Prólogo

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Julho/2020
Manu Gavassi

"Uma vez na vida, se tiver muita sorte, vai conhecer a pessoa que dividirá sua vida, em o tempo antes dela, e o tempo depois dela."

É noite do dia 21/07 e estou no meu apartamento, toda arrumada, maquiada e deitada sozinha no tapete da sala com uma taça de vinho na mão enquanto admiro a luz da Lua. Penso em como minha vida mudou drasticamente nos últimos 06 meses e no tanto que eu riria se me dissessem que eu estaria nessa situação. Mudar a minha vida profissional ao construir uma imagem sólida para um público que jamais ouviu falar de mim era um dos meus objetivos ao entrar no Big Brother, mas jamais...nunquinha, eu iria imaginar todo o sucesso e repercussão dessa 20ª edição. Muito menos imaginei uma pandemia gerando toda essa crise sanitária e hospitalar em todo o país e no mundo. Mas sequer é sobre isso que estou pensando...

Você pode achar que é futilidade, mas quando falo sobre "a minha situação", não estou me referindo a toda essa loucura e tragédia, estou falando do que sinto por ela - que bem, se formos analisar, não deixa de ser louco e trágico. Há 6 meses, quando eu entrava pela porta da casa mais vigiada do país, acreditei ser o dia mais bizarro de toda a minha existência, e tive a mesma sensação ao sair por aquela mesma porta e me deparar com um mundo totalmente diferente por conta da súbita fama e da bosta dessa pandemia. A realidade nua e crua é que aprendi e me adaptei a viver o BBB, como aprendi a entender todo o sucesso que o acompanha e a lidar com essa pandemia da melhor forma possível. E hoje, aqui olhando a Lua e pensando nela, essa sensação de estar vivendo o dia mais bizarro da minha existência novamente me toma por completo. Não pelos meus sentimentos, mas porque ela os corresponde.

Pois é. Jurava que minha vida sentimental pós BBB seria estável, que havia encontrado o meu cara e que poderia já começar a planejar as viagens de casal e com quantos anos eu teria o primeiro filho. Declarei para mim e para milhões que escutaram minha collab com o Zeeba que havia cansado de tantos dramas amorosos, mas quando eu voltei para a sociedade após esse retiro, percebi que quem nasce pro drama nunca será calmaria.

Amor sem caos é estranho pra mim e óbvio que não seria diferente depois de 27 anos de completas desventuras amorosas. Sinceramente, talvez até tivesse tido futuro, talvez pudéssemos ser o tipo de casal hétero padrão que eu adoraria ter sido, mas a verdade é que as chances dele e de qualquer outro ser humano tenderam a zero desde que a vi com aquele vestidinho branco sentada ao meu lado na grama artificial do Projac, estampando esse sorriso capaz de derreter as calotas polares. Tenho certeza que os ambientalistas ficariam mais preocupados com o calor causado por esse sorriso do que pelo aquecimento global. Bem, talvez só surta esse efeito em mim. O fato é que eu não fazia ideia na época, mas ela mudaria a minha vida e tudo seria resumido a antes e depois dela.

Como isso aconteceu? Eu gosto de dizer que foi por pura Ironia do Destino.




Ironia do Destino [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora