59° Capítulo.

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Atravessamos a floresta iluminada pelo forte sol do meio dia, a caminhada não era curta, mas ninguém estava muito preocupado com isso. Por fim, chegamos na fonte da luz e ela parou de brilhar. Era uma espécie de portão que ninguém conseguia ver o que havia do outro lado, apenas um brilho de cor branca. Nos galhos das árvores ao lado, foram brotando flores das mais variadas espécies e, depois que todas estavam formadas, elas se transformaram em ouro. 
 Dei um passo a frente meio desconfiada, me aproximei do portão e coloquei a mão onde havia a luz, a senti formigar e a tirei rapidamente. Me virei para ver o pessoal e eles estavam um do lado do outro esperando que eu falasse alguma coisa. 
 Eu nunca fui boa com despedidas, eu costumava chorar em todas elas e não gostava de prolongá-las. 
 Andei até o “primeiro da fila”, por assim dizer, que era Ulisses e trocamos um toca aí, depois ele me abraçou.
 -A gente não conversou muito mas eu sei que você tem um coração enorme e vai ter um futuro brilhante, menina. 
 -Obrigada, Ulisses -falei me distanciando um pouco, ele piscou e eu ri.
 Andei até a outra pessoa, ou melhor, até as outras, todos sabem que Páris e Lena são um só. Quando parei na frente deles, os dois me abraçaram de uma vez e Páris começou a falar:
 -Saiba que, quando você quiser voltar, já sabe onde nos encontrar e que Tróia vai estar sempre de portões aberto para você, minha sobrinha -nos distanciamos e Lena bagunçou meu cabelo. Eu já não tinha forças para dizer mais nada. 
 Andrômaca me puxou para os braços dela e de Heitor que também me abraçaram, ela também chorava.
 -Você tem de contar a Aquiles… -Heitor sussurrou. 
 -É… -enxuguei uma lágrima.- Eu sei, mas tenho um plano -pisquei e eles riram.
 Mas é claro que eu tinha um plano (hehehe): Quando eu estivesse prestes a entrar no portão mágico eu iria falar a ele.
 Andei até Briseis e Aquiles onde, Bri me lançou um olhar como se me falasse: Conta, conta, conta!  Eu ri a esse olhar e os abracei. 
 -Tchau, mirmidão… -falei a Aquiles.
 -Tchau, prima -ele respondeu com um olhar bem sereno. 
 Todos me olharam pensando que eu iria falar algo mas, continuei andando e fui até Pat. 
 -É, segundo eles, -ele me deu as mãos e começou a falar.- nós somos muito parecidos, então, até mais, minha gêmea -rimos e ele me abraçou. 
 Eu iria sentir muita falta de Pat, por mais que agente tinha brigado, por mais que eu não confiasse tanto assim nele, como antes, nós iríamos reconstruir esses sentimentos novamente, se eu fosse ficar. 
 Chegou a vez de Asti, eu queria beija-lo, queria dizer que nos veríamos de novo, queria fazê-lo prometer que ele iria esperar por mim, mas não podia. Apenas nos abraçamos, ninguém disse uma palavra, e senti uma lágrima dele caindo em meu ombro. Quanto mais eu ficasse abraçada com ele, mais difícil seria de eu ir embora então me afastei dele, lhe sorri e ele fez o mesmo. 
 Me virei de costas e fui andando até o portão, quando cheguei na frente dele, senti um arrepio e me virei para o pessoal novamente. Estava disposta a contar para Aquiles sobre Asti e eu, mas tive uma surpresa quando Asti correu até mim e me beijou, depois ele me ergueu no ar e me rodou, ouvi várias palmas. Quando ele tornou a me colocar no chão, virei para o pessoal e vi Aquiles boquiaberto, então falei: 
 -Depois vocês conversam melhor… -Asti me deu outro beijo simplista.- Tchau, galera… -falei a todos.
 Depois de soltar as mãos de Asti, entrei no portão, o brilho era bem forte então fechei os olhos e senti todo meu corpo formigar.

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