Trinta e seis

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16 de Maio, Quarta-feira

11h18 — Tem jeito melhor de acordar do que com o garoto que a gente gosta nos desejando feliz aniversário? Acho que não.

Além do abraço e do beijo, ele também me deu um presente. Não esperava por isso.

— Como você conseguiu comprar?

— Enchi o saco do meu irmão para comprar pra mim e fizemos um trato.

Meu sorriso sumiu, se conhecia bem o Leo esse acordo poderia render muitos problemas para o Ge.

— Calma, eu apenas assombrei um garoto que não deixava seu irmão em paz. — falou se sentando na cama.

— Você o que?

Ele deu de ombros.

— Tirei algumas coisas do lugar, joguei outras. E fiquei gritando com o cara até ele sair correndo pedindo o colo da mamãe.

Sentei do seu lado.

— Ge, se alguém descobrir...

— Calma, não apareci para ele. — ele me deu um beijo no rosto. — Abre logo o seu presente.

Infelizmente nesse momento minha mãe bateu na porta. Escondi o embrulho, pois não saberia explicar de onde surgiu. E abri a porta para ela. Minha mãe me abraçou e me entregou os presentes dela e do Leo. Ganhei uma capinha de celular do meu irmão e um kit com perfume e hidratante da minha mãe.

Ainda não consegui abrir o presente do Ge, porque fui tomar café com minha família e depois saí para comprar o que faltava para o almoço com Leo.

Estou na sala agora e logo vamos almoçar. Talvez eu consiga ver o presente e a carta do Ge depois.

19h45 — Só agora estou conseguindo escrever aqui. Pois depois que li a carta, chorei bastante.

Só voltei para o meu quarto bem depois do almoço. Ge parecia tão ansioso quanto eu.

Peguei o embrulho, fechei a porta para não ser interrompida e me sentei na cama, com o Ge sentado a minha frente.

Abri o presente primeiro. Me segurei muito para não dar um grito de felicidade. Era um box com as temporadas recentes do Doctor Who. Abracei o Geovanne e dei um beijo nele.

— Eu amei, muito obrigada.

Ele coçou a cabeça, totalmente sem jeito. Era muito fofo.

— De nada.

Meu amigo se levantou e sua expressão ficou séria.

— Bom, chegou o dia. Vou te deixar sozinha para ler a carta.

Concordei e ele sumiu. Respirei fundo, nem acreditando que finalmente ia matar minha curiosidade.

Vou por uma foto da carta aqui, assim fica salvo.

Oi, Pri,

Estou escrevendo essa carta antes de ir te buscar para irmos a festa de ano novo da Susi. Sei que você não gosta dela e está indo por minha causa, por isso te agradeço.

Você sabe que não sou muito bom falando de sentimentos. Se fosse, a gente já estaria juntos há muito tempo. Mas decidi que não posso mais ser apenas seu amigo, quero mais, quero te beijar, te fazer sorrir... quero ser feliz ao seu lado, talvez até ficarmos velhinhos. Por isso decidi que não passa de hoje.

Se tudo deu certo, finalmente me declarei para você no ano novo e (se eu tiver muita, muita, muuuuita sorte) você sente o mesmo por mim. Imagino que nosso primeiro beijo tenha sido na virada do ano, como planejei, pois você disse que sempre queria um beijo assim e um na chuva. Olhei a previsão hoje e vai chover a noite. Se tiver sorte, realizarei seus dois desejos.

Diário de uma Virgem [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora