Capítulo 46

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| N A T H |

Derrubaria mil demônios agora.

Porra, derrubaria uma legião apenas com o calor que sinto inflamando meu corpo todo, porque virei a maldita de uma bomba quando senti o seu gosto. Esse era o tamanho da minha vontade. Absurda e inflamável. Como nunca tinha sido e ainda assim, espetacular.

Quando os lábios macios dela tocaram os meus, transformei todo meu poder em puro fogo. Não sabia o que fazer com as minhas mãos, porque queria tocá-la em todos os lugares e depois passar meus lábios por cada parte. Droga, queria tudo ao mesmo tempo.

Qualquer que fosse meu pensamento naquela hora, foi apagado e virou um nada depois disso. Tudo na minha cabeça implorava por ela, porque era a chance das suas memórias voltarem e que maneira boa de tentar isso. Nada parecia melhor. 

Passo as mãos pelo seu corpo e a sinto estremecer, fazendo um barulho gostoso dentro da minha boca. Gemendo ou dizendo meu nome, não tenho a menor idéia, mas foi a coisa mais sexy que já vi e quero mais disso. Quero que ela se lembre. Precise que ela recorde como ficamos juntos e o quão fodido é o nosso sexo, o quanto nos encaixamos. O quanto nos detestávamos, somente para nos perder um no outro no final. 

Aquele buraco negro no meu coração, que parecia sugar cada segundo mais de mim, se fecha por um momento. Sentindo-se quase inteiro novamente. Agora entendo uma parte desse lado emocional deles, é inevitável não querer me afogar. 

Claro que poderia ter lidado com isso de outra forma, mas por que eu faria isso? O líquido era um tiro no escuro, assim como o beijo. A diferença é que escolhemos a melhor. Não vou me sentir culpado por isso. Eu a quero tanto que chega a doer meu peito e ter a oportunidade de tê-la em meus braços é definitivamente a maldita melhor opção.

Sei que cavei a minha cova agora, mas não estou dando a mínima para isso, porque Alice é um furação e eu sou aquela cerca velha de madeira. Antiga e a mercê dessa tempestade, como se todo o meu poder fosse inútil comparado ao quanto fico vulnerável perto dela. 

Empurro meu quadril para frente, deixando evidente o que ela exerce em mim, o quanto meu pau está duro nesse momento. Não afasto a minha boca nem para recuperar o fôlego, pois estou com um puta medo de descobrir que não está funcionando, então mantenho a pressão dessa dúvida martelando apenas na minha cabeça. Ela arfa quando seguro sua bunda, apertando contra o volume na minha calça. Estou uma bagunça, tentado a perder o mínimo controle que ainda tenho e jogá-la sobre a mesa.

Puxo seu cabelo para baixo e traço minha língua por seu pescoço, que agora é uma caminho livre e delicioso para seguir. 

— Nath. — sussurra.

— Não me peça para parar, por favor. — ouço sua respiração acelerada e fico aliviado quando apenas assente, passando a unha devagar pelo meu ombro. Um choque atravessa meu corpo e volto novamente para a sua boca. 

Sinto que vou explodir se não me enterrar nela. Para aliviar a dor no meio das minhas pernas, inclino meu corpo para ainda mais perto e quase sorrio quando Alice não me afasta, pelo contrário, se aperta ainda mais em mim. Porra

Se as lembranças não estão chegando, certamente está gostando disso tanto quanto eu e com certeza não vou reclamar. Sua mente pode até ter me esquecido, mas nossos corpos se conhecem como se fosse de outra vida e isso é excitante pra caralho.

Minha linda e pequena humana 

Sinto-a se tensionar, cortando o beijo de um modo inesperado e abro os olhos. Algo aconteceu e não estou preparado. Não estou nem perto disso, na verdade. Ela estufa o peito para dizer algo e desiste logo depois. Repete isso algumas vezes e aguardo pacientemente. O que quer que seja, não parece bom. A espera se torna uma tortura e minha alma parece ser arrancada quando interrompo seu semblante que não espelha nada. Exatamente nenhuma maldita emoção.

— Fala de uma vez, Alice. — digo e quase posso escutar meu coração se partindo novamente. Abaixo a cabeça com a expressão que vejo em seu rosto e suspiro pesadamente. Merda.

— Nath. — diz baixo e se aproxima. Seguro o ar e a encaro de volta. Atento a cada passada de suas pernas pequenas e perfeitas. Um medo bruto faz meu estômago se revirar e mantenho a dor presa  — Anjo.

— O que? — pergunto, porque acho que talvez tenha entendido errado. 

— Meu anjo. — sussurra e sorri. Alice estava me sacaneando enquanto eu perdia a porcaria da cabeça? Sério? — Você é o meu anjo, Nathaniel. — não sei em que momento corri até ela, mas a abracei tão forte que acho que quebrei algum osso do seu corpo.

— Graças a Deus. — murmuro e antes de beijá-la de novo, perco um segundo encarando a sua boca entreaberta, inchada e linda, e com um sorriso escondendo uma oferta irrecusável. 

Futuro.

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