Em família

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Julho/2020
Rafa Kalimann

"Crescemos como pais quando reconhecemos que nossos filhos têm sentimentos e necessidades diferentes dos nossos, e mesmo assim os atendemos sem esperar nada em troca."

Acordei com batidas na porta e saí devagar de cima da Manu, colocando o roupão e abrindo apenas uma frecha. Não queria que ninguém a olhasse tão exposta, mas a primeira coisa que vi foi o sorriso de Marcella e pela forma como ela quase pulava no mesmo lugar eu já ri imaginando a ansiedade para finalmente conhecer Manu pessoalmente.

-- Onde ela tá? - tentava espiar dentro do quarto.

-- Shiii...ela tá dormindo! - ela revirou os olhos.

-- Cês tavam transando? - ela arqueou a sobrancelha sugestivamente e eu ri.

-- Tô com cara de quem tava transando? - ela revirou os olhos. -- Manu tá cansada e eu só tô aproveitando pra dormir com minha namorada tudo o que não dormi nos últimos dias sem ela. - ela riu animada.

-- Já tá na hora do almoço, Flavina pediu pra chamar vocês. - assenti. -- Agora me deixa entrar, quero falar com ela. - deu um passo pra frente e eu fechei mais a porta. -- Que? Ela tá pelada? - ri.

-- Não. Bem...de lingerie. - ela sorriu travessa.

-- Tudo bem, eu não me importo. - disse dando de ombros e eu ri.

-- Para de ser inconveniente! - ela revirou os olhos e seu semblante ficou sério ao apontar o dedo indicador pra mim.

-- Escuta aqui, Rafaella...você vai me deixar entrar nesse quarto e acordar a Manu ou eu não te ajudo com mais nada e ainda mando o Gabriel pertubar vocês! - engoli a saliva e revirei os olhos, decidindo abrir a porta sem ter muita certeza. Manu era muito metódica com seu espaço pessoal.

Marcella colocou um sorriso vencedor no rosto e entrou saltitando no quarto.

-- Porra! Ela é pequena, mas que corpão! - dei um tapa nela e ela soltou um quase grito, fazendo Manu se remexer.

-- Tá maluca? Isso dói, caralho! - sussurrou e revirei os olhos. -- Ela tá malhando? - suspirei irritada e ela riu.

-- Pior que tá! Ela voltou tem umas semanas! - ela assentiu com a cabeça.

-- Tá de parabéns! - trinquei os dentes e ela riu se aproximando de Manu e chegando perto do seu ouvido com cara de quem iria aprontar. Mordi o lábio imaginando o que ela iria fazer.

-- NÃO ACREDITO QUE CÊS TAVAM TRANSANDO, SUAS SAFADAS! - gritou e eu vi o corpo da minha pequena pular na cama e ela abrir os olhos assustada, olhando pros cantos do quarto desorientada. A cor do seu rosto pareceu sumir. Vi Marcella rindo e segurei a gargalhada porque não sabia qual seria a reação dela.

-- Puta que pariu, Marcella...- ela colocou a mão no peito pra se acalmar. -- você quer me matar, sua filha da puta? Eu achei que fosse a dona Genilda ou sei lá...- Marcella gargalhou.

-- Larga mão de ser frouxa! Todo mundo sabe que cês transam. - lembrei do Tato e ri, atraindo a atenção delas pra mim. Manu semicerrou os olhos na minha direção.

-- Você deixou ela me dar esse susto? - perguntou séria e o mordi lábio querendo rir da carinha de brava dela. Era a coisa mais fofa do mundo todinho.

Ironia do Destino [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora