Julho/2020
Manu Gavassi"Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios".
Acordei com um barulho irritante, mas bem conhecido. Era o toque do meu celular desesperado a ponto de balançar o criado mudo onde ele estava. Estico o braço para fazê-lo parar de tocar antes que acordasse uma certa deusa de cabelos cor de mel que dormia praticamente em cima de mim.
Meu intuito era desligar, mas vejo que eram 09 horas e o nome da minha irmã aparecia na tela. Senti um negócio ruim por todo o corpo. Catarina não era de ligar pras pessoas sem mandar mensagem antes confirmando se poderiam atender e não havia qualquer notificação dela, muito menos era de ligar nesse horário se não realmente precisasse fazer a ligação. Conheço muito bem a minha irmã. Ela odiava incomodar e tinha costume de só ligar pras pessoas do horário do almoço em diante.
-- Droga! - resmungo baixinho imaginando o que poderia ser, e olho de relance pra verificar se Rafa ainda dormia.
-- Oi! - sussurro escutando como ela suspira do outro lado.
-- Finalmente, Manoela! - sua voz parecia aflita, mas mesmo assim eu sorri involuntariamente ao ouvir sua voz. Eu amava tanto minha irmã e morria de saudade dela.
-- Eu estava dormindo, sis! Você tá bem? - continuei cochichando e ela suspirou.
-- Sim. A Rafa tá perto de você? - senti um alívio tomar conta do meu corpo, seja lá o que for não era nada com ela ou com a minha família, porque ela teria falado após minha pergunta.
-- Uhum. Dormindo! - falei sentindo um sorriso no meu rosto e percebi como ela sorriu do outro lado da linha.
-- Precisamos conversar! - suspirou e eu podia sentir que ela estava nervosa. -- Com privacidade, Manu! - e eu entendi o recado.
-- Tô levantando, só espera um pouco, vai ser um pouco difícil! - ela riu e acalmou um pouco meu coração.
Levantei com muita calma, tentando sair debaixo dela sem que ela acordasse. Foi uma pequena maratona e eu me senti cansada ao finalmente me colocar de pé. Vesti o roupão da Rafa e ri do tamanho dele no meu corpo, mas era o melhor que eu podia fazer tão rápido.
Sai do quarto para não acordar minha namorada e coloquei o telefone na orelha, buscando algum lugar com privacidade naquela casa.
-- Pronto! Temos privacidade! - suspirei. -- Qual é o tamanho da merda? - ela riu.
-- O Felipe te quer aqui! - senti todo o meu corpo gelar.
-- Como assim? Porquê?
-- Ele tá nervoso pra caralho, Manu! Nunca o vi assim! Ele descobriu que você e o Igor terminaram. Ele te quer aqui, agora! - ela quase gritou e eu comecei a entender a gravidade da situação.
-- Ele sabe da Rafa? Sabe onde eu tô? - rezei a Deus para que não. Ele não podia saber disso da boca de qualquer outra pessoa além da minha.
-- Acho que não...quer dizer, não. Não deve saber! - ela parecia bem atrapalhada e só ficava assim quando estava nervosa.
Passei a mão na testa de um jeito tenso. Precisava me acalmar, duas pessoas nervosas não adiantaria em nada.
-- Tudo bem, vamos por parte! Respira, sis! Tá tudo bem!
-- Manoela? Seu empresário tava gritando no telefone e puto porque você não responde as mensagens dele! Ele disse que não quer nem ouvir sua voz, só quer você aqui! - e ouvi seu suspiro estressado.
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Ironia do Destino [Ranu]
FanfictionSe dependesse do acaso, Manu e Rafa continuariam frequentando os mesmos eventos sem nunca se encontrar, mas o destino tinha outros planos.