Alice não entendia o que estava vendo.
Como poderia não haver sangue?
Ele fora atingido com um disparo de arma, pelo amor de Deus.
E como se também não sentisse dor, o homem sorriu abertamente para ela e abaixou a camisa devagar. Escondendo a evidência de algo errado. Algo não humano.
Alice não sabia o motivo, mas sorriu de volta quando uma sensação quente percorreu seu peito, mas não havia graça naquela situação.
Não fazia sentido o repuxar involuntário de seus lábios, já que não havia um sentimento feliz no seu coração, por mais que o estranho fosse atraente, com os olhos tão azuis e a pele tão clara como neve, ela estava apavorada. Não estava alegre. Logo, não deveria sorrir.
Era como se fosse imposta sobre ela uma sensação de felicidade. Como uma magia antiga e rara. Até mesmo um feitiço. Como se isso existisse.
Talvez estivesse cansada demais e tenha imaginado coisas. Afinal, estava acordada há quase vinte horas. Era bem plausível essa opção.
Então, fechou seus olhos com força, na tentativa de recobrar o juízo e quando os abriu, o sujeito havia sumido. Desaparecido em segundos, fazendo-a duvidar do que tinha presenciado.
Dúvidas serpenteavam sua cabeça, mas ignorou qualquer pensamento que parecesse fora de lugar e voltou para o seu posto rapidamente.
Enquanto caminhava pelo longo corredor, sentia estar sendo observada. Um pressentimento que pinicava a sua nuca e a incomodava. Após olhar algumas vezes para trás e até mesmo para o teto, suspirou mais tranquila. Não havia ninguém por perto.
Vazio e solitário foi o seu caminhar apressado.
Pois é.
Alice, provavelmente, precisava mesmo de algum descanso.
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Chama azul
Fantasy| SINOPSE | Aos vinte e seis anos, Alice Vieira estava feliz com o rumo que sua vida estava seguindo. Faltavam apenas alguns meses para se formar na faculdade, onde com honras, foi selecionada para uma bolsa integral em Medicina. Morava com seus pai...