Amarras

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Junho/2020

Manu Gavassi

"Eu sou apaixonado por ciência, um pouco mais pela eletricidade. Ela me ensina o quão fortes e poderosos podemos ser, sendo ao mesmo tempo humildes. A eletricidade que move o mundo é a mesma que passa sutil e despercebida por entre nós"

A caixa de pizza estava largada em algum lugar qualquer, e eu a sentia movimentar sobre mim. Passo minhas mãos por sua cintura e costas. Sinto meu corpo vivo, cada célula, é como se eu tivesse consciência de cada milímetro da minha pele. Sua boca toca a carne macia e cheirosa do meu pescoço e alguma coisa muito louca percorre todo meu ser de cima abaixo. Sua pele arrepia sob meus dedos e sei que ela sentiu também. Parece que uma parte um tanto adormecida dentro de nós acaba de iluminar.

Rafa finalmente sai do que parece ser um dos seus lugares favoritos agora, e me olha direto nos olhos. Sinto meu coração parar. Deus, estou tão entregue a ela e ao que ela quiser fazer de mim. Meu sexo está tão molhado. Será que o dela está também? Quero tanto sentir. Mordo o lábio inferior e acho que deixo transparecer o meu estado torpe de tesão porque ela sorri travessa, como se tivesse vantagem sobre mim. E ela tem.

Sorrimos uma para outra enquanto levo uma das minhas mãos ao seu rosto. Posso sentir como ela está quente e como inclina sua cabeça de encontro ao meu toque. Definitivamente, daqui para frente, não teria como escapar do poder de atração que exercemos uma na outra.

Aquela sensação que tanto buscamos nesses quase 2 meses está aqui. A plenitude, sem dores, sem inquietudes, eu só consigo pensar nela. É viciante, inebriante, Rafa me entorpece mais do que qualquer bebida alcoólica que já provei. Ela me beija novamente e eu retribuo com avidez.

Rápido demais? Estávamos tentando levar isso como um casal no primeiro encontro, mas em algum momento durante os sorrisos e fatias comidas de pizza, ela me olhou com aquele sorriso, eu a beijei, e estávamos há um tempo não determinado nos amassando. Ela se aproveitava do meu pescoço e clavícula. Eu me aproveitava com mãos bobas pelo seu corpo. Estava tão quente. Deus!

-- Nossa! - ela disse ainda me beijando -- Sua boca é maravilhosa, você é maravilhosa, Manoela! – ela sorri em mim. Sinto meu corpo arrepiar ainda mais. O corpo dela estremece ao sentir o aperto forte que dou em sua cintura.

-- Sinto como se não pudesse te deixar sair de cima de mim! - falo puxando seu rosto mais pra mim, segurando os seus cabelos com uma mão e forçando sua cintura contra meu corpo com a outra.

-- Porra! - ela joga a cabeça pra trás pela fricção dos nossos corpos com uma cara de safada que me faz rir. -- Cala essa boca e me beija...- ela avança nos meus lábios.

***

-- Eu não aguento mais beijar, princesa...- ela me morde, me provocando, e eu estava desesperada por mais. -- Tô encharcada por você! - confesso baixinho, vendo como ela morde o lóbulo da minha orelha e seu corpo arrepia inteiro, posso sentir que ele deu um leve solavanco. Ela não para de arrastar os dentes na minha pele, e eu chego ao meu limite:

-- Vamos pra cama! - digo apertando sua bunda, sentindo como ela morde meu pescoço com força. Puta que pariu! Ela me beija sem responder e eu correspondo como se minha vida dependesse disso. No momento, depende mesmo. Sinto o mundo rodar de tesão. Senhor! -- Vamos? - insisto mais uma vez e tento me levantar, mas ela faz força para eu não sair dali e me olha. Seus lábios estão uma loucura. Vermelhos e inchados. Isso só faz eu sentir minha calcinha molhando mais. Tão minha!

Ironia do Destino [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora