Florescendo

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Julho/2020
Rafa Kalimann

"Não queira florescer rápido, respeite teu ciclo de crescimento e amadurecimento. Plantas que brotam e florescem rápido morrem rápido. Plantas que demoram a crescer se fortalecem e se tornam perenes."

Nossos corpos embolados no sofá mais esquisito, porém mais confortável que já experimentei. Suspirei passando o nariz no seu pescoço, sentindo seu cheiro.

Minhas mãos já trêmulas enredadas no seu cabelo, trazendo seu rosto pra perto do meu. Ela envolveu meu corpo com seus braços. Forte. Apertado. Senti minha alma reluzir. Minha casa. Meu lar. Meu porto. Seguro.

Deslizei minha boca por seu pescoço sentindo seu gosto de morango. Senti como ela arrepiou e estremeceu inteira nos meus braços e sorri. Arrastei meus lábios por seu rosto até chegar na sua boca e invadir. Quente. Úmido. Lento. O melhor beijo, só meu.

Sentia como o meu corpo rebolava em cima do seu em um encaixe tão perfeito, tão gostoso.

-- Amor? - ela sussurrou sem ar em um tom reclamão.

-- Te machuquei?! - ela negou mordendo o lábio inferior.

-- Tô morrendo de tesão, mas meu corpo tá mega cansado, não tô conseguindo nem me mexer sem sentir ele doer! - afastei um pouco para olhar nos seus olhos.

-- Porque não disse antes? - suspirei tentando me recompor. -- Quer um remédio pra dor? - perguntei meio perdida, mas já levantando de cima dela devagar para não machucá-la mais.

-- É que tava tão bom, não queria ter que parar...- e fez biquinho me fazendo beijá-la rapidamente pela fofura.

-- Nem cheia de dor cê deixa de ser safada, Manoela! - ela riu. -- Onde tem analgésico? Vou pegar procê!

-- No armário da cozinha do lado esquerdo tem uma caixinha com símbolo de primeiros socorros! - assenti e levantei completamente do sofá.

-- Fica quietinha aí! - fui, mas voltei lhe dando mais um selinho antes de realmente ir, e ela sorriu do meu jeito atrapalhado, mas completamente apaixonado.

***

-- Já tá bom, princesa! Seu dia também foi pesado e você precisa descansar!

-- Nada disso, só mais um pouquinho e então eu paro! - ela revirou os olhos divertida.

-- Você é impossível, sabia?! Já me deu remédio, praticamente me carregou até a cama, tá aí há tempos fazendo massagem...já vou melhorar, amor! Não precisa se preocupar tanto! - neguei e continuei a massagem em suas costas.

-- Cê precisa se cuidar melhor, Manu! Não pode trabalhar achando que é máquina...Nunca vi cê reclamar de dor assim, se você não se cuida eu preciso cuidar! - ela sorriu.

-- Já é a quinta vez que você fala sobre eu estar trabalhando demais!

-- Porque tá me incomodando! - vi como ela olhou pra trás tentando me ver melhor e fez uma careta de dor. Revirei os olhos. -- Eu ficaria mais tranquila se cê parasse de agir como se fosse super humana! - ela sorriu.

-- De zero a dez o quanto tá incomodada com isso? - ri por ela usar a escala.

-- Dez! - disse brava e ela sorriu. -- Nosso corpo nem sempre acompanha nossos pensamentos e planos, Manu! - falei séria e ela suspirou lentamente.

Ironia do Destino [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora