28 de Abril, Sábado
18h58 — A Isa foi no meu trabalho. Quase não a vi durante a semana, pois ela tinha alguns trabalhos para apresentar e tava indo mais cedo para a UEL, só a via na volta, mas ela sempre estava cansada.
Contei sobre o incidente de ontem e ela já tá bolando um encontro para o professor e para mim. Como se isso fosse acontecer.
Para minha infelicidade, ela me perguntou sobre o Nando. Falei que ainda não respondi a última mensagem dele e que não queria mais falar sobre isso, pois me sentia magoada.
Ficamos conversando por um bom tempo, já que não tinha cliente e o Sr. Carneiro estava ocupado ainda resolvendo alguns problemas.
Lá para o meio da tarde, minha amiga começou a ficar nervosa. Franzi a testa, preocupada.
— Tudo bem?
— Uhum. — baixou os olhos sobre o balcão, me dando certeza que não estava bem, pois ela não era tímida.
Vasculhei o local a nossa volta, porém Geovanne viu primeiro e apontou. Gilson, o motorista, vinha em nossa direção. Parou ao lado da Isa e nos cumprimentou.
Anotei o pedido dele e levei para a janela atrás de mim, enquanto Geovanne ficou atento. Ele me cutucou ao ver os dois rindo.
— Que surpresa te ver aqui. — ouvi Gilson. — Perguntei sobre você semana passada.
— Sério? Pra quem?
— Pra sua amiga. — ele me apontou.
A expressão da Isa endureceu. Me senti culpada por ter escondido dela, mas não soube como contar.
O pedido do motorista ficou pronto, entreguei (dessa vez não dei a volta no balcão, não quero mais acidentes). Os dois começaram a se afastar.
— Isa. — chamei.
Ela me ignorou e continuou a andar com o Gilson. Fiquei de boca aberta.
— Ela só tá brava. — Ge falou.
Olhei ele. Ainda estávamos nos estranhando e não nos falamos quando cheguei ontem. Suspirei. Ia perder meus dois melhores amigos?
Fiquei um pouco chateada, pois não gostei da atitude da Isa. Porém minha atenção focou no Ge, que ainda me olhava, como se esperasse algo.
— O que foi?
Ele me abraçou. Fiquei paralisada, pois não poderia retribuir em público. Abri um sorriso e aos poucos relaxei.
— Desculpa por ontem. — falou.
— Tudo bem. Sei que tava com ciúmes. — provoquei.
— Tava mesmo. Mas... — ele me afastou e me olhou. — se você gosta dele, por mim tudo bem.
Fiz uma careta.
— Não gosto dele. Mas sim do Nando. — sussurrei a última parte.
— Então talvez devessem voltar a se falar.
Bufei.
— Ele foi um babaca.
— Dá mais uma chance a ele. — falou.
Se eu pudesse, de verdade, esqueceria qualquer sentimento que já tive pelo Nando só pela chance de ficar com o Ge. Mas sabia que para ajudá-lo, não podia me prender a ele e aceitar que nosso tempo passou.
Porém também me recuso a mandar mensagem para aquele idiota do Fernando. Se quiser, ele que tente se desculpar e não apenas me mandar mensagem como se nada tivesse acontecido.
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Diário de uma Virgem [Concluído]
RomanceQuando Priscilla inicia seu diário, a pedido de sua psicóloga, tudo que ela pensa é que seria um desperdício de papel registrar seus dias monótonos e seus traumas. Mas sua vida vira do avesso quando seu passado volta para assombrá-la na figura arrep...