Noventa e três

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28 de Dezembro, Quinta-feira

17h18 - Ontem levamos os pais do Jonathan e o Nico para o aeroporto.

Quando nos despedimos, Nico me abraçou e disse que dessa vez ele manteria contato comigo também e disse que estava feliz em me ver com seu irmão.

- Talvez em breve eu volte pra ficar. Gostei dessa cidade. - Nico piscou.

Depois o Otávio me abraçou tão forte quanto o filho fizera anteriormente, ele me disse que eu seria sempre bem vinda se quisesse visitar eles em São Paulo e depois me fez prometer que faria o Jonathan ir comigo. Me despedi da Jaqueline apenas com um tchau, a gente ainda não se dá muito bem.

Depois que cada foi para seus vôos, Otávio e Jaqueline para São Paulo e Nico para o México, Jonathan e eu voltamos para o apartamento dele.

- O que achou dos meus pais? - perguntou.

Sentamos no sofá e ele passou um braço sobre meus ombros. Freddy pulou no nosso colo.

- Gostei muito do seu pai. Ele me lembra o Nico. Mas a sua mãe...

- Eu sei, vocês tem suas diferenças, né? Mas ela é difícil mesmo. - falou passando a mão livre em seus cabelos.

- Sim. Mas achei ela bem parecida com você. - confessei.

Jonathan virou o rosto com rapidez, me encarando.

- De jeito nenhum.

Sorri e lhe dei um selinho.

- Amor, são bem parecidos sim.

Comecei a listar as semelhanças, Jonathan apenas fazia uma careta, não querendo admitir minha razão.

- Mas você me ama. - contestou. - E não gostou da minha mãe.

- Isso porque, graças a genética, você tem um pouco do seu pai também. E eu gostei muito dele.

- Rum. - falou fazendo um bico lindo.

Tirei o Freddy dos nossos colos e sentei nas pernas do Jonathan, deixando minhas pernas em volta da sua cintura. Comecei a beijar ele bem devagar, provocando. Contudo fui atrapalhada pelo Freddy, que ficou indignado por ter sido deixado de lado e pulou sobre a gente, nos lambendo.

Começamos a rir, tentando tirar a bola de pelos de cima da gente. Demorou mas conseguimos e voltamos a nos beijar, mas de forma mais comportada, porque se não o Freddy começava um ataque de lambidas novamente.

19h48 - Você não vai acreditar no que acabou de acontecer. Eu mesma mal posso crer.

Recebi um email de uma mulher dizendo ser uma editora. Ela escreveu que a sobrinha dela mostrou os vídeos da Laura onde ela lia partes do meu diário e ela se interessou muito na história. E queria falar comigo, para saber se eu estava disposta a transformar isso em um livro.

Claro que surtei, né? É o sonho de todo escritor. Porém tinha um problema, a história que a Laura leu e essa mulher gostou é o meu diário e não algo ficcional.

Mostrei para o Jonathan e expliquei minhas preocupações. Ele me aconselhou a primeiro verificar se essa editora era confiável e foi o que fizemos. Pegamos o contato direto na página da editora, não usamos o que foi mandado no email. E ligamos. Em poucos minutos após darmos o nome de quem entrou em contato comigo, fomos transferidos.

- Boa tarde, Tatiane Candido. - estava no viva-voz para o Jonathan ouvir também.

- Boa tarde. Aqui quem fala é a Priscilla. Você me mandou um email sobre minha história.

- Priscilla. - ela parecia animada - Sim, acompanhei os vídeos da sua amiga e fiquei fascinada com a história. E, não vou negar, o tanto de pessoas acompanhando as postagens também me chamaram a atenção.

- Ela não é minha amiga. - falei rápido.

- Ah, bom, de qualquer forma ela te fez um favor. Queremos investir na sua obra.

Olhei o Jonathan tentando reunir coragem.

- Só tem um problema... essa história, na verdade é meu diário.

Para minha surpresa a mulher riu.

- Querida, você tem mais imaginação do que eu esperava. Acrescentar um fantasma em meio de eventos reais foi uma jogada esperta e que com certeza deixou tudo mais interessante.

Abri a boca para contestar, afinal o Ge é real. Contudo uma espiada em direção ao Jonathan me fez ficar quieta. Ele balançava a cabeça como se me implorasse para não dizer nada.

- Você terminou a história? - perguntou.

- Eu... - pensei no meu diário que está acabando as páginas. - To terminando.

- Ótimo. Podemos marcar uma reunião para Janeiro, assim poderemos discutir melhor e entrarmos num acordo. Infelizmente não consegui entrar em contato com você antes, pois não te achei nas redes sociais. Mas que bom que consegui seu email com um tal de Nicolas Eduardo Amorim. A Laura me informou que não poderia passar nenhum dado seu por causa dele e ao falar com ele, foi super gentil e prestativo.

Troquei um olhar cúmplice com o Jonathan e ambos sorrimos.

- A editora entrará em recesso hoje, por causa do ano novo, mas assim que voltarmos entrarei em contato. De acordo?

- Sim, muito obrigada.

Nos despedimos e desliguei. Pulei no colo do Jonathan e o abracei, comemorando.

- Parabéns, meu amor.

- Eu nem acredito. - quase gritei.

Agora estou pensando que se eu concordar com isso, terei que fazer algumas edições no que escrevo aqui antes de mandar para editora e que, provavelmente, terei que mudar o nome de todo mundo, para não ser processada.

Mesmo assim estou muito contente.

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Oi, meus amores. Como estão?
Chegamos ao penúltimo capítulo e amanhã será nossa despedida (por enquanto).
Parece que no fim das contas, todo o mal que a Laura tentou fazer pra Pri, acabou resultando em coisas boas.
O diário da Pri se tornará um livro (quem dera fosse fácil assim de vdd rs) e isso vai trazer mts coisas pra ela.
Espero que gostem do capítulo e nos vemos amanhã no final desse livro 💙
Bjs

Diário de uma Virgem [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora