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Vou finalizar a história...

Point of view Krawk

— em casa nós conversamos. - falo pra Stella enquanto Anna choraminga no banco de trás me deixando mais nervoso ainda.

Tinha ocorrido de o pai dela do nada começar a me chamar de vagabundo e ao Léo também, só porque começamos com rimas. Mas antes disso tio Wilson e tia Liliane falaram tanto para os pais da Stella que eu ficaria no chão se fosse comigo. Acabou que eles voltaram ao assunto de que eu não era homem de verdade, que eu só tinha usado a filha deles, de que logo eu iria enjoar e me livrar delas, que estava na cara que eu não aguentaria a primeira cincunstância de que a Anna estivesse doente ou a Stella e eu teria que assumir a responsabilidade. E eu que sou muito calado, falei poucas e boas para os dois e o pai da Stella simplesmente partiu pra cima de mim.

Eu não tive muita reação pois foi tão derrepente, ele conseguiu me acertar dois socos antes do tio Wilson e do Carlos o tirarem de cima de mim.

E acabou que nesse tempo de discussão a mãe da Stella sumiu e quando fomos notar, tinha um barulho alto de coisas quebrando, eu fiquei como?
Desesperado e fui tentar socorrer minha mulher, mas a porta do quarto tava trancada e o choro da Anna só me deixava cada vez mais aflito, e graças a Deus o tio Wilson conseguiu arrombar a porta e a Stella segurava a mãe dela no chão. E por fim acabou tudo "bem".

Não vou mentir, eu tô puto com essa situação toda de briga e justiça.

— Wally, você vai terminar comigo? - olho pra Stella estranhando sua pergunta.

— por que eu faria isso? - digo entrando na garagem do prédio e estaciono a BMW ao lado do Audi dela.

Saio do carro e pego Anna na cadeirinha e vejo Stella sair e ativo o alarme enquanto vamos para o elevador.

Aninha estava muito agitada e chorava de soluçar, meu coração estava partido de ver minha filha assim. A abraço sentindo meu rosto ainda doer e fico conversando com ela enquanto o elevador sobe e para no andar na Stella. Ela destrava a porta do andar dela e entramos.

Entrego Anna para a mãe dela e vou no banheiro lavar o rosto e tirar um pouco do sangue seco no meu supercílio. Pego uma pomada no kit de primeiro socorro e passo devagar vendo Stella me olhar calada, parada no batente da porta.

— me desculpa pelo meu pai, eu que não quis vir embora quando eles chegaram e por culpa minha isso tudo aconteceu com a gente, com a Anna. - a abraço, fazendo a mesma deitar a cabeça no meu peito

— você não tem culpa amor, eles se descontrolaram. Eu estava gravando a conversa e vou encaminhar para o advogado mostrar ao juiz, Anna nunca vai ficar perto deles. - falo e deixo um beijo na sua testa e suspiro baixo.

Me solto e volto a fazer meu curativo, até ela pegar da minha mão e ela mesma faz o curativo em mim, após se sentar na bancada do banheiro na minha frente, me fazendo ficar entre suas pernas.

— mesmo assim, eu me sinto culpada por tudo. Tem certeza que quer continuar comigo? - pergunta me fazendo a olhar sério.

— você está querendo terminar? - pergunto após ela colocar o curativo no meu supercílio.

— não, mas eu não quero que consequências das minhas escolhas te atrapalhem e atrapalhem suas escolhas e sua vida. Eu te amo demais para deixar isso acontecer. - fala me fazendo respirar fundo.

— se eu estou com você e te assumi para todo mundo, obviamente eu aceitei todas as consequências de tudo, assim como você aceitou as consequências da minha vida. Não somos crianças para ficarem brincando de ir e voltar, temos uma filha que precisa de nós dois ainda mais agora. Não tem essa de indecisão Stella, agora fala na cara se você quer ou não terminar comigo. Porque eu posso sair agora mesmo do seu apartamento e só nos veremos quando tiver a audiência dos seus pais e pra ver a Anna. - falo me afastando e me encosto na parede a olhando.

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