60° Capítulo.

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Quando abri os olhos, eu estava em meu quarto. A pedra que, antes brilhava, cessara seu brilho e tudo estava normal, meus brinquedos, minhas maquiagens, meus quadros, meu closet… Olhei no relógio e vi que duas horas haviam se passado (o mesmo horário da duração do filme), o que era estranho. Me levantei da cama e tirei o DVD, ele também estava normal, depois o guardei.
 Fui até o espelho e eu estava do mesmo jeito, eu não estava mais com aquele vestido e nem com aquela gladiadora. A única coisa que mudou foi que agora, em meu pescoço, havia uma pequena cicatriz mas, fora isso, tudo estava normal.
 Do nada, meu celular tocou, dei um pulo e, quando fui atender, vi que era minha mãe:
._._._.CHAMADA._._._.
 -Mãe? -perguntei ainda meio atordoada. 
 -Safira, se troque bem rápido -ela parecia aflita.
 -Por que, mãe? 
 -Porque, neste evento, irão vir alguns atores internacionais e não temos jornalista disponível essa hora -eu gelei.- Eu sei que você sabe bastante coisa então, daqui á vinte minutos seu pai está indo aí te buscar. 
 -Mãe… espera, eu…
 -Beijos querida.
._._._.ENCERRADA._._._.
 Eu mal podia acreditar, aquele seria o meu primeiro trabalho! Eu comecei a pular feito louca dentro do meu quarto e, depois de me atentar a hora, corri para escolher uma roupa. 
 Eu tinha uma básica noção do inglês porém, a língua que eu dominava mesmo, era o espanhol. 
 Em cinco minutos escolhi uma roupa (saia preta rodada com camisão branco passado e sapatilha preta de bico fino) e fui arrumar meu cabelo, no qual fiz uma trança raiz. Corri para fazer a maquiagem, que foi bem simples e, logo que acabei, meu pai chegou buzinando lá fora. 
 Peguei meu celular, tranquei a janela e desci as escadas correndo. Meu pai estava parado no portão me esperando:
 -Está preparada, filha? -ele me perguntou.
 -Estou sim -respondi depois de abrir e fechar o portão.- Vamos? 
 Meu pai estava muito bem produzido, ele abriu a porta do Puma vermelho para eu entrar e, depois de se acomodar no seu assento, cantou pneu até a emissora.
                                 ***
 Ao entrarmos, meu pai logo foi chamado pelo dono da emissora e me falou onde eu deveria ir. Seguindo suas instruções, encontrei mamãe em um dos corredores super nervosa, corri até ela:
 -Cheguei! -falei com uma certa empolgação.
 -Que bom, minha filha -ela estava vendo algumas fotos que tinha tirado.- Se prepare porque, o pessoal já está chegando -ela começou a roer as unhas.
 Mamãe me levou até uma sala onde haviam algumas câmeras e microfones, então começou a organizar rapidamente algumas coisas em uma bolsa que eu segurava.
 -Sabe quem são? -me perguntou ela.
 -Não, quem são? -perguntei  MUITO curiosa, ela fechou a bolsa, a colocou em cima da mesa e começou a arrumar uma câmera.
 -Sabe aquele filme, que você ama e que faz tempo que você não assiste? -ela fez uma carinha de mistério e deu um risinho.
 -Tróia? -o quê isso tem haver?
 -Sim, então, o elenco vai se reunir aqui, na NOSSA EMISSORA -ela estava bem feliz.- para matar as saudades e dar algumas entrevistas. 
 -Como é?! -meu queixo despencou e meus olhos se arregalaram, mamãe checou uma última vez a câmera.
 -É, e foi tudo de última hora -ela ergueu o dedo indicador.- Por isso, esse é seu primeiro teste, vamos ver como você vai se sair -ela pôs a bolsa de alça em um ombro e a câmera apoiada no outro.- Está pronta? 
 -Si...sim… -estremeci. 
                                   ***
 Quando eles chegaram, uma multidão de pessoas se reuniu do lado de fora da emissora. Seguranças davam passagem a eles para que entrassem. 
 Eu estava em uma sala, inteira de vidro que era envolta em várias plantas, onde a entrevista seria feita com cada membro do filme. Foi aí que uma coisa me chamou a atenção: havia um ator novo, um ator do qual eu já ouvira falar mas nunca o vi, Levi Miller. Pelo o quê eu entendi, ele era amigo de alguns dos atores do filme, como Garrett e, este, o trouxe junto para o Brasil. 
 Eram duas poltronas, uma de frente para a outra com a câmera no meio, no caso, três pessoas iriam ficar naquela salinha improvisada: o ator, minha mãe e eu. Mesmo assim eu estava muito nervosa. Eu havia repassado mil vezes as perguntas que eu deveria fazer a cada um e, caso eu tivesse dúvidas, haveria uma ficha com algumas delas. 
 Quando a câmera começou a filmar e Rose Byrne entrou, eu comecei a suar frio, mas não deixei que isso me abalasse, segui firme, lembrei-me das aulas de inglês, coloquei um sorriso no rosto e comecei a entrevista.
 Depois de Rose veio Brad Pitt, Eric Bana, Saffron Burrows, Orlando Bloom, Diane Kruger, Sean Bean, Garrett Hedlund (aiiiiiii) e, por último, Levi Miller que, quando entrou na sala, meu coração disparou. Ele era o Astíanax! Ou, talvez, Asti fosse ele, eu não sabia ao certo. Era como se Levi tivesse interpretado Asti em uma “nova versão” do filme, mas isso não havia acontecido. 
 A entrevista com ele, assim como os demais, foi super tranquila, quer dizer… eu estava nervosa pois estava realizando um sonho, um não, DOIS! O de trabalhar como jornalista e o de conhecer meus atores preferidos

𝔼𝕞 𝕞𝕖𝕦 𝕞𝕦𝕟𝕕𝕠...Onde histórias criam vida. Descubra agora