Setenta e dois

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13 de Setembro, Quinta-feira

19h38 — Uma notícia boa, finalmente.

A Iolanda recebeu alta hoje à tarde e vai continuar com o tratamento em sua casa. Como ela ainda se sente com dor e bem cansada, minha mãe e eu resolvemos ajudá-la. Por isso vou dormir na casa dela. Na verdade, já estou aqui. Como a casa só tem dois quartos, o da Iolanda e o do Ge, vou ficar no quarto dele.

Não vou para a universidade de novo, mas dessa vez avisei o Jonathan. Ele me pediu para não me preocupar.

Como já jantamos e a Iolanda está descansando, estou na sala escrevendo até dar a hora do próximo remédio dela. Depois vou tentar dormir um pouco, me sinto cansada.

22h37 — Conversei com o Ge sobre as suspeitas do Jonathan. Estávamos deitados em sua cama, já tinha dado o remédio para mãe dele e eu tentei dormir um pouco, mesmo sendo cedo. Claro que não consegui, pois não sei como desligar minha mente.

O Ge, percebendo que eu estava incomodada, achou que era por estarmos no quarto dele.

— Não é isso. — suspirei. — É que o Jonathan suspeita de você.

Meu amigo abriu um pouco a boca em surpresa. Falei para ele sobre a conversa que tive com o Jonathan na lanchonete do hospital.

— O que faço agora? — pedi um conselho.

— Acho melhor deixar ele esquecer esse assunto. Evita falar comigo quando ele estiver por perto.

Suspirei e arrisquei perguntar algo que vinha pensando:

— E se você aparecesse pra ele?

— De jeito nenhum.

— Por que?

Geovanne virou um pouco o corpo e tocou meu rosto.

— Aceito ser um segredo apenas seu. Não quero ser dividido com o idiota do seu namorado.

Revirei os olhos notando o tom de ciúmes.

— Ge... — tentei fazer uma carinha de menina.

Geovanne se virou e ficou olhando o teto.

— Eu decido pra quem apareço e se não apareci nem pra minha mãe, você acha mesmo que vou aparecer pro Jonathan por um capricho seu?

Ia contestar suas palavras e tentar convencê-lo, mas bem nessa hora o Jonathan me ligou.

Conversamos um pouco, ele me falou como foi a aula e brincou dizendo que foi muito boa sem ter ninguém para discutir com ele.

— Sei, isso porque você gosta de estar no controle. — provoquei, me esquecendo por um momento do Geovanne ao meu lado.

— Isso é verdade. — ele riu.

Me derreti ouvindo aquele som lindo. E ao ver minha cara de boba apaixonada, o Ge colocou o dedo na boca, como se fosse vomitar e fez um sinal dizendo que ia sair do quarto. Apenas concordei e ele me deixou sozinha.

— Tenho certeza que sentiu minha falta na sala. — falei.

— Claro que não. A Laura falou tanto que nenhum outro aluno ia ter tempo de me tirar do sério, nem mesmo você. — brincou.

Senti um pouquinho de ciúmes ao ouvi-lo mencionar a Laura. Lembrei de quando pensava que o Jonathan gostava dela e eles namoravam.

— Hum, sua querida gosta de chamar atenção. Principalmente a sua.

— Espera, tá com ciúmes? — perguntou com a voz em riso.

— Não. — falei já ficando emburrada.

Diário de uma Virgem [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora