Prosa e Poesia

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Olá,

Nesse capítulo utilizei o itálico em tudo que é narrado. Evita que eu tenha que indicar "narradora" durante o curso dos acontecimentos e o timing de leitura é importante nesse capítulo. A gente se encontra nas notas finais!

Boa leitura!

Junho/2020

Narradora

"Um dia você vai conhecer alguém que aprecie você pelo que você é. Quer dizer, existem sete bilhões de pessoas no planeta. Eu sei que uma delas irá até à lua por você."

Elas se olharam alguns segundos, os olhares ávidos passavam dos olhos para a boca como que querendo gravar aquele momento na memória de ambas.

Manu se aproximou e passou as mãos no rosto de Rafa, tirando seus cabelos do ombro e jogando-os para trás, era um carinho, lento, delicado. O ato só deixou Rafa ainda mais nervosa e ansiosa, sentindo as mãos da menor deslizarem lentamente pelos ombros, apertando levemente.

-- Tem certeza? - perguntou vendo a mais alta morder os lábios forte e afirmar com a cabeça com um sorriso tímido.

-- Tenho.

Manu sorriu e se aproximou, puxando o rosto de Rafa para si, cheirando seu pescoço, vendo como seu corpo estava reagindo de forma mais óbvia ao seu contato.

-- Quero que saiba que não há necessidade de fazermos amor agora. Posso te esperar o tempo que for. Não estou com você por sexo. - a mais alta olhou para ela com os olhos transbordando sentimento. -- Quero fazer isso, muito, mas só quando você se sentir bem!

Rafa sorriu, para ela Manu era um dos seres mais lindos do universo.

-- Tô louca por você, pequena. Passei o dia todo te comendo com os olhos e tomei uns vinhos a mais só pra ter coragem de tomar iniciativa. Não aguento mais esperar, Manu. Eu quero você!

Manu Gavassi

Eu só sabia sorrir diante do que ela falou. Enquanto eu olhava para ela e ela para mim, tudo que eu conseguia pensar era que aquele momento finalmente tinha chegado. Estávamos ali e ela queria aquilo, tanto quanto eu. A forma com que notei seu olhar, ela me desejava, me queria nela.

Passei minha mão por seu rosto e senti o corpo dela responder ao meu toque. O coração dela acelerou tanto que eu podia sentir daqui. Ela fechou os olhos por breves segundos. Eu já não estava me aguentando,  ajeitei seu cabelo para trás da orelha. Ela me olhava atenta como que esperando minhas ações. Segurei sua nuca e ela sorriu tão gostoso, tão aqui, tão necessitada quanto eu.

Rafa Kalimann

Ela me olhava daquele jeito tão sincero, tão libertador. Com ela não tinha jogos, não tinha armadilhas, dissimulações. Eu podia sentir naquele olhar o que ela queria, quem ela queria. De todas as pessoas que conheci nenhuma foi tão transparente, nenhuma conseguia tanto conversar comigo apenas me olhando.

Ela fazia carinho no meu rosto, na minha nuca, e eu tenho quase certeza que assim como eu, ela estava de alguma forma guardando aquele momento, olhando para cada um de seus segundos e construindo a imagem do que seria o verdadeiro começo de toda a nossa perdição.

Eu sabia que era Manu, e se eu quisesse podia voltar atrás naquilo, poderia parar e recuar. Evitei esse momento algumas vezes nas últimas 24h porque eu tinha certeza de que se a gente concretizasse essa ligação maior entre nossos corpos, nossas almas, se eu a sentisse mais do que já a sinto em mim, nada poderia me segurar mais.

Ironia do Destino [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora