Sessenta e nove

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07 de Setembro, Sexta-feira

15h00 — A Isa logo chega aqui em casa. Estou tão nervosa que pedi a ajuda dela para me arrumar.

O Ge está aqui e já sabe do jantar. Vi que ele ficou um pouco enciumado, mas me disse para relaxar e aproveitar.

— Pri, se ele sente um décimo do amor que sinto, vai te achar linda de qualquer forma. Até sem roupa... Principalmente sem roupa. Pri, não tira a roupa pra ele.

— Geovanne. — falei ficando mais nervosa.

Comecei a respirar rápido, pensando em tudo. Será que ele me ama? Eu o amo? Ele será meu primeiro homem? Será essa noite? Estava tendo um ataque. Geovanne pediu para eu sentar e respirar devagar.

— Desculpa. Não quis te preocupar. — fez sua carinha de cachorrinho sem dono.

— Ge, a gente não falou "eu te amo" ainda. E você já tá pensando em... ah, você sabe.

Meu amigo sorriu e apertou minhas bochechas, me deixando brava.

— Ai que fofa. Pri, uma hora vai acontecer. Estão namorando e são adultos. E bom, se ele não quiser, eu quero.

— Geovanne!

Ele não estava ajudando.

— É verdade, ué.

Me afastei dele e comecei a inventar coisas para fazer. Já que hoje é feriado e o Sr. Carneiro me deu o dia de folga.

Espero que a Isa chegue logo ou vou enlouquecer.

18h33 — Parece que a Isa e o Ge combinaram de falar sobre sexo hoje. Aposto que se conversassem, eu ia ficar de lado.

Depois de me trocar umas mil vezes (ok, talvez eu esteja exagerando), a Isa me maquiou. Pedi algo leve, pois estava com um vestido rosa claro. Eu já estava pronta, esperando dar a hora, quando ela se despediu de mim me desejando sorte e falou:

— Se precisar de cobertura pra passar a noite com ele, me manda mensagem. Daí você fala pra sua mãe que vai dormir em casa.

— Isa. — falei, enquanto Ge ria baixinho perto de mim.

— Tem camisinha? Se não tiver eu trago agora, é sempre bom a mulher levar também e não ficar esperando o homem.

Tampei meu rosto. Sei que isso é normal, sexo é normal, mas me sinto sem jeito e inexperiente falando sobre isso.

— E se ele falar que incomoda usar, você não faz. — foi a vez do Ge me dar conselhos.

— Ok, ok. Tchau.

Levei a Isa até a porta. Ela me perguntou mais duas vezes se eu não queria mesmo as camisinhas. Ainda bem que minha mãe não ouviu, pois não tenho uma relação tão íntima com ela para falar dessas coisas.

Depois mandei o Ge ir na casa da mãe dele e me deixar sozinha até a hora do Jonathan vir me buscar. Sim, ele vem aqui, mas minha mãe não sabe que estamos namorando, na verdade nem sabe que ele é meu professor. Por isso ele não vai entrar.

Logo ele chega. Vou me olhar no espelho pela centésima vez e ver se tudo está no lugar.

Me deseje sorte.

23h57 — Com certeza essa noite teve altos e baixos. E sim, já estou em casa. E sim, vou te contar tudo desde o começo. Preciso escrever aqui para me sentir um pouco melhor.

O Jonathan veio me buscar no horário marcado. Apenas avisei minha mãe que ia sair e me despedi.

Entrei no carro e cumprimentei o Jonathan com um selinho. Ele estava muito cheiroso.

Diário de uma Virgem [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora