de cada com Asti que, ao me ver, parou a leitura e me sorriu. 
 Ele estava sentado no sofá embaixo da janela, com aqueles lindos cabelos loiros, quase castanhos, soltos e com aqueles lindos olhos azuis brilhantes. 
 Fui e me sentei ao seu lado, ele passou o braço por meu pescoço me trazendo para perto dele, segurei sua mão, a que não apoiava o livro e lhe sorri.
 Era maravilhoso ter alguém com quem ficar assim, abraçadinha, e eu estava feliz que esse alguém fosse Asti. 
 -Nós temos que contar aos seus primos -ele quebrou silêncio, ahhh!
 -Eu sei mas, por hora, eles tem os problemas deles para resolver, depois eu conto tudo.
 -Como você quiser… -ele disse, por fim e voltou a ler. 
 Comecei a olhar ao redor e vi meu livro em cima da mesa, como se quisesse se mostrar, falar que estava ali, só para me lembrar quem eu realmente era.
 -Quando você acha que vai ser? -Asti me perguntou, por certo acompanhou meu olhar. 
 -Que vai ser o quê? -o questionei.
 -Quando você vai voltar para o seu mundo, Safira? -ele fechou o livro e virou meu rosto para o dele. 
 -Eu não sei -fechei os olhos.- Agora eu percebo como é difícil tocar nesse assunto.
 Asti deixou o livro de lado e me abraçou, coloquei meus pés no sofá, me encolhi em seus braços e ele começou a acariciar meus cabelos. Levantei meus olhinhos para ele, tal ato fez ele rir, então me beijou. Ele era o tipo do menino que dava sentido aos clichês apaixonados, e eu me derretia toda. 
 -Vamos aproveitar esses dias que você está aqui o máximo possível, está bem? -fiz que "sim" com a cabeça e ele beijou minha testa.

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