• Capítulo 8

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Kah: fala logo o que quer!
Rugge: ok, ok. Eu quero conversar!
Kah: sobre?
Rugge: o passado.
Kah: ah não! É sério isso?- assinto- Ah nem Ruggero. Eu não quero falar sobre isso!
Rugge: mas precisamos.- coloco minha mão por cima da dela e logo ela retira a mesma- Por favor!
Kah: o que você quer falar precisamente sobre o passado?
Rugge: sobre o que aconteceu com nós dois.
Kah: não foi você mesmo que disse que passado é passado?- nossos sorvetes chegam e comemos entre pausas para falar.
Rugge: eu sei Karol, mas poxa, eu quero me acertar com você!
Kah: essa palavra acertar não existe no meu vocabulário.
Rugge: não se faz de difícil!
Kah: difícil? Isso não se chama se fazer de difícil, mas sim proteção. Não quero que nada do que aconteceu no passado aconteça de novo!
Rugge: meu Deus! Você nem parece aquela Karol que eu conhecia.
Kah: pois é, a bobinha de antes não existe mais!
Rugge: não quis dizer isso, o que eu quero é me entender com você. Sei que fiz muita merda...- sou interrompido.
Kah: sim, você fez!- reviro os olhos e continuo.
Rugge: mas eu quero que a gente fique de bem!
Kah: ok, e o que pretende para ficarmos de "bem"?- ela faz aspas com os dedos.
Rugge: por que você foi embora?
Kah: já que você quer conversar sobre isso, nós vamos conversar sobre isso.- ela fala deixando o pote do seu sorvete de lado e eu também, pois os sorvetes já tinham acabado- Quando eu cheguei naquela escola, no segundo ano do ensino médio eu não tinha ninguém. Meus pais sempre me amaram, mas nunca foram tão amorosos comigo. Cheguei lá e por ser muito inteligente e superdotada fui chamada por vários apelidos e você sabe muito bem. A quatro olhos, esquisita e enfim, muitas outras coisas.
Rugge: e você me perdoou por eu ter te chamado disso!
Kah: sim, sim. Aí você começou a se aproximar de mim e eu fui dando espaço. Eu te amava naquela época e todos sabiam, inclusive você. Você depois de um tempo disse que me amava e eu não acreditava tanto, pois você era e é o popular e eu era a nerd. Depois aconteceu aquela merda de baile- ah não! Eu me lembro, foi aquele baile que nos distanciou.
Rugge: olha, sobre o baile eu posso te explicar!
Kah: não tem explicação Ruggero. Você e a Candelária estragaram a minha vida!
Rugge: me perdoa, é sério!
Kah: ok, tenho que ir- ela tira o dinheiro de sua bolsa colocando em cima da mesa e em seguida sai. Estou paralisado, não acredito que ela ainda tem em mente esse baile.

Kah on·
Terminei minha apresentação e senti alguém me abraçando. Virei minha cabeça de lado e pude ver que era o Esteban, tinha que ser né. Ele está muito grudento, mas não vou mentir, ele até que é bonito! Ele me chama para sair e eu fico sem reação. O Ruggero como sempre aparece e pede para falar comigo. Eu fiquei confusa, até porque não queria aceitar o pedido de nenhum dos dois, ainda bem que as meninas estavam lá e me salvaram. Trocamos de roupa e depois fomos em direção a saída da faculdade rindo muito das piadas que a Valu fazia, até que vejo o Ruggero e ele me chama para conversar. Eu não queria, as meninas deram algumas desculpas e saíram me deixando sozinha com ele. Eu acabo ficando sem saída e aceito seu pedido de irmos a sorveteria. Lá conversamos e talvez eu tenha sido grossa, mas não quero que nada do que aconteceu no passado aconteça de novo. Eu infelizmente lembrei daquele baile, daquela droga de baile. Sai da sorveteria correndo, deixando o dinheiro para ele pagar meu sorvete. Em um certo ponto paro de correr e sinto lágrimas caírem sobre o meu rosto. Vou para casa e chegando lá me desabo mais ainda praticamente gritando. Ainda bem que a Gio não está aqui, com certeza ficaria preocupada e agora não estou com cabeça para explicar. Começo a relembrar o baile deitada na minha cama, ou melhor, jogada na cama.

A Nerd e o Popular [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora