Prólogo

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Alice não entendia o que estava vendo.

Como poderia não haver sangue?

Ele fora atingido com um disparo de arma, pelo amor de Deus.

E como se também não sentisse dor, o homem sorriu abertamente para ela e abaixou a camisa devagar. Escondendo a evidência de algo errado. Algo não humano.

Alice não sabia o motivo, mas sorriu de volta quando uma sensação quente percorreu seu peito, mas não havia graça naquela situação.

Não fazia sentido o repuxar involuntário de seus lábios, já que não havia um sentimento feliz no seu coração, por mais que o estranho fosse atraente, com os olhos tão azuis e a pele tão clara como neve, ela estava apavorada. Não estava alegre. Logo, não deveria sorrir.

Era como se fosse imposta sobre ela uma sensação de felicidade. Como uma magia antiga e rara. Até mesmo um feitiço. Como se isso existisse.

Talvez estivesse cansada demais e tenha imaginado coisas. Afinal, estava acordada há quase vinte horas. Era bem plausível essa opção.

Então, fechou seus olhos com força, na tentativa de recobrar o juízo e quando os abriu, o sujeito havia sumido. Desaparecido em segundos, fazendo-a duvidar do que tinha presenciado.

Dúvidas serpenteavam sua cabeça, mas ignorou qualquer pensamento que parecesse fora de lugar e voltou para o seu posto rapidamente.

Enquanto caminhava pelo longo corredor, sentia estar sendo observada. Um pressentimento que pinicava a sua nuca e a incomodava. Após olhar algumas vezes para trás e até mesmo para o teto, suspirou mais tranquila. Não havia ninguém por perto.

Vazio e solitário foi o seu caminhar apressado.

Pois é.

Alice, provavelmente, precisava mesmo de algum descanso.

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